A cinco dias das manifestações convocadas contra o governo, a presidente Dilma Rousseff deu uma guinada no discurso e passou a fazer uma apelo "ao diálogo, compreensão e união do país", ao mesmo tempo em que passou a atuar para pedir que seus apoiadores evitem ocupar as ruas no domingo para evitar confrontos.
O PT, ao contrário, estava estimulando manifestações a favor de Lula para a mesma data. Mas o presidente do PT, Rui Falcão, já foi chamado ao Palácio do Planalto para ouvir essa preocupação do governo.
A presidente e seus principais assessores estão pedindo aos líderes dos partidos aliados e entidades que defendem o governo que façam o mesmo – evitem organizar manifestações no domingo.
"Há uma preocupação enfática com a segurança", disse um assessor do governo, observando que este foi um tema da reunião de coordenação no Planalto, nesta terça-feira.
Caiu bem no Planalto a decisão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de não permitir manifestações de apoiadores do PT e do governo nas imediações da Avenida Paulista, onde já se sabe que ocorrerá a manifestação pró-impeachment.
"A ideia é não permitir a exacerbação de conflitos; é segurar as rédeas", afirmou outro assessor do Planalto.
O governo está identificando, ainda, que mudou o tom do apoio dos partidos aliados – com risco de alguns até se afastarem do governo.
O PMDB, por exemplo, tem convenção marcada para o próximo sábado, quando será eleito o presidente do partido – o candidato único, até aqui, é o vice-presidente da República, Michel Temer, que quer mais uma recondução ao comando do sigla.
Embora reconheça as dificuldades econômicas do país, o governo está tentando mostrar aos aliados alguma perspectiva que não é enxergada por eles.
É por isso que a presidente tem feito um apelo para uma pacificação na política pois, no entendimento dela, enquanto isso não acontecer, não haverá melhora no quadro econômico do país.
"Os governos precisam de paz para enfrentar as dificuldades econômicas", disse ela em discurso na tarde de terça-feira.
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