terça-feira, 10 de junho de 2025

(STF) deu início nesta terça-feira (10) ao segundo dia de interrogatórios dos réus apontados como integrantes do núcleo militar da trama golpista investigada pela Polícia Federal

 



STF retoma nesta terça (10) interrogatórios do núcleo militar da trama golpista

Foto Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta terça-feira (10) ao segundo dia de interrogatórios dos réus apontados como integrantes do núcleo militar da trama golpista investigada pela Polícia Federal. O primeiro a ser ouvido é o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, acusado de ter colocado a força à disposição do então presidente Jair Bolsonaro para executar um plano de ruptura institucional.

Segundo as investigações, Garnier participou de uma reunião com os comandantes das Forças Armadas em 2022, ocasião em que Bolsonaro apresentou propostas para decretar estado de sítio e acionar operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Garnier teria manifestado apoio às medidas golpistas, conforme relatado à Polícia Federal.

Os depoimentos ocorrem sob a condução do ministro Alexandre de Moraes e devem seguir ao longo do dia, até as 20h. Nessa fase, o STF busca ouvir presencialmente os principais nomes do que foi classificado como o “núcleo decisório” da tentativa de golpe. Entre os interrogados desta terça estão figuras centrais do governo Bolsonaro, como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general Augusto Heleno, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o general Braga Netto e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na véspera, o tribunal ouviu o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem. Cid confirmou à Justiça que participou de uma reunião com Bolsonaro em que foi apresentado um rascunho de decreto prevendo estado de sítio e a prisão de ministros do STF. Ele também revelou ter recebido recursos do general Braga Netto, posteriormente repassados a um oficial do grupo de elite do Exército. Já Ramagem negou envolvimento em monitoramentos ilegais promovidos pela Abin contra autoridades dos tribunais superiores.

Essa fase de interrogatórios marca o encerramento da etapa de instrução do processo. A expectativa é de que o julgamento dos acusados ocorra no segundo semestre de 2025. Caso condenados, os réus podem pegar mais de 30 anos de prisão.

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