sexta-feira, 26 de agosto de 2022

INTOLERÂNCIA E EXTREMISMO COM A CIENTISTA POLÍTICA - AMANDA MARQUES

 

‘Direto ao Ponto’ conversa com cientista política sobre intolerância e extremismo

Silvia Tereza conversou com a cientista política Ananda Marques

O programa ‘Direto ao Ponto’, que foi ao ar pela TV Assembleia, nesta sexta-feira (26), teve como assunto principal a Intolerância política, neste ano eleitoral, e as consequências do extremismo nas relações pessoais. A atração é apresentada pela jornalista Sílvia Tereza, diretora adjunta de Comunicação da Assembleia Legislativa. A entrevistada foi a cientista política Ananda Marques, mestra em Ciência Política pela Universidade Federal do Piauí e integrante do Grupo Executivo de Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.

“O tema trazido pelo ‘Direto ao Ponto’ é bastante atual. Temos informações de que há registros de, pelo menos, 26 assassinatos por motivação política no país, somente neste ano, e é preciso analisar todo o cenário que levou a essa situação de intolerância, de extremismo, identificar as causas e discutir a transformação dessa realidade”, ressaltou Silvia Tereza.

O programa compõe a série sobre as Eleições 2022. “A violência política é hoje um problema que a gente precisa discutir”, atesta a cientista política.

No ‘Direto ao Ponto’, Ananda Marques falou sobre o que leva uma pessoa ao extremismo político. “Costumo dizer que tem coisas que a ciência política não explica e que tem que ir para a psicologia, porque são processos psíquicos, de fato. Alguns estudos vão indicar, por exemplo, que a ideologia é um atalho mental, no sentido de que você está posicionado para ouvir determinadas coisas e você vai receber aquilo, não importa o que lhe digam, de uma maneira que está associada a sua posição ideológica”, analisou.

As redes sociais, na visão de Ananda Marques, precisam de uma melhor regulamentação voltada ao período eleitoral, diante de seu alcance.

O algoritmo acaba promovendo essas bolhas virtuais de você ter acesso a só um tipo de informação. Isso é perigoso, e a gente já vê que isso tem um impacto eleitoral. Os dados do Facebook, por exemplo, são usados para influenciamento de informação. E o que determina o voto é a informação”, afirmou ela sobre o método que usa robôs para identificar quais publicações devem ser entregues para mais ou menos pessoas.

Ela destacou, também, o papel dos candidatos nesse contexto de intolerância política. “O candidato, muitas vezes, é o espelho do seu eleitorado, e vice-versa. Ao mesmo tempo, fica muito difícil saber como as pessoas ouvem isso, porque o candidato é responsável pelo que ele fala, mas também não pode ser por tudo o que as pessoas ouvem. A gente precisa ter essa ponderação”, disse.

E sentenciou: “A gente precisa encontrar um caminho, como país mesmo, como nação, para voltar a conviver com o mínimo de civilidade, porque hoje nós estamos vivendo a completa barbárie”.

O ‘Direto ao Ponto’ tem produção dos jornalistas Ronald Segundo e Márcia Macieira e vai ao ar pela TV Assembleia (canal aberto digital 9.2, da MAXX TV, no canal 17, e pela Sky, no canal 309), todas as sextas-feiras, às 10h30.

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