sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Viajando no tempo com a velha carcaça do Navio Aline Ramos-Tutóia-Ma

 1980-1981 nas Águas Tutoiense


Pra quem nasceu em 1976, é possível lembrar um pouco dessa história do famoso "Navio" Aline Ramos, encalhado na barra da Costa Pesqueira entre Melanciera e Ilha do Caju e somente em 1981, foi rebocado por navegação de grande porte e trazido o que em pouco tempo se tornaria um dos cartão postal mais fotografado e visitado desde a sua chegada na praia do bairro barra - Tutóia-Ma.

Em meados da década de 80, por existir uma pesca artesanal e produtiva nesse litoral, a chegada da notícia foi uma das maiores movimentações já ocorrida na existência de um encalhamento de uma navio cujo poste de 120 metros de cumprimento e 50 de largura.  Um fato tem chamado atenção ao longo dessa história desde as primeiras informações trazidas de pescadores da época quando souberam do encalhamento do navio na costa pesqueira às margens da Melancieira e Ilha do Caju. Tutóia, desde as primeiras vindas das navegações que faziam portos de entrada por esse oceano com destino ao carregamento de sal na antiga e falida empresa salineira Igoronhon, não entrava na boca da barra como era chamada nem um navio se não houvessem um comunicado a Marinha dos Portos e acionamento autorizado de um prático "homem habilitado para conduzir o destino e entrada do navio cargueiro até o seu destino final. Mais até hoje paira um mistério marcante e duvidoso por não ter acionado a Marinha e o prático condutor da época e muitos conhecidos como: João Cambota e Vicente prático(pessoas responsáveis dessa função de guia).

Um ano depois sem saber o certo como foi a decisão do comando e da tripulação em abandonar o navio Aline Ramos, nativos que conheciam toda área pesqueira observaram de forma fácil entrar naquele encalhado navio e começaram na época a saquear bens do navio como: TVS, SOFÁS, POLTRONAS, KITS DE COZINHA, GELADEIRAS, E OTROS. etc.

Relatos tem surgidos ao longo dessa história do famoso Navio Aline Ramos, hoje uma velha carcaça enterrada na praia da barra de Tutóia, após ter sofrido cortes em todas as suas partes estrutural do navio por empresas do Estado do Piauí, depois dos cogitados sócios decidirem que a grandeza de seu encalhamento era difícil sua recuperação em plena maré do mês de agosto e setembro, daquele ano. A história marcou por várias tragédias entre elas a morte do trabalhador e pescador Sr. Pedro Bina, ao ter sido atingido por um dos guinchos de uma das máquinas cortantes que fazia, ao sofrer um grave acidente fatal impactante na sua cabeça. A cidade ficou em choque ao receber a notícia de uma pessoa muito popular que havia sofrido um acidente de trabalho fatal.

Um outro fenomenal fator foi a mudança do aspecto paisagístico das praias da Andreza, Barra e São José, na chegada do Navio Aline Ramos. Antes não existiam croas de areias onde banhistas pudesse ir da orla, até 100 metros onde atualmente está enterrado toda carcaça e já se transformou em área de muitas visitações e fotográficos para curiosos local e de outras regiões dos quatro cantos do País, como mostram as imagens logo abaixo.

A história segue logo mais...











OUTRA VERSÃO DA LONGA HISTÓRIA DO NAVIO ALINE RAMOS


Os que nasceram depois dos anos 80 estão longe de imaginar que aquela carcaça de navio encalhado na praia da barra em frente a Pousada Embarcação já foi atração turística que atraiu milhares de olhares curiosos para ver  o exuberante cargueiro de bandeira brasileira batizado com o nome de Aline Ramos que encalhou na ponta da Ilha do Caju nas proximidades da entrada  da barra do Carrapato exatamente no dia 16 de novembro de 1981 por volta das 19 horas e 40 minutos, conforme descrito no Processo nº 11.069 do Tribunal Marítimo e publicado no Anuário de Jurisprudência do mesmo tribunal .
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 foto: João Evangelista (Reprodução)
                                 
     
Consta que o navio ficou encalhadona seguinte posição:Latitude: dois graus,quarenta e um minutos e três segundos ao Sul do Equador (02°41’03”S) e longitude quarenta e dois graus,doze minutos e trinta e seis segundos a Oeste do Meridiano de Greenwich (42°12’36”W)conforme citado nas folhas 66 do mesmo processo.

  A tripulação do navio incluindo o comandante e imediato era composta por 17 pessoas assim distribuídas: 02 (dois) condutores motoristas, 02 (dois) moços de convés, 02 (dois) marinheiros de convés,01 (um) taifeiro, 01 moço-de-máquina,o radiotelegrafista, o eletricista, o chefe de máquinas, o segundo maquinista, 01 (um) mestre de pequena cabotagem, 01 (um) carvoeiro, o imediato, 01 (um) segundo piloto e o comandante, capitão-de-cabotagem.

           
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(Foto: Poeta Elmar Carvalho)
 Mas como o exuberante mercante brasileiro foi parar na praia da barra para se transformar num amontoado de ferro velho, numa carcaça corroída pelo sal e deteriorada pela ação do tempo?  E por que o navio encalhou antes de chegar ao seu destino, o porto da Ilha do Igoronhon? 

            Nos autos do processo já citado no caput deste artigo, consta que o comandante da embarcação, capitão-de-cabotagem Ruy Edi Ribeiro Gomes era homem do mar com muita experiência e conhecia muito bem o canal, pois por diversas vezes já havia entrado no Porto de Tutóia.

            Outro fato intrigante com relação ao Aline Ramos é que a embarcação dispunha a uma velocidade entre 09 a 10 nós, o  que representa em  média de 18 quilômetros por hora. No processo que foi aberto contra o comandante da embarcação e o seu imediato para apurar as causas do acidente,  consta,  também,  que as condições de navegabilidade no momento eram boas, embora a noite estivesse escura.

            No depoimento do imediato do Aline Ramos, sr. Nelson Ferreira Tenório, ele afirma que no momento do encalhe  a embarcação  estava navegando apenas  com a agulha magnética e de sonda porque o radar “pifou poucos minutos antes do través de Canárias” ( SIC)e que apenas estes dois  equipamentos não ofereciam condições adequadas para a navegabilidade com segurança, enquanto que a defesa do comandante insiste  em afirmar que o que causou o encalhe foram a correnteza e os fortes ventos NE(  ventos que sopram do Nordeste).
NAVIO


            Mais uma vez voltamos à pergunta: por que o navio Aline Ramos encalhou? E por que ele foi abandonado na Praia da Barra em Tutóia há trinta e quatro anos atrás?  Por que nenhuma providência foi tomada para retirá-lo de lá? Que impacto pode ter causado ao meio ambiente?  De onde partiu o Aline Ramos? Qual seria o destino da embarcação? Estas e outras respostas,além de outros detalhes o leitor ficará sabendo na próxima edição de nosso jornal.

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