segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A Organização Mundial de Saúde (OMS) acredita que o vírus zika se espalhará por todo o continente americano. Até agora, 21 países, sobretudo o Brasil, já registraram casos do vírus desde maio.





James Gallagher

Editor de Saúde da BBC News
Agente de saúde borrifa jardim em Tegucigalpa, a capital de Honduras, em que ainda não houve surto do zika
A Organização Mundial de Saúde (OMS) acredita que o vírus zika se espalhará por todo o continente americano. Até agora, 21 países, sobretudo o Brasil, já registraram casos do vírus desde maio.
Segundo a OMS, a falta de imunidade natural nas Américas seria um dos fatores determinantes para a velocidade com que o vírus está se espalhando.
Em um comunicado oficial, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço continental da OMS, afirmou que a doença só não atingirá os países em que não há presença do Aedes aegypti - o Chile e o Canadá.
"A Opas prevê que o vírus zika continuará a avançar e provavelmente alcançará todos os países e territórios na região onde mosquitos Aedes são encontrados", diz a organização.
Isso, porém, apenas se epidemiologistas não confirmarem a possibilidade de transmissão sexual do vírus: a Opas confirmou que o zika foi detectado em amostras de sêmen e diz haver o que chamou de pelo menos um possível caso de transmissão sexual - mas a entidade diz que ainda são necessárias mais evidências dessa forma de transmissão.
Os sintomas mais comuns da zika são febre e erupção cutânea ou urticária, muitas vezes acompanhados por conjuntivite, dores musculares ou nas articulações. O mal-estar começa entre dois e sete dias após a picada de um mosquito infectado.
Mas cerca de 80% das infecções pelo zika são assintomáticas, o que também dificulta o diagnóstico.
No Brasil, estão sendo investigados ao redor de 3,3 mil casos suspeitos de bebês que podem ter microcefalia associada à zika, segundo o mais recente boletim do Ministério da Saúde. Um total de 282 casos foram descartados e 230 foram confirmados até a segunda semana de janeiro.
Apenas Chile e Canadá não têm o mosquito Aedes aegypti
Gestantes 'especialmente cuidadosas'
A Opas engrossou o coro de entidades preocupadas com os casos de microcefalia associados ao zika e recomendou que gestantes "sejam especialmente cuidadosas" e consultem um médico antes de visitar áreas afetadas pelo vírus.
A entidade, porém, ressaltou que a decisão de engravidar deve ser apenas de responsabilidade da família e dos médicos. Nos últimos dias, autoridades de saúde de Colômbia, Equador, El Salvador e Jamaica emitiram comunicados recomendando que mulheres adiassem os planos de engravidar - os salvadorenhos, por exemplo, querem moratória até 2018.
"Antes de viajar, a grávida deve consultar o seu médico para aconselhamento sobre qual ação tomar. O principal é evitar picadas de mosquito para prevenir a infecção por zika, dengue ou chikungunya", diz a Opas em seu site.
A organização dá as seguintes recomendações aos viajantes, sobretudo a mulheres em idade reprodutiva:
Cobrir a pele exposta com mangas compridas, calças e chapéus; Usar repelentes recomendados pelas autoridades de saúde e seguir as instruções de uso descritas no rótulo; Ao dormir, tentar se proteger com mosquiteiros; Buscar possíveis focos de criadouros do mosquito (por menores que sejam) e eliminá-los.

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