quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Atualizando. Ministério da Cultura reconhece "Comunidade" Quilombola de Tutóia

TUTOIA-MA : Comunidade Quilombola de Itaperinha recebe título Oficial reconhecido pelo Ministério da Cultura



Dra. Rosário Ramos, coordenadora geral da Associação dos Amigos da Vida Ativa - AVA juntamente com a diretoria, consegue o título oficial da Comunidade Quilombola de Itaperinha pela Fundação Cultural Palmares reconhecida pelo Ministério da Cultura.

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HISTÓRICO

A comunidade Quilombola de Itaperinha é composta por remanescentes de quilombolas e descendentes de índios Tremembés, com traços bem marcantes nos seus habitantes, mas o que mais marca é os traços negros. 

Situada entre o Delta do Parnaíba e os Lençóis Maranhenses, localizada cerca de 10 km da cidade de Tutoia (MA), a luz elétrica chegou muito tempo depois e suas ruas são ainda de terra, sem asfalto, onde vivem numa grande simplicidade com predominância das suas Casas de Farinha, conhecidas em Tutóia como Casa de Forno.

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A comunidade não possui dados escritos sobre sua história, mas líderes da comunidade, como a Catarina Pereira da Conceição, contam que os habitantes mais antigos sabem da sua história e relatam que o povoado inicialmente era “terra de índio”, como eles chamam.
Após o primeiro casal de negros chegarem ao local para morar, a comunidade Quilombola começou a crescer. São estes Sr. José Vicente e a Dona Bernarda Dendê, já falecidos. O segundo casal também já falecidos foi o Sr. Agostinho e Dona Luiza que viviam da caça, pesca, frutos típicos da região, da plantação de subsistência, onde cultivava mandioca, milho e feijão.
Com suas experiências trazidas dos seus locais de origem, esses primeiros casais influenciaram a cultura local e formaram suas famílias, que hoje perpetuam a raça negra, com suas manifestações culturais e religiosas, e sua forma de plantio.
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MANIFESTAÇÕES CULTURAIS

A Comunidade de Itaperinha pratica várias manifestações tradicionais de grande valor, como o Festejo de São Benedito, Santo Antônio e São João, a Dança de São Gonçalo e a Dança do Coco, que são divididas em doze jornadas cada uma e para fazer a de São Gonçalo precisa fazer antes o de São Benedito. A Ladainha em Latim e o Bendito de São Benedito são músicas características.


Fazem também Levantamento de Mastros, Caroço, Santos Reis e Bazunga, que é como eles chamam os elementos típicos da sua religião afro-brasileira, na comunidade que também tem a influência do Tambor de Mina Maranhense e da Umbanda Nacional Oboé.

A Dra. Rosário Ramos acredita que com esse reconhecimento documental somado aos títulos e patrimônios históricos que a Comunidade Itaperinha possui, torna-se mais que claro a importância da preservação e proteção da região, ficando respaldada por lei e por amor a cultura de  Tutóia.

Edição: Leandro Rocha e Rebeca Ramos

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