segunda-feira, 1 de junho de 2020

PL que aumenta a pena para quem agredir jornalistas

Nossa voz grita por um Brasil mais estável e mais justo

Esta semana, os líderes de partido de oposição no Senado e na Câmara se reuniram para organizar um posicionamento frente à crise. Tivemos uma reunião produtiva que, na minha avaliação, apresenta um caminho para toda a sociedade: não vamos nos calar. A intenção, obviamente, não é ampliar a crise. Mas não é razoável que, a pretexto de não atiçar ainda mais a sanha autoritária do presidente, continuemos normalizando atitudes que são inaceitáveis.
Não é aceitável que a imprensa seja impedida de trabalhar e tratada com hostilidade – por isso apresentei um projeto aumentando em dois terços a pena para quem agredir jornalistas quando estiver trabalhando ou em função da profissão; não é aceitável que instituições, como Congresso e STF, sejam atacados diariamente – embora estejam trabalhando como nunca para ajudar a combater a pandemia; não é aceitável que o país seja ameaçado semanalmente com a possibilidade de uma saída autoritária; e, principalmente, não é aceitável que o país não tenha um plano nacional de enfrentamento ao Covid-19.
Quando o coronavírus chegou ao Brasil, assumimos que seria o maior desafio a ser enfrentado pela nossa geração. De lá para cá, dois ministros da saúde se demitiram por não suportar a falta de respeito à ciência, uma reunião ministerial se notabilizou por, além de inúmeros desmandos, não dar importância ao tema e o Brasil ganhou destaque na imprensa internacional por frases ultrajantes do presidente, como “E daí?”, para o número de mortos. Hoje, a Saúde tem um ministro interino e o foco do presidente está totalmente voltado para a política, a má política. O presidente precisa deixar de ser agente do caos e passar a ser pelo menos presidente, já que dificilmente será líder da nação.
Nós, da oposição, não somos maioria no Congresso. Mas nossa voz será ouvida e será uma voz de cobrança, de representação do povo brasileiro. Não cederemos às chantagens contra a democracia e nem vamos continuar fazendo de conta que nada demais está acontecendo.
Vamos continuar trabalhando para aprovar as medidas que são necessárias para o enfrentamento à pandemia. Mas cobraremos de saída da crise, baseada em dados médicos e científicos. Cobraremos um ajuste da postura do presidente Bolsonaro ao cargo que ocupa. Cobraremos o respeito ao estado democrático de direito. Cobraremos mais cuidado com o Brasil.
Uma hora nossa voz será ouvida. E encontrará eco nas vozes dos brasileiros que também querem um país melhor. Lutamos por um Brasil mais estável, mais tranqüilo e com mais justiça social. Esse é um Brasil possível, só precisamos lutar por ele, sem calar nossas vozes.
Weverton, Senador e líder do PDT no Senado

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