sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Sinproesemma do Maranhão em sua Carta Aberta

Carta aberta aos professores da rede estadual do Maranhão ou a reinvenção do sindicalismo getulista no Sinproesemma


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No dia primeiro de fevereiro no Auditório do Palácio dos Leões, ocorreu a primeira reunião oficial de negociação da Campanha Salarial do Sinproesemma com representantes do governo, ocasião em que a proposta governista foi apresentada: 8% de reajuste parcelada em duas vezes (4% em fevereiro, mais 4% em maio), sem retroativo a janeiro(data-base), sendo que o reajuste proposto não incide sobre o vencimento base como é de praxe, mas somente sobre a GAM (Gratificação de Atividade de Magistério), não repercutindo, portanto assim nas gratificações e titulações, gerando enormes perdas salariais. Por isso, tal proposta, foi mal vista pelos diretores e pelo conjunto da base da categoria, sendo refutada na penúltima reunião de direção no último dia três.
Com receio de a direção sindical recusar mais uma vez a proposta do governo e o temor do surgimento de uma greve geral da categoria, uma vez que desde 2016 que o governo Flávio Dino não paga o reajuste do Piso Nacional e do Estatuto do Magistério aos docentes, acumulando perdas na ordem de 19,87% e a insatisfação da Classe com seu governo ser grande, o professor Júlio Pinheiro, numa atitude de defesa clara dos interesses e da proposta do governo, afastado de suas funções de professor e presidente do Sinproesemma para exercer o cargo de vice-prefeito da capital maranhense, eleito nas últimas eleições, surpreende e numa missão, desesperada, ilegal e antiética, resolveu na tarde do último dia oito, em plena reunião da direção, retomar e usurpar a presidência da entidade com o objetivo de pressionar e constranger a direção sindical, no sentido de aprovação da proposta do Palácio dos Leões, contrariando assim os interesses de sua categoria em favor do governo.
Invertendo a função do Sindicato que deveria ser de defesa dos anseios e interesses da Classe, professor Pinheiro, infelizmente, resgata assim, no Sinproesemma e no Maranhão, o sindicalismo getulista de chapa branca da Era Vargas (1930/1945), onde os Sindicatos eram meros fantoches, verdadeiros “departamentos” governamentais, sem a menor autonomia e independência, algo superado desde os fins de 1970, com o chamado novo sindicalismo do ABC paulista, de feição classista.
Mesmo com a ponderação de alguns diretores na reunião de que tal acúmulo: presidência do sindicato mais vice-prefeitura, poderia ser ilegal, antiético e em última instância, incompatível politicamente, professor Júlio Pinheiro não deu ouvidos, insistiu e reassumiu a presidência no último dia oito, gerando assim uma grande revolta e indignação na categoria dos professores da rede estadual do Maranhão e também numa ala da direção sindical.


Prof. Euges Lima( prof. de história da rede estadual e Secretário de Cultura do Sinproesemma)

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