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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Eduardo Cunha pede que Lula e Temer sejam suas testemunhas de defesa


Caso Cunha

Advogados também arrolaram o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, o empresário José Carlos Bumlai e o ex-senador Delcídio do Amaral


Defesa de Cunha critica o fato de a denúncia contra ele ter sido aceita por Moro depois de arquivada pelo Supremo
Alex Ferreira/Câmara dos Deputados - 12.7.16
Defesa de Cunha critica o fato de a denúncia contra ele ter sido aceita por Moro depois de arquivada pelo Supremo

A defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentou nesta semana ao juiz federal Sérgio Moro a resposta à acusação feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o peemedebista, que está preso preventivamente desde o último dia 19. No documento, Cunha arrolou como testemunhas o presidente


 Michel Temer e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao todo, a defesa de Cunha chamou 22 testemunhas. Além de Temer e Lula, são convocados o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; o ex-senador Delcídio do Amaral; os deputados Leonardo Quintão e Saraiva Felipe, ambos do PMDB-MG; o ex-deputado João Paulo Cunha e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, que foi titular da pasta do Turismo nos governos de Temer e da ex-presidente Dilma Rousseff. O empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula, também foi chamado.

O ex-presidente da Câmara responde pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas. Cunha é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter recebido, entre 2010 e 2011, cerca de R$ 5,2 milhões em propinas referentes à aquisição, pela Petrobras, de um campo de petróleo em Benin, país localizado na região ocidental da África.


Os valores ilícitos recebidos pelo peemedebista, segundo a acusação do MPF, foram ocultados em contas não declaradas na Suíça. Em sua resposta, Cunha afirmou ser beneficiário de trustes na Suíça e que, portanto, não seria proprietário do dinheiro. A versão foi contestada pela Procuradoria, que afirma que o patrimônio real do ex-deputado é 53 vezes maior do que a quantia declarada à Receita Federal Brasileira.
O MPF apresentou documentos que levavam a assinatura de Cunha, mas que continham um endereço para correspondência nos Estados Unidos. Segundo a Procuradoria, tratava-se de uma manobra “com a finalidade de garantir o anonimato do então parlamentar no recebimento de correspondências instituições financeiras suíças”.