domingo, 27 de abril de 2014

Felipão fala sobre casamento gay, racismo e Copa do Mundo no Brasil

Seleção Brasileira





Fantástico




Felipão fala sobre a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014!





Seleção Brasileira é o primeiro convidado do novo Fantástico. Em um papo com a Renata, o Tadeu e os atores Murilo Rosa e Maitê Proença, ele falou de temas polêmicos, do desafio de jogar uma Copa do Mundo em casa, de sexo na concentração e dos protestos no Brasil.


Copa dos brasileiros
“Vai ser a Copa dos brasileiros. É a nossa Copa. No futebol, nós temos condições totais de sermos campeões. Claro que ainda faltam algumas coisas. Jogar em casa, sempre tem o décimo segundo. Sempre tem o torcedor a mais”
Pressão de jogar em casa
“Eu acho que os jogadores estão preparados. Uma coisa que vocês têm que ver é que eles são jovens. O jovem não tem pressão pra nada, o jovem enfrenta tudo. Eles não querem saber de nada, eles querem jogar bola”
“Vamos ganhar a Copa”
“Vocês aceitam serem segundos? Se ninguém aceita ser segundo, eu tenho que assumir, tentar passar essa possibilidade que a gente vai ganhar mesmo”
Técnico em casa
“Eu tenho dito, principalmente nos últimos 60 dias, quem é o único privilegiado do mundo? Por estar jogando a Copa do Mundo na sua casa e ter sido escolhido como técnico? Eu. Poucos técnicos do mundo trabalharam em Copa do Mundo no seu país. Eu nunca imaginei na minha vida, jamais, nunca pensei em ser técnico de uma Seleção Brasileira e, principalmente, jogando no seu país. Eu não sou o cara, mas eu me sinto feliz”.
 

 


Manifestação de repúdio contra o racismo na Copa do Mundo
“Em primeiro lugar, nós temos em um evento da Fifa a ideia principal, que a gente sempre combata o racismo no futebol. Eles vem combatendo há muito tempo. Eu tenho uma ideia clara sobre isso e já explanei, e às vezes a gente quando explana tem algumas diferenças. Eu acho que a gente deve combater, deve falar, sim, mas não se deve dar a ênfase que essas pessoas estão recebendo. Que eu acho que elas estão querendo é que sejam mencionadas, aparecer. As pessoas que fazem, tomam essas atitudes racistas. E aliás, racismo no Brasil é uma aberração. Porque não existe um país com mais raças interlaçadas que a nossa, o nosso país. Acho um absurdo. Eu acho que a gente dá muita ênfase, mas é uma ideia minha e é uma opinião que eu tenho e muitas vezes eu sou contestado por colocar uma opinião do que eu penso”

Casamento gay

“Eu acho que cada um escolhe a sua opção. Se é feliz tendo uma outra pessoa do mesmo sexo ao lado, seja feliz”

Pena de morte

“Não sei... já ouvi muito de fora do Brasil onde existe pena de morte e algumas vezes isso não coíbe nada. Não sei, acho que nós ainda deveríamos, então, se fôssemos tomar uma atitude, pesquisar muito bem para saber se é interessante ou não, se vale a pena”

“Ser o treinador não é um peso”
“Desde que eu comecei a jogar futebol, isso foi em 1967, desde aquela época até esse momento, eu tive uma vida repleta, 99,9% da minha vida completa através do futebol. Então, o que vai me dar mais alegria? Continuar trabalhando dessa forma, pensar dessa forma, viver a minha vida que tenho vivido todos esses anos com alegria e mostrar ao público que ser o treinador da Seleção Brasileira nesse momento não é um peso, não, é bom”.
Aposentadoria
“Minha mulher não me quer em casa. Futebol é parte da minha vida. Vou ver o que vai acontecer e depois vou decidir”
Os convocados
Esta semana, o Felipão confirmou que nove jogadores já estão convocados: Thiago Silva, David Luiz, Julio Cesar, Fred, Ramires, Oscar, William, Paulinho e Neymar.
“Pelo que conversamos ainda por esses dias, nós teríamos 21 já definidos e duas dúvidas. A gente está observando, está vendo e fazendo os encaixes que precisam ser feitos. É só dúvida entre um nome e outro, mas carência não tem”.
Neymar: o nome da Copa?
“Eu acho que pode ser, sim. Se nós queremos ser campeões e um dos nossos melhores jogadores, um dos nossos grandes jogares é o Neymar, é porque o Neymar, provavelmente vai fazer a diferença”.
Sexo na concentração
“Eu acho legal. Mas só, veja bem, eles tão concentrados. Fica um pouco mais difícil. Acho que não tem com quem fazer”
Pressão da família
“Hoje eu ouço lá o Fabrício. Ele não pergunta quem eu vou convocar, ele pergunta: ‘pai, tu acha que o fulano é melhor que o beltrano?’ Eu dou uma mascarada na situação, mas naquela oportunidade ele tinha o Kaká como o jogador que ele achava que era jovem e precisava de uma oportunidade. Eu no final acabei, na última convocação levando o Kaká”
Os erros dos jogadores
“Nunca pensei, mas eu vou te dar o exemplo de 2002, o Djalminha. O Djalminha estava 95% convocado e aí, uma semana antes da convocação, ele brigou com o técnico do La Coruna. Na briga ele encosta a cabeça, dá uma cabeçada. Isso vai pro mundo todo. Meia hora ele me ligou. Ele disse: ‘Professor, sei que estou fora’. Eu sou o técnico, se eu tenho uma filosofia de jogar de uma forma e um jogador dentro dessa minha ideia. Não vai corresponder, eu não vou levar, não interessa o nome.
O intolerável
“Eu não tolero, por exemplo, mentira, enganar. Querer ser mais malandro que os outros. Eu não gosto disso. Eu, por exemplo, quando era época de apresentação, ou dava folga aos jogadores, vinha um dizia assim: ‘perdi o voo’. É mentira. ‘Meu avô ficou doente’. Mentira. Quando eu estava em determinado clube, eu fiz sete mentiras oficiais. Quem viesse com a oitava diferente, estava aceito”
Adversários do Brasil
“Quando chega no Mundial, não tem nada de mais fácil. Nós temos é jogar o primeiro jogo como se fosse o último. Porque o primeiro jogo é fundamental pra passar pra fase seguinte”
Legado da Copa

“Nós podíamos ter aproveitado melhor sete anos que tivemos pra montagem de tudo que precisávamos em relação a tudo, no Brasil. Aeroportos, estradas, educação, uma série de detalhes. Muita coisa. Podíamos ter aproveitado muito, mas muito melhor. Perdemos tempo e não vamos ter mais tempo. Também eu acho que um dos legados que nós podemos ter, em relação principalmente ao estrangeiro, é a vinda desse pessoal e a forma, cordialidade, como nós recebemos os turistas e trabalhar em cima do turismo pro futuro”.
Possíveis protestos
“Eu acho que os protestos podem acontecer. Se forem protestos normais, sem quebra-quebra, eu penso que é a democracia, é uma situação social e todos têm o direito de protestar contra a, b alguma coisa. Mas não sei se seria a hora de acontecer”
Jogadores x protestos
“Eles são jogadores da Seleção Brasileira que estão com uma missão. Então, eles podem pensar, eles podem se expressar, podem dizer assim: ‘eu também gostaria de um Brasil melhor’, mas que aquilo não seja uma parte que vai nos causar dificuldade dentro do nosso ambiente. Nós temos que ter o nosso foco, jogar futebol e Seleção Brasileira”
Energia da torcida
“Lá em Portugal, por obra do destino, teve uma situação que levou Portugal a cantar o hino como nós cantamos aqui na Copa das Confederações. Uma senhora de 80 e poucos anos, quando nós terminamos a nossa pré-temporada, ela estava lá no cantinho de uma praça, com uma bandeira. E o meu presidente da federação. E eu disse: ‘Olha, presidente Adail, olha que bonita a senhora de idade, com uma bandeira e coisa’. Ele falou: ‘Felipe, faça um elogio’. E eu fiz o elogio àquela senhora e à bandeira. E a partir dali todo mundo se sentiu quase na obrigação de, um convite feito através daquela senhora, de termos a bandeira na janela. Todo Portugal recebeu as delegações, o pessoal todo com bandeiras e o nosso hino lá estava espetacular”
Entusiasmo para cantar o hino
“Se nós pudéssemos receber os nossos adversários, claro que o hino nós vamos cantar como sempre cantamos, na Copa das Confederações, até um pouquinho melhor, com mais entusiasmo. E também com bandeiras. Eu acho que o pessoal de fora, realmente, nós colocaríamos um pressão em todos eles”

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