quinta-feira, 21 de março de 2019

Qual é a verdadeira idade de Tutóia Nova e Tutóia Velha. A real Idade

Tutóia Velha ou Tutóia Nova?

A real idade de Tutóia


Por Euges Lima*


No dia 29 de março, o município de Tutóia estará completando 81 anos de emancipação, isso se deu em 1938, percebe-se que outros municípios do Maranhão também foram emancipados nessa mesma data, a exemplo de Barreirinhas, seria uma emancipação coletiva?

Os tutoienses nos últimos tempos têm usado essa data como referência para comemorar o aniversário da cidade ou do munícipio, mas sabendo da antiguidade histórica de Tutóia - sempre citada nas mais antigas crônicas e livros relativos à história do Maranhão, desde o século XVII até o século XX - Seja a chamada Tutóia Velha ou até mesmo a “Nova Tutóia”, algumas indagações se impõem acerca da real idade de Tutóia.

Seria a data dessa emancipação a mais indicada para se comemorar o aniversário da cidade? Algo muito usado em vários municípios do Maranhão, talvez, por falta de conhecimento e referências históricas dos próprios municípios em relação as suas origens remotas e fundantes.

 No caso de Tutóia, acreditamos que essa emancipação em 1938 (Era Vargas), não é a primeira, pois há registros de municipalidade anterior a esse período, com vereadores, prefeitos/intendentes e juízes.

Então, qual seria a data mais adequada para se comemorar o aniversário de Tutóia? O da emancipação política mais recente ou o da fundação do município? Diria que o mais correto seria o da fundação, mas ainda assim, há mais uma questão para ser resolvida. Seria a data da fundação de Tutóia (velha), enquanto município ou a da fundação da Tutóia (nova), enquanto sede?

Se a intenção é comemorar o aniversário da nova sede, ou seja, da “Tutóia Nova”, então a referência deveria ser a data da formalização da Lei de n.º 297 de 16 de abril de 1901, sancionada pelo então governador do Maranhão, João Gualberto Torreão da Costa que elevou a povoação de Porto de Salinas para a categoria de vila com a denominação de “Tutóia”, ao mesmo tempo em que transferiu a sede do município para a nova vila. Nesse caso, Tutóia (nova), enquanto sede, irá completar este ano, 117 anos.

Veja que em 1901, Tutóia já era considerada município, portanto, emancipada, o que ocorreu foi somente a transferência de sede, sendo, portanto, a municipalidade algo já existente anteriormente, nesse sentido, transferência de sede não significou necessariamente, fundação de novo município.

No caso de as comemorações terem como objetivo, celebrar o aniversário do município, então Tutóia é bem mais antiga. Tomando como referência a fundação da antiga vila Viçosa de Tutóia no ano de 1758, neste caso, Tutóia completou ou completará este ano, portanto, 260 anos de fundação o que seria do ponto de vista histórico, mais plausível, levando em consideração todo o acúmulo histórico dos seus antepassados, seus fundadores, seu povo, sua cultura e suas tradições.

Achar que Tutóia com toda a sua riqueza histórica, inclusive, no contexto da história do Maranhão, tenha apenas 80 anos, me parece sem sentido, talvez fosse o caso de rever a quantidade de velinhas desse bolo, adotando referências com mais respaldos históricos e fidedignos.






* Professor de história e historiador.

2 comentários:

  1. Caro Professor-Presidente, esse fato é comum no Maranhão... muito mais do que se pensa, e em especial, já que se referiu, à barreirinhas, cuja data de fundação é muito mais a ntiga, e de julho, e não março, como se comemora... já me referi a isso, por diversas vezes, inclusive em pronunciamento nesse IHGM... Paraibano, a data de criação do municipio e a elevação do povoado em cidade, se dá em 31 de dezsembro de 1952; a comemoração, se dá em 6 de janeiro, data da instalação, como se fosse a fundação, de 1953... e assim segue a roda da História. mas Tutóia é muito mais antiga!!! tem pelo menos, cerca de 3.000 anos, a juulgar alguns estudos de que se dispo~em hoje.
    Vejamos: De acordo com Schwennhagen o continente americano é a lendária ilha das Sete Cidades. Diz o autor que tupi significa "filho ou crente de Tupã". A religião tupi teria aparecido no Norte do Brasil cerca de 1050 a 1000 a.C., juntamente com os fenícios, propagada por sacerdotes cários, da ordem dos piagas. Os piagas (de onde deriva pajés) fundaram no Norte do Brasil um centro nacional dos povos tupis, denominando Piaguia a esse lugar, de onde se formou o nome Piauí. Esse lugar era as Sete Cidades (hoje Parque Nacional de Sete Cidades). A Gruta de Ubajara teria sido fruto de escavações para retirada de salitre, produto comercializado pelos fenícios. A cidade de Tutóia no Maranhão teria sido fundada por navegadores fenícios e por emigrantes da Ásia Menor que chegavam em navios fenícios, que escolheram o local para construir uma praça forte, de onde dominariam a foz do rio Parnaíba.
    ( Ludwig Schwennhagen (n. Áustria, fl. 1900-1928) foi um professor de História e Filologia no Nordeste do Brasil, escritor e proponente da Teoria da presença de fenícios no Brasil. Era membro da Sociedade de Geografia Comercial de Viena. Em Teresina se diz que era um alemão calmo e de grande porte, que ensinava História, que bebia cachaça nas horas de folga, que esteve estudando ruínas no Estado do Piauí e outros do Nordeste, e chegou a Teresina no primeiro quartel do século XX. Ludwig Schwennhagen publicou artigos na imprensa norte-rio-grandense. Schwennhagen foi sócio do jornal anti-semita de Berlim na Alemanha Staatsbürgerzeitung, pelo qual entrou em conflito com Hirsch Hildesheimer, da comunidade judaica. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ludwig_Schwennhagen
    Schwennhagen, Ludwig. Antiga História do Brasil. De 1100 a.C. a 1500 d.C.. Quarta edição. Apresentação e notas de Moacir C. Lopes. Livraria Editora Cátedra, Rio de Janeiro 1986.
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_presen%C3%A7a_de_fen%C3%ADcios_no_Brasil
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_presen%C3%A7a_de_fen%C3%ADcios_no_Brasil )
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  2. Para Ludwig, as pegadas nas pedras existentes na região da Chapada das Mesas eram representação do grão-sacerdote Sumer, cujo nome teria sido modificado para Sumé. Ludwig Schwennhagen fala em seu livro Antiga História do Brasil, de 1100 a.C. a 1500 d.C. (1928) que os fenícios tinham escolhido a ilha de São Luís como ponto de entrada para uma segunda onda de imigrantes.
    Chamaram-na de Tuapon, que significava “cidade de Tupã” – uma das divindades dos índios tupi –, onde fundaram várias aldeias, das quais 27 ainda existiam na época da chegada dos primeiros europeus. De lá, atravessando pequenos rios, foram navegando até onde hoje está a cidade de Belém do Pará. O nome Maranhão derivaria de Mara-Ion, dado pelos fenícios. Tudo isso teria acontecido por volta de 1100 a.C., ou seja, muito antes do descobrimento do Brasil pelos portugueses .

    Realizando pesquisas em vários estados do Brasil, deteve-se no Piauí e no Maranhão. Sobre o Maranhão, em seu relato, sustenta a tese de que a cidade de São Luís – como Tutóia - foi fundada por navegadores fenícios:
    Sustento a tese de que a cidade hoje chamada S. Luis, foi fundada por navegadores fenícios, 1.000 anos antes de Cristo, ao mesmo tempo que era levantada, na foz do rio Parnaíba, a de Tutóia, cujo nome antigo era Tu-Troia (terra de Tróia). O nome da capital da ilha do Maranhão era Tupã.
    As duas cidades, porém, não eram cidades fenícias; somente os fundadores e organizadores eram gente que chegara no Mediterrâneo. A grande massa dos habitantes eram tupis: em Tutóia, tabajaras, em Tupaón, tupiniquins. (SCHWENNHAGEN, 1925).

    Chegados por estas terras por volta do ano 1.000 a.C - relacionaram-se com os habitantes da terra – tupis – fundando Tu-Troia – Tutóia – e Tupaón –Upau-açú:

    Em A Pacotilha (30 de maio de 1925), de autoria de Ludovico Schwennhagen é publicado artigo com o seguinte título: MINHAS PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS NO MARANHÃO

    É que originalmente, ao discutir-se a contribuição do IHGM para a arqueologia maranhense – e brasileira -, através dos trabalhos de Raimundo – e seu irmão Antonio – Lopes, havia dado o título de “nem francesa, nem portuguesa... fenícia!!!”, apenas como provocação. Igual incomodo manifestou Antonio Noberto : ” Falar em fundação é complicado. Falar em presença de fenícios em um tempo remoto eu concordo. Fundação de um lugar subtende continuação. ..”.
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