terça-feira, 15 de abril de 2014

Em entrevista ao Notícias da TV, ontem, por telefone, Rachel Sheherazade afirmou que não acredita que tenha sido vítima de censura

Bastidores da notícia




Sheherazade pensou que seria demitida; governo pressionou SBT





LOURIVAL RIBEIRO/SBT
Rachel Sheherazade na redação de jornalismo do SBT; âncora do SBT Brasil pensou que seria demitida
Por DANIEL CASTRO e PAULO PACHECO, em 15/04/2014 · Atualizado às 12h44
A jornalista Rachel Sheherazade comentou com colegas do SBT, logo após reunião com a cúpula da emissora, ontem (14) à tarde, que pensou que seria demitida. A jornalistas do SBT Brasil, ela afirmou que "saiu barato" ter sido apenas censurada.

Logo após a reunião entre Sheherazade com José Roberto Maciel (vice-presidente do SBT) e Marcelo Parada (diretor de jornalismo), o SBT emitiu nota oficial comunicando que a jornalista e seu colega de bancada, Joseval Peixoto, não irão mais emitir opiniões pessoais nos telejornais da emissora. O SBT irá se manifestar apenas via editoriais, quando achar necessário.

Na nota, o SBT afirmou que Sheherazade e Peixoto não farão mais comentários para preservá-los "em razão do atual cenário criado recentemente", mas o Notícias da TV apurou que a medida foi tomada sob pressão do governo federal. Há duas semanas, Marcelo Parada se reuniu em Brasília com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann. Na ocasião, Traumann manifestou desconforto com os comentários de Sheherazade. O ministro controla as verbas do governo federal, que investe cerca de R$ 150 milhões em publicidade por ano no SBT.

Em entrevista ao Notícias da TV, ontem, por telefone, Rachel Sheherazade afirmou que não acredita que tenha sido vítima de censura e diz que continuará emitindo comentários por outros meios, como a internet. Mais tarde, por e-mail, a jornalista reforçou sua opinião: "Posso usar as redes sociais para continuar fazendo o que eu fazia no horário nobre: colocar o dedo na ferida. Quando e se a emissora quiser minhas opiniões, volto a falar".
O SBT não confirma que teve pressão do governo federal para cortar os comentários de Rachel Sheherazade. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República não comentou.

Rachel Sheherazade não vai ter seu salário alterado com a proibição do SBT de emitir opiniões pessoais no telejornal SBT Brasil. De acordo com o colunista Thiago Prado, da revista Veja, a apresentadora continua recebendo o pagamento de R$ 90 mil mensais.
Segundo a publicação, a quantia é uma das mais altas pagas pela emissora de Silvio Santos. A mais alta pertence a Carlos Nascimento, que gira em torno de R$ 250 mil. Lembrando que o jornalista segue afastado de suas funções no canal para tratar de um câncer no intestino.




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