"Desejamos o apoio de todos os partidos," diz Dino
Flávio Dino explica que na frente oposicionista têm espaço para diversas legendas, por isso ele ainda espera contar com o PSDB, PT e tem certeza que existirá um entendimento na construção da chapa majoritária
Diego Emir/Jornal O Imparcial
O pré-candidato ao governo diz que também ainda espera o apoio do PT e que não necessariamente o partido deve ter um espaço na chapa majoritária para declarar apoio, afinal o seu projeto é construído por ideias e não de pessoas. Fala que é natural ele contar com o apoio de diferentes presidenciáveis e assim manter o pedido de votos a todos, afinal assim pode-se chegar à vitória.
Quanto a sua prioridade número um, caso vença a eleição é proporcionar a melhoria imediata e substancial dos índices sociais do estado.
Confira na íntegra a entrevista:
O Imparcial - Flávio, o senhor é líder nas pesquisas e o grupo adversário no momento ainda nem possui candidato. Como não entrar no clima de "já ganhou"?
Flávio Dino - Ninguém ganha eleição por antecipação. Encaro a liderança das pesquisas com os dois pés bem firmes no chão. Agradeço muito a confiança que a população deposita em nossa pré-candidatura. Nós vamos trabalhar muito até outubro para manter esse grande apoio à ideia de um novo ciclo político no Maranhão.
Sobre a vaga de vice-governador. PDT, PSDB e Solidariedade, qual partido irá indicar o nome? E quando será este anúncio?
Estamos construindo esse processo, com prudência e respeito aos pleitos dos vários partidos, todos absolutamente legítimos. Acharemos uma solução democrática, assim como fizemos em relação ao Senado, com a pré-candidatura de Roberto Rocha. Diálogo é a marca da nova política que queremos fazer no Maranhão. Temos um prazo legal para isso, que são as convenções, e o tempo próprio da política, que pode amadurecer essa decisão antes disso.
O PDT e PSDB ameaçam romper, caso não sejam os escolhidos. O que será feito para mantê-los unidos em torno de sua candidatura?
Desconheço tais "ameaças", pelo contrário: os dirigentes desses partidos tem muita maturidade para conversarem com todos, e assim tem sido feito. Quem está em crise no Maranhão não é o campo da oposição, que já conseguiu construir consenso em torno de dois postos importantes na chapa. Tenho confiança de que o sentido de responsabilidade de todos com o Maranhão vai prevalecer e vamos construir uma solução madura para essa disputa.
E o senhor ainda deseja o apoio do PT? Se sim, onde o senhor acomodaria esse partido?
Desejamos o apoio de todos os partidos que queiram somar-se a esse processo cujo grande construtor é o povo do Maranhão. Isso inclui o PT, lógico, até porque suas bases sempre estiveram ao nosso lado. Mas o nosso princípio para fazer aliança não é oferecer cargos, é oferecer um projeto. A decisão do PT vir conosco depende disso, de uma opção deles em integrar esse grande partido maior que cada um de nós, o partido do Maranhão. Faço novamente o convite público para que o PT e os petistas nos ajudem nessa caminhada.
Desejamos o apoio de todos os partidos que queiram somar-se a esse processo cujo grande construtor é o povo do Maranhão. Isso inclui o PT, lógico, até porque suas bases sempre estiveram ao nosso lado. Mas o nosso princípio para fazer aliança não é oferecer cargos, é oferecer um projeto. A decisão do PT vir conosco depende disso, de uma opção deles em integrar esse grande partido maior que cada um de nós, o partido do Maranhão. Faço novamente o convite público para que o PT e os petistas nos ajudem nessa caminhada.
O senhor é apoiado pelo Eduardo Campos e pode receber a adesão do Aécio Neves. Mas mesmo assim ainda existe a possibilidade do senhor de pedir votos para a presidente Dilma?
Nossa aliança tem partidos que apoiam os três presidenciáveis. Isso é absolutamente natural e não há nenhum problema. Foi com uma aliança assim, em que forças nacionais concorrentes se uniram no plano estadual, que o Acre derrotou a sua oligarquia e iniciou uma nova etapa na sua história. Queremos unir forças em nome do Maranhão, não em torno de pessoas.
Sendo eleito governador e havendo reeleição da presidente Dilma, como será a relação do estado com o governo federal?
Qualquer que seja o próximo presidente da República, teremos uma relação de colaboração para retirar nosso Estado da situação de injustiças sociais em que se encontra. O fato de ter exercido funções de âmbito nacional, nos três Poderes, me permitiu ter condições de dialogar e trabalhar com quem quer que seja o próximo Presidente. Hoje, o Brasil inteiro torce pelo Maranhão, torce pela mudança, e por isso tantas forças se encontram junto conosco. A derrota do grupo dominante é uma virada de página necessária para o nosso Estado, e também um sinal de que a velha política, do clientelismo e do coronelismo, perde força no Brasil inteiro. Precisamos derrotar as perseguições e chantagens como métodos de ação politica.
Com quantos prefeitos espera contar na sua campanha para governador?
Serão dezenas e a cada dia são mais. Nossos apoios entre as lideranças municipalistas aumentam a cada dia. Sou representante da causa municipalista, de um governo descentralizado e participativo. Porém, o mais importante não é saber com quantos eu vou contar para vencer a eleição, e sim assegurar a todos os prefeitos que, se nós vencermos o pleito, eles contarão com o apoio e o respeito do governador e do governo, independentemente de preferências partidárias. Nós queremos acabar com a prática da perseguição e da exclusão política no Maranhão, pois quando o governo do estado trata mal uma prefeitura porque ela é de oposição, como muitas vezes acontece, ele na verdade está tratando mal o povo da cidade.
O sentimento de mudança está contagiando não só a população, mas também a classe política?
Sim, o povo quer transformações, e a força com que ele demonstra esse sentimento ajuda a que muitas lideranças políticas passem a caminhar conosco. Existem muitos maranhenses de bem que já estiveram ao lado do grupo dominante, não cabe a ninguém ser juiz da opção política dos outros. Sabemos que muitas dessas pessoas, sem que isso seja incoerente, estão amadurecendo a ideia de que 50 anos é tempo demais, que o Maranhão precisa do oxigênio da alternância do poder para avançar. E estão vendo que é possível mudar, que chegou a hora, que agora temos força pra vencer as eleições e governar esse estado. Por isso a cada momento as adesões crescem, no povo e na classe política.
O senhor fez uma campanha por eleições limpas. Por qual motivo surgiu esse pedido?
Porque nós sabemos que o domínio do grupo político adversário, nesses quase 50 anos, também passou por práticas eleitorais condenáveis. Uso indevido de verbas do governo, eleições duvidosas, compra de votos, mentiras e agressões morais são algumas das práticas com as quais infelizmente o Maranhão tem convivido. Queremos um Maranhão de novas práticas, em que a verdade prevaleça e o debate eleitoral seja feito de forma honesta, transparente e respeitosa.
Eleito governador, qual seria sua prioridade número 1?
Nossa prioridade é incentivar a produção no campo e nas cidades, e levar os serviços públicos essenciais a todos os maranhenses. Com isso, vamos alcançar nossa meta que é melhorar os indicadores sociais do Maranhão. Eu acredito no nosso estado, nas suas potencialidades econômicas, na capacidade de nossa gente. Podemos gerar mais riqueza e distribuir seus frutos a todos os maranhenses. Não há nada que nos condene a estar sempre nos últimos lugares em indicadores como saúde, segurança, saneamento, habitação. Eu quero colocar em marcha mudanças na área social que coloquem o Maranhão no mesmo nível dos estados líderes do Brasil.
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