Convocado pela governadora Roseana Sarney (PMDB-MA) para ser o candidato da situação ao governo, o senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA) ensaia um discurso de distanciamento da família Sarney, que detém o poder político no Maranhão há quase 50 anos.
O grupo de Roseana iria lançar o ex-secretário de Infraestrutura Luis Fernando Silva. Na última semana, porém, ele desistiu da disputa.
A governadora acionou Lobão Filho, até então pré-candidato ao Senado, e pediu que ele substituísse Silva.
“Soube às 10h de domingo [6] que o Luis Fernando havia desistido. Ao meio-dia, já sabia que o Lobão seria candidato”, diz o deputado federal Pedro Novais, vice-presidente do PMDB maranhense.
As mudanças podem ter sido motivadas por pesquisas de intenção de voto, que até agora dão ampla vantagem a Flávio Dino (PC do B), opositor da família Sarney.
Ainda que tenha o apoio de Roseana, a quem diz ver como “irmã”, Lobão Filho diz que irá se apresentar como candidato da “mudança”.
“O grande vai ser fazer isso sem esculhambar, mas a verdade é: não sou a continuação. Não estou criticando, mas minha forma de gestão é totalmente diferente.”
Segundo o senador, a família Lobão tem “personalidade própria”. “Integramos o mesmo grupo, mas nunca fomos subservientes à família Sarney. Nem meu pai ao Sarney nem eu a Roseana.”
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, é aliado do senador José Sarney (PMDB-AP) desde o início de sua carreira política, na década de 1970. Chegou ao ministério, em 2008, por influência do ex-presidente.
Lobão Filho advoga por uma “gestão empresarial” no Maranhão. Na linha “morde e assopra”, se diz “mais rígido” do que a filha de Sarney.
“Não que ela [Roseana] seja mole, mas temos estilos diferentes. É uma mulher, eu sou homem, empresário, e quero mostrar isso”, afirma.
O senador já adianta promessas e diz defender o fechamento, ainda no primeiro ano da eventual gestão, do complexo de Pedrinhas, em São Luís, símbolo da crise do sistema penitenciário.
Para Flávio Dino, Lobão Filho tentará se diferenciar da família Sarney para se distanciar do que vê como rejeição à gestão Roseana. “É a mesma razão que fez a governadora não sair para o Senado e o Luis Fernando retirar a candidatura. Eles veem que há cansaço da população.
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