Cotado para assumir a Casa se reuniu com representantes de 11 partidos. Waldir Maranhão quer votação na quinta, penúltimo dia antes do recesso.
Cotado para disputar a presidência da Câmara e tido como um dos favoritos no pleito, o líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF), se reuniu na sexta-feira (8) com representantes de 11 partidos na Casa para tentar manter a votação na próxima terça-feira (12).
Os líderes partidários passaram o dia em embate com o presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), sobre a data da eleição de seu sucessor. Maranhão a marcou para a próxima quinta (14), mas foi desautorizado pelos líderes partidários, que a anteciparam para terça.
Em retaliação, o presidente em exercício exonerou nesta manhã o secretário-geral da Mesa Diretora, o servidor Silvio Avelino, que participou da reunião dos líderes. Ele também mandou retirar as cabines de votação que já estavam sendo instaladas no plenário, e reafirmou que a eleição será apenas na quinta.
Após reunião com líderes de blocos que reúnem PMDB, PEN, PP, PTB, PSC, PR,PTN, PT do B, PSL, SD e PV, Rosso anunciou um pedido para que a Mesa Diretora, com os deputados da cúpula da Câmara, se reúna na próxima segunda (11) para ratificar a decisão do colégio de líderes de marcar a eleição para a tarde de terça.
O regimento interno permite que o colégio de líderes convoque sessões extraordinárias para, inclusive, realizar eleições para a presidência da Casa.
Apenas um dia após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cinco deputados já formalizaram sua candidatura para o cargo.
Conflito de datas
A data coincide com uma sessão marcada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que analisará um pedido do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que sua cassação seja novamente votada pelo Conselho de Ética. A realização simultânea de uma eleição no plenário para a presidência da Câmara poderia inviabilizar a decisão sobre o peemedebista.
Oficialmente, Rosso nega que será candidato, mas diz que a realização da eleição na quinta, como quer Maranhão, pode acabar adiando a escolha de seu sucessor para agosto, com o risco de obstruções e prolongamento das discussões em plenário.
"Não gostaríamos que fosse no último dia, no deadline, naquele momento final, porque vamos passar o mês de julho inteiro sem presidente, sem titularidade. Vamos entrar em agosto, mês que teremos importantes decisões no Senado", afirmou, em referência à votação final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
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Rosso nega que, com a eleição na terça, queira inviabilizar e adiar novamente um desfecho sobre a cassação de Eduardo Cunha. Diz que também concordaria com a eleição na quarta.
Vice-líder do PMDB e ligado a Cunha, Carlos Marun (MS), também defendeu a eleição antes de agosto, para que a escolha não tenha influência do processo de impeachment.
"Jogar a eleição da Casa para início de agosto para que essa decisão importante da Casa se misture com a questão da decisão final do impeachment da presidente Dilma e da parte do Maranhão, vai permitir que ele fique andando de avião da FAB por mais alguns dias. Não vamos aceitar isso e nem participar de qualquer tipo de articulação de deputados que estejam atuando no sentido de boicotar a eleição", disse.
Num campo oposto, o DEM, que pode lançar à presidência da Câmara o deputado Rodrigo Maia (RJ) ou José Carlos Aleluia (BA), concordou com a eleição na quinta. O partido tenta, nos bastidores, obter apoio do PT para vencer o grupo mais ligado a Cunha, que pretende eleger o novo presidente da Casa.
"O DEM tem dois candidatos. Temos que escolher um deles até segunda. Espero que haja convergência desse grupo com PSB, PSDB, PPS e com outros que queiram vir, até mesmo o PT, PCdoB, PDT, Rede, PSOL, PTB. Os partidos são convidados. Que nós tenhamos um candidato que represente a instituição. Não vamos fazer barreira a parlamentares de quaisquer partidos que queiram resgatar a imagem da Câmara", afirmou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).
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