Militantes de movimentos sociais farão greve de fome por Lula livre
Seis militantes de movimentos sociais começarão nesta terça-feira, às 16h, uma greve de fome pela libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há mais de três meses, desde 7 de abril. Os apoiadores de Lula ficarão em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), para pressionar a presidente da Corte, Cármen Lúcia, para rediscutir a prisão de condenado após julgamento em segunda instância.
A “greve de fome por Justiça no STF” tem apoio da Frente Brasil Popular e os militantes são de diferentes Estados. Serão três ligados ao MST — Jaime Amorim (Pernambuco), Vilmar Pacífico (Paraná) e Zonália Santos (Rondônia)– , dois do Movimento dos Pequenos Agricultores — frei Sérgio Antonio Görgen (Rio Grande do Sul) e Rafaela Alves (Sergipe) — e um da Central dos Movimentos Populares — Luiz Gonzaga Silva, o Gegê (São Paulo).
Segundo o líder do MST, João Pedro Stédile, o ex-presidente Lula concordou com a ação dos militantes e deve enviar uma carta em solidariedade a eles. Não há previsão, porém, de que o ex-presidente também faça greve de fome.
O líder do MST afirmou que “poucas pessoas têm coragem de tomar a decisão” de fazer greve de fome e disse que ao longo do tempo o ato poderá ter novas adesões. Stédile afirmou que os movimentos populares poderão “repor” os militantes que não estiverem em boas condições de saúde para que a greve não termine. O líder do MST disse ainda que para acabar com a greve basta que a presidente do STF paute para o plenário os recursos que contestam a prisão após a condenação em segunda instância, antes do término do julgamento dos recursos. “Basta a Cármen Lúcia colocar em plenário esses recursos para [os militantes] saírem da greve de fome.”
Ao justificarem a ação, os apoiadores de Lula afirmaram que o ex-presidente é um preso político e que a Justiça tenta impedi-lo de disputar novamente a Presidência, em outubro.
Frei franciscano, Sérgio Antonio Görgen disse que o fim da greve de fome “caberá aos ministros do Supremo” e afirmou que integrantes do Judiciário deverão ser responsabilizados por eventuais problemas de saúde dos militantes. “Se algo grave acontecer com qualquer um de nós, haverá culpados e responsáveis. O primeiro deles chama-se juiz Sergio Moro”, disse, em referência ao juiz que condenou Lula em primeira instância. O religioso criticou também os desembargadores João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus , do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, responsáveis pela condenação de Lula em segunda instância. “Os responsáveis são os que têm a caneta na mão”, disse, em entrevista à imprensa em Brasília, transmitida pela internet. “Vamos com essa greve até Lula sair da cadeia.”
Ligado ao movimento dos pequenos agricultores, o religioso disse que já fez greve de fome por 22 dias e que, a princípio, os apoiadores de Lula ficarão algumas horas por dia em frente ao Supremo. No restante do tempo, irão para um prédio próximo, para preservar a saúde. Uma equipe médica deve acompanhar os manifestantes.
Jaime Amorim, do MST, afirmou que o grupo considera a greve de fome como um “instrumento de luta política” e disse que o ato não tem data para terminar. Para o militante, a liberdade de Lula é fundamental para a democracia do país.
Fonte: Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário