quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

CÂMARA E SENADO REELEGEM SEUS PRESIDENTES CONGRESSISTAS

 

Com 464 votos, Arthur Lira é reeleito presidente da Câmara dos Deputados

Arthur Lira

G1 – O deputado federal Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito na quarta-feira (1º) como presidente da Câmara dos Deputados e ficará no comando da Casa pelos próximos dois anos, até 2025.

Lira teve 464 votos, recorde para uma votação na Câmara. Dos 513 deputados, 509 votaram.

Concorriam com Lira, os deputados:

Chico Alencar (PSOL-RJ): 21 votos
Marcel Van Hattem (Novo-RS): 19 votos
Além disso, houve 5 votos em branco.

Lira é um dos principais articuladores políticos do Centrão e conseguiu nesta eleição fazer alianças com partidos de posições políticas diferentes, como o PL e o PT. O bloco de apoio ao parlamentar reuniu 496 dos 513 deputados federais. A composição foi formalizada mais cedo na Secretaria-Geral da Mesa (SGM).

Relação com Lula e Bolsonaro

Lira foi um dos principais defensores e articuladores das emendas de relator, recursos que ficaram conhecidos como orçamento secreto pela falta de transparência e pela disparidade na distribuição entre parlamentares. Esses recursos foram declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado.

Nos dois primeiros anos de mandato como presidente da Câmara, foi aliado do então presidente Jair Bolsonaro e ajudou a articular pautas de interesse do Executivo. No ano passado, Lira chegou a fazer campanha a favor da reeleição de Bolsonaro.

Contudo, em outubro passado, Lira foi uma das primeiras autoridades da República a parabenizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela vitória nas urnas.

Desde então se aproximou do presidente eleito. Em entrevista à GloboNews na última terça-feira (31), Lira afirmou que tem uma relação “tranquila” com Lula e que “nunca” fez críticas pessoais ao petista.

O parlamentar tem dito que os governos têm “múltiplas faces” e que apoiava no governo Bolsonaro a “face” do governo liberal na economia, não as pautas antidemocráticas.

Em dezembro, patrocinou uma pauta essencial para o governo eleito de Lula, a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição, que abriu espaço no teto de gastos para que o governo eleito pagasse o Bolsa Família no valor de R$ 600, uma promessa de campanha.

O presidente da Câmara disse, ainda, que pretende articular junto ao governo federal, ainda neste ano, a aprovação de uma proposta que apresente um novo “arcabouço fiscal” para o país. Para Lira, o texto deve conter responsabilidade fiscal e garantir, ao mesmo tempo, o “avanço dos programas sociais”.

Mais cedo, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que uma das prioridades do governo é a reforma tributária.

Rodrigo Pacheco é reeleito presidente do Senado

Rodrigo Pacheco

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito presidente do Senado nesta quarta-feira, num resultado que representa também uma vitória para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Por 49 votos a 32, Pacheco venceu Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Jair Bolsonaro, que teve apoio da ala bolsonarista da Casa e que conseguiu angariar votos nos últimos dias da disputa.

O político continuará no cargo por mais dois anos, até 2025 — ele assumiu o posto em 202. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que chegou a lançar a sua candidatura, desistiu da disputa na última hora e declarou voto em Marinho.

O Palácio do Planalto atuou de forma intensa pela reeleição de Pacheco e evitar a vitória da oposição, o que poderia comprometer a governabilidade do novo governo. O presidente orientou o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), a buscar o voto de parlamentares que se diziam indecisos.

A vitória no Senado era considerada fundamental pelo Palácio do Planalto, pois a Casa tem prerrogativas como analisar indicação de embaixadores, de diretores de agência e ministros de tribunais superiores, além de também ter o poder de articular comissões parlamentares de inquérito que podem se virar contra o governo. Cabe ainda ao presidente do Congresso, que também é o do Senado, conduzir a sessão que aprova o Orçamento da União.

Em sua campanha à reeleição, Pacheco e seus aliados apostaram no discurso em defesa da democracia, em oposição a Marinho, associado ao bolsonarismo.

Diante do crescimento de Marinho nos últimos dias, principalmente dentro partidos que estavam na órbita do senador do PSD, o Palácio do Planalto acelerou na reta final negociações para que senadores indicassem cargos no segundo e terceiro escalão do governo federal. O movimento foi feito para conter principalmente potenciais traições no União Brasil e no próprio PSD de Pacheco.

O presidente do Senado contou com o apoio declarado das bancadas do MDB, PT, PSB e PDT. Também conseguiu votos de uma ala do União Brasil. Já Marinho teve uma aliança que contou com PP e Republicanos, além da declaração de voto de alguns senadores de partidos menores, como PSDB e Podemos, e parte do MDB, PL e União Brasil. Apesar disso, não foi o suficiente para vencer Pacheco, que tinha bancadas maiores no seu bloco.

Há dois anos, Pacheco foi o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro ao comando da Casa, em um acordo que também contou com o endosso do PT. Na época, derrotou a então senadora Simone Tebet (MDB-MS), que hoje é ministra do Planejamento.

O GLOBO

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