MPF identificou empresários e falecidos na lista de beneficiários do programa. Mais de 2,5 mil cadastros irregulares foram identificados nos 216 municípios.
Pagamentos a falsos beneficiários do Bolsa Família foram registrados nos 16 municípios do Amapá nos últimos três anos. As informações integram um "raio-x" do programa feito pelo Ministério Público Federal (MPF), que detectou entre outras irregularidades, o pagamento de R$ 11,2 milhões a pessoas cadastradas com renda acima da permitida.
O levantamento feito entre 2013 e maio de 2016 apontou que 2.517 dos 86.552 beneficiários do programa apresentam alguma discordância em relação aos critérios de participação. Um total de 1.795 cadastrados no programa no Amapáforam apontados pelo MPF como empresários que receberam R$ 9,2 milhões indevidamente do Bolsa Família.
O Raio-X aponta também que 561 servidores públicos e 37 falecidos foram contemplados com pagamentos do programa, totalizando quase R$ 2 milhões. O relatório mostra ainda beneficiários que doaram para campanhas eleitorais valores muito acima do que recebem.
Com os dados, o MPF no Amapá emitiu recomendações para os 16 municípios do Amapá, com o objetivo de que os gestores visitem os domicílios dos mais de 2,5 mil beneficiários suspeitos de irregularidades.
Entre os municípios do estado, Pedra Branca do Amapari apresenta o maior de indicador, com 3,9% dos beneficiários sob suspeita, seguido por Laranjal do Jari (3,45%) e Macapá (3,04%).
Além dos supostos contemplados, outras 13 pessoas tiveram o benefício bloqueado no estado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em outra ação. O órgão apontou a ocorrência de doações para campanha eleitoral deste ano acima do valor permitido pela lei que é de 10% da renda declarada pelo cidadão no ano anterior.
Os beneficiários apontados pelo TCU serão convocados para atualizar os cadastros, e podem ser excluídos do programa, caso fique comprovado que eles não se enquadram nos requisitos do Bolsa.
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