Dino deve escolher sucessor até o fim do ano e Jerry fala em “bater na tecla da frente ampla”
Com a interdição na costura de uma frente de esquerda para as eleições de 2022, devido a projetos presidenciais distintos neste campo, partidos como PT, PDT, PSB e PCdoB vêm buscando alianças locais com legendas do Centrão. Há conversas com as cúpulas locais de siglas como PSD, PP, Republicanos, próximas ao governo do presidente Jair Bolsonaro, além do MDB.
Vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá afirma que a sigla buscará alianças “onde tiver perspectiva de ter palanque”.
— Em 2022, é para eleger presidente da República. Haddad e o PT precisam ter palanques no Rio. O partido está tendo uma retomada lenta, gradual e segura de sua relação com o centro. Se a gente quer governar o Brasil, precisamos acessar esse eleitor — argumentou Quaquá.
Além de ter sido criticado por Ciro, o avanço de Haddad numa espécie de pré-campanha para 2022 foi reprovado pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que classificou o gesto como uma “tática eleitoral equivocada”. Antes do novo recrudescimento da pandemia da Covid-19, Haddad planejava viagens para o Rio e os estados do Nordeste.
Dino deve decidir até o fim do ano entre o apoio a dois postulantes à sucessão: o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) e o senador Weverton Rocha (PDT).
Brandão diz abertamente que será candidato à sucessão de Dino. Weverton, por sua vez, não fala declaradamente que é candidato, mas o seu partido tem planos de voltar ao governo do Maranhao. “Se Deus um dia me permitir governar o meu estado, eu sei que o primeiro desafio é manter o que Flávio Dino começou. Ele abriu muitos novos serviços. Para você ter ideia, nós tínhamos muitas regiões no Maranhão que não tinha um leito de UTI e hoje temos vários serviços de saúde. Ele criou um programa, inspirado no Brizola, chamado Escola Digna”, afirmou Weverton neste final de semana.
Por ora, aliados do governador afirmam que a disputa estadual precisa “decantar”.
— Vamos bater na tecla da frente ampla, o que pressupõe diálogo amplo — afirmou Márcio Jerry, um dos articuladores do PCdoB local e atual secretário de Cidades ao jornal O Globo.
Jhon Cutrim