sexta-feira, 5 de março de 2021

TUTÓIA PRESTE A COMPLETAR 83 ANOS DE CIDADE - BREVE HISTÓRICO

 

Tutóia a chegada dos 83 anos de sua emancipação Política Administrativa. 

Memória


Tutóia, 83 anos


Breve Historicidade 


83 anos de emancipação política (29 de março de 1938). 

No entanto, a historicidade dessa “cidadezinha praieira” remonta a um passado bem longínquo. Dados históricos afirmam o seu povoamento desde o século XVIII, quando foi confirmada a demarcação de terras no litoral para os indígenas Teremembés, aproximadamente em 1727, sendo denominada de Vila Viçosa com sede no atual povoado de Tutóia Velha. E em 1758, por resolução do império foi elevada a categoria de Vila de Tutóia. 


Em 1901, após ter pertencido ao município de Barreirinhas passa a ter sua sede no Porto de Salinas (atual sede) que surgiu em 1822, quando o coronel Paulino Neves instalou suas atividades comerciais na margem do igarapé. 

Nessa época, fixou –se uma significativa atividade portuária: carga e descarga de mercadorias, uma vez, que inexistia a rodovia que atualmente a liga a outros municípios.

Decorrido esse período, no início do século XX, em 1938, “adquire foros de cidade”. E em 31-12-1948, pela lei estadual nº 269, são criados os distritos de Barro Duro e Paulino Neves e anexados ao município de Tutóia. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 17-1-1991. Pela lei estadual nº 6185, de 10-11-1994, desmembra do município de Tutóia o distrito de Paulino Neves elevado à categoria de município.



Possíveis origens do nome Tutóia. 

“Ludovico Schwenhagen apresenta, em seu livro "Antiga História do Brasil', uma abundante documentação, baseada em dados etnográficos, históricos, arqueoiógicos e lingüísticas, apoiando-se ainda em narração de Diodoro, grande historiador grego, contemporâneo de Júlio César, que teria descrito as viagens dos fenícios ao Brasil. Segundo Diodoro, (...) os fenícios, quando os gregos destruíram Tróia, levaram milhares de troianos e seus aliados para suas colônias e com eles fundaram diversas cidades com o nome de Tróia. (...) No Brasil teriam fundado Tur-Troya (Tur foi uma metrópole fenícia). Daí Tutóia, estação marítima dos fenícios no deita do rio Parnaíba, entreposto de Sete Cidades, 180 quilômetros distante, no interior.” Do site: www.tutoia.8m.com


Alguns historiadores sustentam que o nome provem da língua tupi-guarani e significa “água boa”. 

Outra versão aponta o termo Tutóia como procedente do dialeto indígena que quer dizer “lençol de areia”, “grande extensão de dunas”. 

E há uma quarta versão, que diz, Tutóia é uma corruptela de “tutóia” que quer dizer: “que encanto, que beleza!”.

Os índios Teremembés, primeiros habitantes




Frequentavam os mangues desse litoral com o propósito de dispor de peixes, mariscos e crustáceos para alimentação. Ali, de forma estratégica, podiam se atocaiar e armar emboscadas contra os inimigos. O líder dos Tremembés de Almofala, Ceará, João Venança (2005) afirma: “eles [os índios] faziam um percurso pela costa, até... até a baía... até Paraíba, né? Chegavam lá parece que tinham um confronto, né? Aquele grupo de lá não deixava eles passar pra lá e nem também eles deixavam passar pra cá. Eles desciam até Tutóia do Maranhão, né?” Fonte: Historiador Cearense.


BREVE CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA 

Nossa geografia nos privilegia, o município de Tutóia situa-se entre os Lençóis Maranhenses e o Delta do Parnaíba. Limita-se ao norte com o Oceano Atlântico, ao Sul com a Santana do Maranhão, ao leste com Água Doce e ao oeste com Paulino Neves. Está localizado no microrregião dos lençóis maranhenses, que integra a mesorregião Norte maranhense. Situando-se mais a nordeste do estado maranhão. A uma distancia aproximada de 456 km da capital, e o acesso se dá pela rodovia MA 034. Em 2001, 11.589 habitantes e em 2010, aproximadamente 50.000h, um aumento significativo (IBGE). Sua atual área após desmembrar Paulino Neves, Água Doce e alguns povoados para Santana do Maranhão é de 1.489,38 Km².


RELEVO 

Possui relevo relativamente plano. No litoral apresenta variação com dunas de até 30 metros de altura, as quais movimentam-se durante a maior parte do ano sob ação dos fortes ventos (principalmente entre agosto e outubro). No período chuvoso, os lençóis afloram e formam-se grandes lagoas provenientes da água da chuva, por entre as dunas. No período de estiagem, entre os meses de agosto a dezembro, as dunas são movediças, onde em alguns pontos forçou a mudança de residências em Bairros como o São José, no litoral da cidade.


Já, afastando-se do litoral temos variação de plano a altiplano, principalmente na faixa de 0 a 200 metros em alguns pontos que margeiam os rios Bom Gosto e Barro Duro. 

ILHAS: integrando o grande Delta do Parnaiba as seguintes ilhas: do Cajueiro, Coroatá, Melancieira, Igoronhon, Grande, Pombas, José Correia, Caieira e Papagaio .

PLUVIOSIDADE,CLIMA E VEGETAÇÃO

A nossa situação geográfica, em toda a extensão do município, na zona de transição do Norte para o Nordeste do Brasil nos garante, tanto uma temperatura quanto uma cobertura vegetal típicas dessas duas macros regiões do país. Além da proximidade com o Equador (COORDENADAS: 2º 45’53" de Latitude: sul e : 42º 16’ 28’’ de Longitude oeste) com temperaturas elevadas durante quase todo o ano, mesmo no período chuvoso (que vai do final de janeiro a meados de junho).

No litoral, em quase toda sua extensão, diversificada floresta de manguezais e vegetação rasteira. 

No interior do município, vegetação de pequeno e médio porte (com os denominados capões de mato) onde pode-se situar na parte mais ao sul.

Na região centro-litorânea apresenta vegetação mais rala e rasteira com arbustos e arvores de casaca grossa e retorcidas, que podemos denominar de cerrado tutoiense, pois apresenta menor variação de espécies do que o cerrado brasileiro. 



Referente especificamente ao clima da área dos Lençóis Maranhenses “é o tropical megatérmico, muito quente, úmido a sub-úmido, com índices pluviométricos distribuídos em dois períodos sazonais. As áreas próximas ao PNLM, de acordo com o MMA/IBAMA (2003), apresentam índices pluviométricos anuais de 1.623 mm (Barreirinhas), 1473 mm (Parnaíba), 1593 mm (Tutóia). Todavia, a dinâmica da circulação atmosférica em toda a zona costeira maranhense, sujeita às interferências da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), faz com que a pluviometria local seja marcada pela irregularidade. A temperatura média anual é relativamente alta, atingindo 26,3° a 27,7°C, enquanto a média das temperaturas máximas mensais situam-se entre 31° e 33°C (MARANHÃO, 2002). Nos Lençóis Maranhenses os ventos com direção NE, E, SE e N são influenciados pela ZCIT e pelas altas pressões estacionárias do Atlântico Sul (MMA/IBAMA, 2003)”. (DATAÇÃO E EVOLUÇÃO DOS CAMPOS DE DUNAS EÓLICAS INATIVAS DOS LENÇÓIS MARANHENSES Jorge Hamilton Souza dos Santos. DEGEO/UFMA (notlimah21@bol.com.br) Jorge Xavier da Silva. DEGEO/UFRJ (xavier@lageop.ufrj.br)

HIDROGRAFIA

Dentre os principais rios destacam-se rio Bom Gosto, recebe esse nome por cortar o mais povoado importante por onde passa, o povoado Bom Gosto e o Rio Barro Duro, esse também, antes de desaguar no mar do Delta do Parnaíba passa pelo povoado Barro Duro. Ambos deságuam no mar de Tutóia (Delta do Parnaíba) como observa-se na imagem abaixo. 

Há relatos verbais de antigos moradores que tanto o Rio Bom Gosto quanto o Barro Duro já foram navegáveis em grande parte de seu curso por embarcações de pequeno porte como as canoas utilizadas por pescadores dessas localidades, uma vez que parte significativa destes se utilizam ou se utilizavam da pesca até bem pouco tempo. Atualmente, navegar com essas embarcações além dos limites desses povoados é inviável considerando que o nível de suas águas tem baixado em conseqüência do uso das “custaneiras” nome dado, pelos nativos mais antigos, para a prática da agricultura em períodos de estiagem, nas áreas de mata ciliar desses rios e riachos de Tutóia. Além, da retirada de areia e desmatamento da mata ciliar nas muitas propriedades particulares que margeiam as duas margens do rio Bom Gosto, por exemplo, do povoado Bezerro (onde há a confluência do riacho Buritizal com o riacho São Carlos) ao povoado Bom Gosto.

O mais importante deles de acordo com o zoneamento costeiro do estado do maranhão o Barro Duro com duas pontes sobre o mesmo. Não posso precisar ainda as suas extensões (num trabalho completo no futuro, certamente terei essas informações). 


RIO BOM GOSTO UM ESTUDO A PARTE 

A retirada de substrato argiloso e areia, mesmo de forma artesanal, tem se observado o surgimento de crôas (bancos de areia exposta) em função da correnteza que transporta resíduos para locais mais baixos, associado ao loteamento nos últimos dez anos das margens esquerda e direita desse rio para construção de áreas de lazer com construções feitas a menos de 5 metros da margem, e, em conseqüência, o desmatamento da mata ciliar, e por o terreno ser acidentado, ou seja, por ser terrenos de declive em relação às suas margens e o rio torna-se vulnerável às enxurradas provocando assoreamento e em muitos pontos erosões”.


A problemática da poluição começa a ameaçar o rio principalmente na área do povoado Bom Gosto onde é possível visualizar a distancias médias de 15 metros focos de poluição com os mais variados tipos de lixo (garrafas pets, sacolas e copos plásticas, vidros etc).


Imagem feita pela Professora Socorro Ramos e equipe de alunos do Ensino Fundamental, próxima a ponto sobre o rio Bom Gosto e bares. Lixo variado nesse ponto e dentro das águas. 2006
Adultos e crianças dividem o mesmo espaço ao tomar banho no rio. Cultura antiga de lavar os animais nas águas do rio.


Além desses, há inúmeros riachos que cortam todo o município: o riacho São Bento que passa pelos povoados São João dos Tomaz, Santa Rosa dos Tomaz, Curralinho, Belagua, Cocal antes de chegar a Barro Duro e receber o nome Rio Barro Duro. Riachos: Periquito, Banguê, Dendê, Itaperinha, Buritizinho, Santo Antonio (nascente na Justa e foz no igarapé de Moita Verde) etc. Lagoas: Lagoa Grande (praticamente inexistente) e Lagoinha. Riacho do Meio do Carmo, morrendo:


POVOAMENTO 
Cadernos IMESC 5 O PROCESSO DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO MARANHENSE 
José Ribamar Trovão, mestre em geografia maranhense 



“Na primeira década do século XX teve início, embora de maneira inicialmente tímida uma penetração de nordestinos em busca de terras disponíveis e fugindo das secas e das dificuldades de absorção da mão-de-obra no próprio nordeste usaram como “portas” de entrada três lugares, inicialmente por via marítima, cuja entrada se fez pelo porto de Tutóia e as outras duas através do Vale do Parnaíba, tendo como entradas Floriano e Teresina. Referidos migrantes encontraram em terras maranhenses aquilo que não tinham no seu Estado de origem: terras abundantes e devolutas, índice pluviométrico satisfatório e solo úmido, graças à cobertura arbórea e a presença constante das chuvas.” Acredito que muitos vieram do Ceará. 



Transportes: os meio de transporte mais usados são: 4x4 Toyotas, vans e mototaxi.



Economia: a base da economia é a pesca, o comércio varejista e a prestação de serviços (maior empregador o serviço público, principalmente o setor Educação). Na área rural a economia predominante é a agricultura de subsistência. Entre os meios de sobrevivência existe também a extração da fibra do buriti para a produção de artesanato.


Praça Getúlio Vargas 2005

Praça Getúlio Vargas 1950




Praça 2007
 Elivaldo Ramos

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