O que o PMDB fez neste sábado em sua convenção foi avisar ao governo, com até 30 dias de antecedência, que está pedindo as contas. Vai partir. Na convenção, palavras de ordem eram "Fora Dilma", Fora PT" ou "Independência". 

Nenhum ministro pediu a palavra e, no final, foi aprovada uma resolução determinando que, de agora em diante, nenhum peemedebista pode assumir cargos no governo Dilma. Ou seja, a nomeação do deputado Mauro Lopes (MG) para o Ministério da Aviação Civil, prevista para esta terça-feira, fica, assim, impedida por decisão do partido.

"O Renan deu um exemplar da Constituição ao Lula; e aqui demos uma CLT à Dilma, o aviso prévio", brincou um dos defensores do rompimento imediato com o governo.

O PMDB marcou data para desembarcar do governo Dilma e, assim, terá tempo também para organizar sua unidade – um dos temas mais citados nessa convenção. Os oradores variavam no tom, mas não no tema dos discursos, sempre pelo afastamento e, principalmente, com críticas ao PT.

Logo na entrada, numa enorme faixa estava escrito: "Estamos com Moro". O curioso é que, dentro do próprio PMDB, há alguns caciques citados na Operação Lava Jato, como os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, que só não estão na alçada de Moro porque têm prerrogativa de foro.

Cristina Lôbo