terça-feira, 23 de agosto de 2016

Senado adia votação que aumentaria aumento para ministros


A votação do reajuste dos ministros do Supremo Tribunal Federal está suspensa, no Senado.
O governo não quer negociar uma série de aumentos até o fim do julgamento do impeachment.
O projeto aumenta os salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal de R$ 33,7 mil para R$ 36,7 mil a partir de junho de 2016, e para R$ 39,2 mil a partir de 2017.
Antes de a votação ser adiada na comissão do Senado, o relator Ricardo Ferraço, do PSDB, recomendou a rejeição do aumento. Segundo ele, a bancada tucana, aliada do presidente em exercício, Michel Temer, é contra a proposta, que pode motivar aumentos em cascata em tribunais estaduais.
O custo total para União e estados passaria de R$ 4 bilhões até o fim de 2017.
“Não estamos simplesmente aumentando os salários de suas excelências, os ministros do STF, nós estamos escancarando a porteira para que um sem fim de aumentos possam acontecer num gravíssimo e dramático desafio da quadra fiscal brasileira”, afirmou Ferraço.
O senador Valdir Raupp, do PMDB, chegou a apresentar um voto em separado pela aprovação do projeto.
Um aumento do teto do Judiciário representará R$ 900 milhões nas contas do governo federal. Também esperam votação o reajuste para servidores da Receita Federal - são mais R$ 900 milhões; e outro para Polícia Federal e Polícia Rodoviária - impacto de R$ 1 bilhão.
No Rio, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o governo só vai negociar reajustes depois do impeachment.
No Palácio do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo disse que os aumentos estão previstos no orçamento, mas que o momento é de enfrentar o rombo nas contas. A prioridade do governo é votar a mudança na Constituição que limita os gastos públicos.
“A sociedade precisa entender que é chegada a hora de a gente não gastar, ser proibido gastar. Nós precisamos enfrentar essa questão de déficit público. Nós queremos é virar esta página, volto a dizer, está previsto, está orçado, para que nós possamos enfrentar o grande desafio que teremos pela frente”, disse Geddel Vieira Filho. 
O ministro-chefe da Casa Civil voltou a afirmar nesta terça-feira (23) que o governo não vai aumentar impostos em 2017.
Eliseu Padilha disse que o governo vai cortar gastos e que a economia vai crescer 1,6% em 2017. Esses dois fatores permitiriam cumprir a meta fiscal, sem a necessidade de mais tributos.

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