segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Padre diz que terremotos são "castigo divino" relacionado as uniões homossexuais. Vaticano condena




Padre italiano fez referência a recentes terremotos ocorridos na Itália. Afirmações do sacerdote 'são ofensivas para os fiéis', disse Vaticano.

Vista da cidade de Amatrice após terremoto que atingiu a região central da Itália (Foto: Massimo Percossi/ANSA via AP)Vista da cidade de Amatrice após terremoto que atingiu a região central da Itália 
Um padre italiano classificou os recentes terremotos ocorridos na Itália como um "castigo divino" relacionado às uniões de homossexuais, o que provocou a ira do Vaticano, que considerou suas declarações ofensivas para os fiéis e ateus.
A imprensa italiana informou sábado (5) que o padre Giovanni Cavalcoli, um teólogo já idoso de uma faculdade, fez estas declarações no domingo, 30 de outubro, no mesmo dia que um terremoto de magnitude 6,5 sacudiu a região central da Úmbria.
Os tremores sísmicos são um "castigo divino" pela "ofensa à família e à dignidade do matrimônio, sobretudo por culpa das uniões civis", declarou à Rádio Maria, que dias depois decidiu se distanciar do sacerdote.
O Vaticano reagiu na noite de sexta-feira (4) com virulência.
As afirmações do sacerdote são "ofensivas para os fiéis e escandalosas para os não fiéis", declarou o arcebispo italiano Angelo Becciu, número dois da Secretaria de Estado do Vaticano, o "ministério" mais importante da Santa Sé, publicaram os meios de comunicação locais.
Depois de pedir "perdão" às vítimas dos terremotos, Becciu recordou que tinham "a solidariedade e o apoio" do papa Francisco.
Contudo, a resposta do Vaticano não mudou a opinião do padre Cavalcoli, que repetiu em outra emissora de rádio que os terremotos foram provocados pelos "pecados do homem". "O Vaticano? Que revise o catecismo!", alfinetou o religioso.
Itália, o último grande país da Europa Ocidental que não havia acordado nenhum estatuto aos casais do mesmo sexo - com uma forte oposição da Igreja Católica - optou no final de julho por estabelecer a união civil, diferente do matrimônio.

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