domingo, 28 de maio de 2017

Crise na política faz Michel Temer trocar o Ministro da Justiça em menos de dois meses na pasta

Em meio a crise, Temer troca o comando do Ministério da Justiça

Folha.com


BRASÍLIA, DF, BRASIL, 02.06.2016. O ministro da Transparência, Torquato Jardim, dá entrevista sobre o aumento dos servidores e pauta de votações na Câmara, no Palácio do Planalto. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
O ministro Torquato Jardim, que passa a comandar a pasta da Justiça
GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA
O presidente Michel Temer anunciou neste domingo (28) que o professor Torquato Jardim, ministro da Transparência, passará a comandar a pasta da Justiça.
Em nota, ele agradeceu o trabalho do deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), que deve ocupar agora o Ministério da Transparência. A gestão do peemedebista na Justiça vinha sendo criticada por auxiliares e assessores presidenciais pela falta de pulso firme e de resposta rápida diante do aumento de episódios de violência pelo país.
Além disso, havia o receio de que ele fosse citado em delação premiada que tem sido negociada com o Ministério Público Federal pelo fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho, apontado como o líder do esquema de corrupção descoberto pela Operação Carne Fraca.
Em grampo divulgado em abril, Serraglio chamava Daniel de “grande chefe”. Ele telefonou em fevereiro ao fiscal, quando ainda era deputado federal, para obter informações sobre o frigorífico Larissa, de Iporã (PR).
A ida de Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Transparência mantém o direito a foro privilegiado a Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial de Michel Temer, diminuindo a pressão para que ele feche acordo de delação premiada –Loures assumiu seu mandato na Câmara como suplente de Serraglio.
A nomeação de Serraglio, que foi retirado do Ministério da Justiça, deve ser anunciada ainda neste domingo (28).
A linha de investigação de Temer está atrelada ao deputado Rocha Loures. Conforme a Folha apurou, a PGR (Procuradoria Geral da República) busca denunciar o presidente Michel Temer ao STF com base na mala de dinheiro entregue pela JBS ao deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e na relação de Temer com o coronel João Baptista Lima Filho, citado nas delações.
Portanto, para os instigadores, a conduta de Rocha Loures está atrelada à investigação sobre Temer. Além deles, o inquérito que tramita no STF tem o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) como alvo.
A defesa de Temer pediu para que as investigações corram de maneira separada e que seja sorteado um novo relator.
Rocha Loures aparece citado pelo presidente Michel Temer como seu homem de confiança e com quem Joesley Batista, da JBS, poderia tratar “tudo”.
Ele também foi flagrado recebendo uma mala em que, segundo delações da JBS, havia R$ 500 mil em propina.
Em entrevista à Folha, o presidente tentou se distanciar do parlamentar e disse que ele “certamente foi seduzido por ofertas mirabolantes e irreais”.
O deputado federal foi assessor pessoal de Temer desde que o peemedebista assumiu o Palácio do Planalto e já trabalhava com ele na Vice-Presidência.

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