EX.. PREFEITO DE TUTÓIA - LUCAS CARDOSO
VÉRAS nasceu em São Bernardo, a 30 de abril de 1882. Era filho do coronel e comerciante Caetano Alves Cardoso Véras, este negociante, escrivão da Coletoria (1886), primeiro suplente de delegado de polícia (1890), segundo suplente de delegado (1900), todos em São Bernardo.
Lucas Cardoso Véras foi vereador de São Bernardo (1905 - ).
Em 1911, encontrava-se em Parnaíba (PI), como ativo auxiliar do alto comércio.
Em 1912, de Parnaíba, envia telegrama a Miguel de Paiva Rosa e Raimundo Borges da Silva - Doca Borges, por terem assumido os cargos de governador e vice-governador do Estado do Piauí, respectivamente, a 1 de julho daquele ano.
De Parnaíba segue para Brejo, onde trabalha no comércio da cidade.
Em 1914, estava residindo em Tutóia para onde veio, segundo consta, para se recuperar de malária crônica. Aqui instalou uma grande loja no ramo de tecidos e passou a operar com exportação de casca de mangue vermelho para o exterior. Foi agente do Lloyd Brasileiro, uma das principais companhias de navegação do Brasil, na época.
Casou-se com Maria Ibiapina Véras, conhecida como Cotinha Véras. Filha de Antônio Pereira Ibiapina. Irmã de Antônio Pereira Ibiapina Filho, auxiliar da casa comercial de M. A. Barros & C., em São Luís, casado com Amélia de Caldas Ibiapina, e de Zina de Caldas Ibiapina, falecida em Parnaíba, a 24 de novembro de 1919.
Com Cotinha Véras teve o filho único Magno Cardoso Véras, este casado com Maria José Gallas Véras, filha do coronel Paulino Gomes Neves. Ela faleceu no parto. Magno Cardoso Véras casou-se com Maria do Carmo Chaves Véras, com quem teve os filhos Lucas Cardoso Véras Neto e Maria José Cardoso Véras.
Em Tutoia, Lucas Cardoso Véras foi vereador, presidente da Câmara Municipal, vice-prefeito e prefeito em diversos períodos.
Composição: O prefeito Lucas Cardoso Véras procurou logo compor com o grupo político do recém eleito senador, pelo PSD, Vitorino Freire, que era de Pernambuco, mas atuava politicamente no Maranhão, onde desfrutava de grande prestígio junto ao governo estadual, para quem desempenhava o papel de articulador nos municípios.
Com o apoio do senador Vitorino Freire, o coronel Lucas Cardoso Véras, conseguiu, tanto no âmbito estadual quanto no federal, importantes cargos para correligionários, amigos e parentes. Um deles, o irmão Adalberto Cardoso Véras, nomeado para o disputado cargo de administrador da Mesa de Rendas Alfandegada, órgão ligado ao Ministério da Fazenda, de onde era este funcionário de carreira.
Deu apoio ao amigo Sebastião de Almeida Martins, o maestro Bastinho, egresso da Banda de Música da Polícia Militar do Estado, onde servia como soldado músico, para montar o primeiro grupo musical de Tutóia. O maestro Bastinho montou, ainda, a Banda Municipal, com cerca de 40 integrantes. Bons músicos foram preparados por ele, entre outros, Merval de Oliveira Melo, trombonista, convocado pelo Exército para servir nas Forças Expedicionárias Brasileiras, na luta contra os alemães, na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, e dispensado, por ser músico, ficando lotado na banda do batalhão, como sargento, e Gerson da Feliciana, tocador de tuba, que também foi incorporado à instituição, onde fez carreira como músico até o posto de oficial.
Obras administrativas - Usando os parcos recursos recebidos do governo do Estado, construiu algumas escolas e comprou um velho caminhão Dodge, movido a gasolina, que o conduzia nas viagens a São Luís, em companhia da esposa Cotinha e de empregados. Quando não estava viajando, o caminhão ficava guardado em Porto de Areia, sob a responsabilidade do amigo Chico Neco, por conta do aspecto arenoso das ruas de Tutóia.
O velho caminhão, que se encontrava carregando barro para aterrar o campo de futebol do Operário, foi incendiado durante a noite. Mas logo ele teve algo para comemorar. Chegou o gerador. Centenas de postes de aroeira, procedentes do Vale do Parnaíba, chegaram por via marítima. O motor Cartepillar, com dois metros e meio de comprimento por um metro e meio de altura, foi trazido de Nova York por um navio cargueiro norte-americano da empresa Carboniff e desembarcado no trapiche do Porto de Tutóia.
Em dois meses, o prefeito inaugurou o sistema de iluminação pública da cidade por meio da Usina Elétrica Senador Vitorino Freire, em homenagem ao protetor do grupo que estava no poder municipal. Este, entretanto, estranhamente, não compareceu à solenidade. Pouco tempo depois, por falta de receita para pagar o óleo, a iluminação ficou limitada das 18 às 10 horas. Situação que permaneceu até 1974, quando o sistema foi ligado à hidrelétrica de Tucuruí, no governo de Antônio José Neves Rodrigues (31 de janeiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977), com fornecimento de energia durante 24 horas, o que possibilitou uma modernização mais rápida do município.
Lucas Cardoso Véras plantou os primeiros alicerces do hospital que, posteriormente, levaria o seu nome.
Outra obra de destaque da sua administração foi a construção da Praça Getúlio Vargas, no largo da Igreja Matriz, centro, onde a banda do maestro Bastinho passou a se apresentar aos sábados e domingos. O local logo virou ponto de encontro da juventude, com os rapazes circulando no sentido contrário ao das moças, favorecendo a paquera.
A Praça Getúlio Vargas foi demolida na gestão do prefeito Merval de Oliveira Melo, que construiu uma nova praça, em estilo completamente diferente.
Lucas Cardoso Véras faleceu a 1 de janeiro de 1965, aos 82 anos de idade. Está enterrado no Cemitério da Igualdade, em Tutóia Velha.
Fonte: Kenard Kruel Fagundes
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