Eduardo Azeredo renuncia a mandato de deputado federal
BRASÍLIA - O ex-parlamentar é réu no processo do mensalão mineiro e é acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como o "maestro" do esquema...
Agência Brasil
BRASÍLIA - Em clima de surpresa para quase todos os parlamentares, o deputado Eduardo Azeredo renunciou nesta quarta-feira (19) ao mandato na Câmara dos Deputados. A carta, entregue pelo filho de Azeredo, Renato Azeredo, no início da tarde, foi lida em plenário minutos depois, oficializando o afastamento do político, réu na Ação Penal 536, o processo do mensalão mineiro.
No processo em análise do Supremo Tribunal Federal (STF), Azeredo foi apontado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como o “maestro” no suposto esquema. Janot afirma que o tucano desviava recursos públicos em benefício próprio para financiar sua campanha política. E pede que o ex-deputado seja condenado a 22 anos de prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Com base em precedentes do tribunal e o histórico de votação de atuais ministros em casos análogos são grandes as chances de o processo ser remetido para a primeira instância. O relator, ministro Luís Roberto Barroso, tem a prerrogativa de tomar a decisão sozinho, mas deve consultar o plenário da Corte para se respaldar. Ele deverá apoiar o encaminhamento do caso para a justiça mineira.
Desde 7 de fevereiro, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recomendou a prisão de Azeredo por mais de duas décadas, as declarações públicas do agora ex-deputado tinham sido sempre na linha de que é um “homem de bem”. Mas passaram a constranger o partido quando ele passou a comparar sua situação com a do ex-presidente Lula da Silva (PT) no mensalão federal. A partir daí, o PSDB liderou uma operação para que ele submergisse. O caso mais evidente disso foi quando Azeredo anunciou que faria um discurso no plenário da Câmara para se defender. Depois, desistiu. A justificativa oficial foi a de que teve uma crise de pressão arterial.
Na carta de renúncia, Azeredo mencionou as pressões políticas que vinha sofrendo. “Não vou me sujeitar à execração pública por ser um membro da Câmara dos Deputados e estar sujeito a pressões políticas”, afirmou, em carta entregue ao presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), por seu filho Renato.
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