Marcelo Tavares abre caixa-preta das finanças do governo Roseana
Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (8), no auditório do Palácio Henrique de La Rocque, o secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares, em benefício da transparência das contas públicas e do interesse coletivo do povo maranhense, abriu a “caixa-preta” das finanças do Estado, herdada do governo Roseana Sarney.
Com a confiança de quem conta com o apoio da verdade, Marcelo Tavares, num estilo claro, conciso e objetivo, mostrou o conteúdo da “caixa-preta”, um cenário já imaginado, mas até então desconhecido, para expor à imprensa e ao povo a real situação financeira que o governo Flávio Dino herdou de sua antecessora.
Afinal, e conforme amplamente noticiado pela imprensa local, o governo anterior, durante o período de transição, jamais facultou à equipe do novo governo acesso a informações de cunho financeiro capazes de pintar com realismo o quadro atual do Estado.
Assim, com um saldo-anão – pouco mais de R$ 24 milhões, equivalente a 8% da folha de pagamento dos servidores -, e uma dívida ciclópica, mais de R$ 1 bilhão e 100 milhões, “o presente de grego” do governo anterior, um verdadeiro cavalo-de-troia, era para deixar prostrada a nova administração, sem as menores condições de poder honrar os pagamentos para janeiro/2015, que chegam a cifra astronômica de R$ 893 milhões, entre Pagamento da Dívida (164 milhões), dos Poderes (114 milhões), Consignações em Folha, de dez/2014 (72 milhões), FEPA/FUNBEM (13° + dez/2014 = 86 milhões), Folha Bruta de janeiro/2015 (300 milhões) e Custeio da Administração (157 milhões).
Acrescente-se a essa desolação financeira, as verbas retidas do servidor e não repassadas aos agentes credores – FEPA/FUNBEN Patronal e os famigerados Restos a Pagar -, que somam R$ 560 milhões. Como se toda essa herança fosse pequena, os precatórios pendentes de 2012 (151 milhões), 2013 (131 milhões) e 2014 (263 milhões) ficaram para engordá-la ainda mais com R$ 545 milhões. Ou seja, uma herança bastante animadora para um governo que começa…
Mesmo diante de um quadro tão negativo de finanças combalidas, o secretário Marcelo Tavares, para surpresa de grande parte do público, demonstrou coragem e convicção do novo governo para, dentro de um semestre, superar a maioria das dificuldades e iniciar um ciclo de governança realmente voltado para o bem-estar social e melhor qualidade de vida do povo maranhense.
E, a exemplo de outros novos governadores, que também encontraram um quadro de desalento igual, com as finanças destroçadas, o secretário Marcelo Tavares informou que o governo Flávio Dino vai cortar gastos em todo e qualquer setor que se fizer necessário, desde que não prejudique a vida do povo maranhense.
Exemplo de medida que agradou a todos foi a suspensão junto ao Banco do Brasil de pagamentos autorizados, de R$ 50 milhões, no apagar das luzes do ano passado (entre 29 e 31/dez).
Exemplo de medida que agradou a todos foi a suspensão junto ao Banco do Brasil de pagamentos autorizados, de R$ 50 milhões, no apagar das luzes do ano passado (entre 29 e 31/dez).
Dinheiro para inglês ver
Finalmente, ao ser questionado por sobre a verdade de que o governo anterior havia deixado mais de R$ 2 bilhões em caixa, o secretário chegou a sorrir ao responder: “Sim. Se crédito futuro, resultado de empréstimo junto ao BNDES, e que teremos que pagar, for considerado dinheiro em caixa, lamentamos ter que pagar os 7 bilhões tomados junto ao BNDES pelo governo anterior, dinheiro que nem sequer sabemos como foi gasto.”
Déficit, ainda que com otimismo
Mesmo se concretizando a Receita Estimada para janeiro/2015, entre Saldo em Banco, Receitas Próprias e Transferências Constitucionais, no montante de R$ 811 milhões, o déficit de janeiro, nessa perspectiva otimista, será de R$ 82 milhões.
Por: Jr. Campos, jornalista
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