quarta-feira, 30 de junho de 2021

SINTESE DO PEDIDO DE IMPEACHMENT DO PRESIDENDE BOLSONARO - SUPERPEDIDO

 

Por G1


Parlamentares e entidades pedem o impeachment de Jair Bolsonaro

Parlamentares e entidades pedem o impeachment de Jair Bolsonaro

Partidos políticos, parlamentares e entidades da sociedade civil protocolaram nesta quarta-feira (30) na Câmara um chamado "superpedido" de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O "superpedido" tem 46 signatários e consolida argumentos apresentados nos outros 123 pedidos de impeachment já apresentados à Câmara.

Leia aqui a síntese do pedido divulgada pelos autores:

"Representantes de diversos partidos, parlamentares, lideranças sociais, coletivos e movimentos populares apresentarão nesta quarta-feira (30) um novo pedido de impeachment do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Na petição, são renovados os fundamentos apresentados em 122 (cento e vinte e dois) denúncias anteriores e acrescentados elementos relativos à condução desastrosa do governo federal diante da pandemia da Covid-19, causadora de mais de 500 mil mortes até o momento, ao escândalo da prevaricação diante das denúncias de aquisição fraudulenta da vacina Covaxin e aos mais recentes atos oficiais e declarações públicas geradoras de instabilidade institucional.

Ao longo da petição, os signatários sustentam e comprovam que o Presidente cometeu os seguintes crimes:

a) Crimes contra a existência da União (art. 5º, incisos 3, 7 e 11 da Lei nº 1.079/1950), decorrentes das repetidas e desatinadas manifestações de hostilidade promovidas publicamente pelo presidente da República em relação a país estrangeiro, agravadas pelo delicado contexto da pandemia da Covid-19, em que a colaboração internacional se impõe como requisito essencial à obtenção de ajuda científica, aquisição de insumos e acesso à vacinação em massa. Restará, ainda, comprovado por meio das circunstâncias extraídas desta petição e da instrução do processo que o atual Presidente da República atuou em oposição a obrigações relacionadas à integridade da União, especialmente em decorrência da alteração radical da política externa, comprometendo seriamente a soberania nacional. Outro aspecto grave identificado no comportamento do presidente da República decorre da violação da imunidade de representantes diplomáticos acreditados no Brasil, para dar azo a delírios e paranoias de cunho ideológico, utilizadas irresponsavelmente pelo presidente da República para insuflar a sua base política fanatizada. Ademais, a adoção de diretrizes voluntaristas e erráticas por parte do presidente da República e do governo federal, sob temerária condução, resultam na violação de tratados e compromissos internacionais assumidos pelo país.

b) Crimes contra o livre exercício dos poderes legislativo e judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados (art. 6º, incisos 1, 2, 5, 6 e 7 da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950), em virtude de manifestações de índole antidemocrática e afrontosas à Constituição, em que foram defendidas gravíssimas transgressões institucionais, tais como o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, além da reedição do Ato Institucional nº 5, instrumento de exceção emblemático da ditadura militar instaurada em 1964. Ao estimular pessoalmente tais espúrias agitações, que celebraram símbolos históricos supressão de liberdades e garantias da cidadania e da perseguição política, o chefe do Poder Executivo fomentou a obstaculização da representação parlamentar democrática, ameaçando a permanência no cargo do então presidente da Câmara dos Deputados. Além disso, os fatos mais adiante mencionados comprovarão que o mandatário praticou oposição ao livre exercício do Poder Judiciário, bem como pretendeu usar de ameaça para constranger magistrados do Supremo Tribunal Federal no livre e regular exercício da sua jurisdição. Por outro lado, tais protestos foram estimulados, acompanhados e reforçados pelo atual mandatário num contexto de desafio aberto à autonomia de estados-membros da Federação, do Distrito Federal e dos municípios em suas respectivas competências, no que o presidente da República incorreu em ato atentatório e afrontoso a outras esferas da Federação.

c) Crimes contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais (art. 7º, incisos 5, 6, 7, 8 e 9, da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950), em razão da comprovação da prática de abusos de poder pelo próprio Presidente da República e por seus Ministros de Estado, além de diversos outros subordinados seus, estes agindo sob determinações da autoridade máxima ou fomentados por seus eloquentes e irresponsáveis gestos, desacertadas convocações e infames orientações. Tais reiteradas configurações delituosas, no que se refere às referidas autoridades subordinadas ao chefe de Estado e de Governo, comprovadamente careceram da devida desautorização, sendo, ao reverso, toleradas e até mesmo estimuladas pelo Presidente da República, afetando de modo mais intenso as populações historicamente afetadas pelas mais graves violações de direitos, em especial pessoas negras, indígenas e a população LGBTQIA+. Por outro lado, ressai a observação de uma temerária concretização, por parte do Chefe de Governo, do intento criminoso de degradar a ordem social, desarticulando instituições e estruturas estatais voltadas à sua promoção de acordo com os rumos traçados pelo texto constitucional. Haverá, ainda, de modo compreensivo e totalizante, a verificação objetiva da ocorrência de crimes de responsabilidade decorrentes da exibição de fatos que evidenciarão a patente violação de direitos e garantias individuais e sociais assegurados na Constituição da República, notadamente nas searas econômica, social, cultural e ambiental, além da usual e abjeta prática de agressões a profissionais da imprensa no livre exercício de suas atividades. Não bastassem tais transgressões, o chefe de governo enveredou perigosamente para o flerte com a anarquia militar, incitando subordinados integrantes das Forças Armadas a desobediências dos regulamentos castrenses, tal como ficou notório no caso do comparecimento do ministro da Saúde Eduardo Pazzuelo a manifestação política de apoio a Jair Bolsonaro. No mesmo passo, vale sublinhar a gravidade da invocação constante do açulamento das forças militares a um possível confronto com outras instâncias da Federação ou mesmo à intervenção aberta no processo político institucional.


d) Crimes contra a segurança interna (art. 8º, incisos 7 e 8 da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950), diante da omissão negligente e leviana do chefe de Estado, ao descumprir sua obrigação legal de tomar providências determinadas por leis federais, no condizente à sua inexecução e descumprimento. Nesse capítulo de infrações severas legais, é imprescindível arrolar a reiterada ocorrência de pronunciamentos temerários e irresponsáveis do Presidente da República, de caráter antagônico e contraproducente ao esforço do Ministério da Saúde e de diversas instâncias da Federação vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e aos serviços de prevenção, atenção e atendimento médico-hospitalar à saúde da população, em meio à grave disseminação em território nacional da pandemia global do Sars-Cov-2. Tais posturas revelam caráter substancialmente atentatório ao bem-estar e à proteção da vida e da saúde de brasileiros e brasileiras, em perigoso menosprezo à gravidade da emergência de saúde decretada pelo próprio governo federal, no sentido de perpetrar intencional sabotagem das cautelas sociais e medidas governamentais indispensáveis à contenção dos efeitos devastadores de uma catástrofe sanitária em pleno estágio de avanço, sem considerar sequer as evidências traduzidas na escalada do número de diagnósticos e mortes associadas à pandemia no país, que já supera o lúgubre patamar de 500.000 (quinhentas mil) mortes.

e) Crimes contra a probidade na administração (art. 9º, incisos 3, 4, 5, 6 e 7, da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950), resultantes de sua postura em relação aos atos ilegais, insensatos e desatinados levados a efeito por inúmeros subordinados, o que revela que o denunciado jamais esteve à altura da responsabilidade do cargo que ocupa. A repetida e progressiva escalada de descuidos e atos contraproducentes dessas autoridades, em desalinho com a Constituição e com a regularidade funcional de seus postos contou não apenas com o beneplácito presidencial, senão também com seu incentivo, o que perfaz com absoluta suficiência o tipo criminal. Não obstante, e a título de agravamento dessa conduta deletéria, o Presidente da República ignorou explicitamente disposições expressa da Constituição da República, ao expedir ordens e fazer requisições em contrariedade aos termos normativos da Lei Maior. É exemplificativo o seu comportamento diante da recente denúncia de aquisição fraudulenta da vacina Covaxin, em que o Presidente deixou de adotar as ações necessárias para promover as apurações requeridas por servidor de carreira do Ministério da Saúde. Praticou ainda grave violação ao princípio republicano e ao mandamento constitucional da impessoalidade no exercício da administração pública, mediante a utilização de poderes inerentes ao cargo com o propósito reconhecido de concretizar a espúria obtenção de interesses de natureza pessoal, objetivando o resguardo de integrantes de sua família ante investigações policiais, mediante a determinação anômala de diligências, a exigência de acesso a relatórios de investigações sob sigilo legal e a tentativa de indicação de autoridades da Polícia Federal que estejam submetidas aos desígnios de natureza privada do ocupante da Presidência da República. E não bastassem essas demonstrações inequívocas de afastamento da probidade em seu procedimento como autoridade máxima do Poder Executivo Federal, o mandatário abusa de posturas completamente incompatíveis com a dignidade, a honra e o decoro do cargo presidencial.

f) Crimes contra a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos (art. 11, inciso 5, da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950). Tal conduta delituosa se afigura perceptível ante a má gestão da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), causador da doença denominada Covid-19. É notório e reconhecido que no contexto da calamidade pública resultante da pandemia, o presidente da República dedicou recursos públicos a medicamentos sem eficácia comprovada, abstendo-se de executar um plano de comunicação minimamente eficaz que estimulasse a observância de medidas de contenção e prevenção do contágio da doença, tais como o uso de máscaras faciais e o respeito ao distanciamento social, além do esclarecimento quanto à inconveniência de aglomerações.

g) Crimes contra o cumprimento de decisões judiciárias, (art. 12, incisos 1 e 2 da Lei nº 1.079/1950), consistentes na reiterada alusão a atos de impedimento da concretização de decisões judiciais, ou sua frustração, ainda que por meios oblíquos, além da recusa do cumprimento de ordens determinadas pelo Poder Judiciário. Tais evidências envolvem a sabotagem de medidas de proteção às populações quilombolas, aos povos originários e ao meio ambiente. No tocante aos povos indígenas, as providências originadas de julgamento do Supremo Tribunal Federal no que concerne ao resguardo contra a disseminação do novo coronavírus foram obstaculizadas deliberadamente pelo governo federal, com a indisfarçável conivência presidencial, situação que se estendeu a outras decisões de tribunais federais e de Corte Internacional.

Com base nos fatos assim sintetizados, os autores requerem que a Câmara dos Deputados, na forma do art. 218, §2º, do seu Regimento Interno, receba a denúncia, autorizando a instauração do processo por crime de responsabilidade e remetendo-o ao Senado Federal, nos termos dos art. 51, inciso I; art. 52, inciso I e art. 86, caput da Constituição da República, visando à suspensão das funções presidenciais e ao julgamento definitivo do impeachment, com a prolação de decisão condenatória e consequentes destituição do acusado do cargo de Presidente da República e inabilitação para a função pública pelo prazo de oito anos.

DATENA DA TV BAND ACERTA SUA FILIAÇÃO PELO PSL PARA PRESIDENTE 2022

 

PSL acerta filiação de Datena de olho na disputa pela presidência em 2022

Com uma das maiores fatias do fundo eleitoral e rompido com o presidente Jair Bolsonaro, o PSL acertou a filiação do apresentador da TV Band, José Luiz Datena. A legenda estuda lançá-lo na disputa pelo Palácio do Planalto nas eleições 2022, como outra opção entre os nomes da chamada “terceira via”, ou ao Senado. A filiação será formalizada nesta semana.

“A vinda do Datena acontece em um momento em que o país precisa de esperança. O Brasil não pode ficar refém de dois nomes. O PSL acredita num novo caminho para o nosso país e está unindo todas as forças na construção dessa terceira via”, disse o presidente estadual do PSL em São Paulo, o deputado federal Júnior Bozzella.

O PSL é o sexto partido a abrigar José Luiz Datena. Ele já passou pelo PT, onde ficou por 13 anos, PP, PRP, DEM e mais recentemente MDB. Chegou a ser pré-candidato a prefeito e vice-prefeito de São Paulo por seus três últimos partidos. Em 2018, declinou de concorrer ao Senado.

Em 2020, ele foi cotado para ser vice na chapa de Bruno Covas (PSDB), mas anunciou em agosto em seu programa na televisão que não seria candidato.

RECORDE DE DESEMPREGO NO BRASIL AUMENTA PARA 14,7%

 

Brasil tem recorde de desemprego; taxa do trimestre aumenta para 14,7%

Foto Reprodução

O número de pessoas desempregadas no Brasil subiu 3,4% no trimestre encerrado em abril deste ano, elevando a taxa de desocupação para 14,7%. Frente ao trimestre encerrado em janeiro, quando a taxa ficou em 14,2%, o aumento foi de 0,4 ponto percentual, o que representa mais 489 mil pessoas desocupadas, totalizando 14,8 milhões de pessoas em busca de trabalho no país. A alta ante o mesmo trimestre móvel de 2020 é de 2,1 pontos percentuais.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, tanto a taxa quanto o contingente de desocupados mantêm o recorde registrado no trimestre encerrado em março, no maior nível da série comparável, iniciada em 2012.

O cenário foi de estabilidade da população ocupada, com 85,9 milhões, e crescimento da população desocupada, com mais pressão sobre o mercado de trabalho. Depois de um ano como o de 2020, onde milhões de pessoas perderam trabalho, é de se esperar que tenhamos muitas pessoas buscando trabalho, depois de uma queda tão acentuada na ocupação.”

Ela explica que a procura por emprego continua alta, mas a oferta de vagas ainda está baixa, ou seja, a resposta do setor produtivo para absorver esses trabalhadores não está sendo suficiente.

Dificilmente, depois de tudo o que ocorreu em 2020, você vai resolver a desocupação nos quatro primeiros meses de 2021. Nós vamos acompanhar ao longo do ano como vai ser a resposta da demanda por trabalho. A oferta de mão de obra está ocorrendo, mas a gente tem que ver se os demandantes, que são as atividades econômicas, estão ofertando essas vagas. A melhora vai depender de fatores que envolvem a economia como um todo, como o consumo das famílias, a possibilidade de crédito. Tudo isso influencia fortemente essa reação.”

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 29 de junho de 2021

As lições da vida após a gripe de 1918 para o nosso mundo pós-pandemia

 

As lições da vida 

Foto Reprodução: CNN

CNN – A sensação generalizada de que o tempo se dividiu em dois – ou que pandemias criam um “antes” e um “depois” – é uma experiência associada a muitos eventos traumáticos. Essa é a reflexão de Elizabeth Outka, professora de inglês na Universidade de Richmond e autora de “ Modernismo viral: a pandemia de influenza e literatura entre guerras “.

Este fenômeno social é relevante do ponto de vista psicológico e de prático, pois as pandemias – incluindo a gripe de 1918 e a de Covid-19 – afetam significativamente a forma como avaliamos o risco e agimos ou permanecemos resilientes nessa situação e também como trabalhamos, brincamos e socializamos.

A natureza surpreendente e angustiante da gripe de 1918 e suas consequências fatais induziram um senso de cautela que, em alguns lugares, teve implicações permanentes sobre como as pessoas responderiam a surtos de doenças nas décadas posteriores – como o uso de isolamento e quarentena, de acordo com um Artigo de 2010 de Nancy Tomes, professora de história na Stony Brook University.

Da mesma forma, conforme a pandemia de Covid-19 enfraquece, “algumas tendências existentes permanecerão”, disse Jacqueline Gollan, professora de psiquiatria e ciências comportamentais da Feinberg School of Medicine da Northwestern University em Chicago.

Por exemplo, a recente expansão das compras online, os serviços de telessaúde, os modelos de trabalho híbridos e a tecnologia que permite encontros virtuais perdurarão, disse Gollan. E “dado o nosso reconhecimento de que ocorrem crises globais”, acrescentou ela, “provavelmente manteremos um estoque de produtos de limpeza e de proteção pessoal.

Também devemos adotar hábitos que melhorem a limpeza para promover a higiene pessoal ou em grupo. À medida que o mundo se reabre gradualmente em meio a outras crises – muito parecido ao modo como as reaberturas dos estados variaram após a gripe de 1918 e a Primeira Guerra Mundial – avaliaremos muitos dos hábitos de vida que adotamos antes e durante a pandemia, disse a analista médica da CNN, Leana Wen, médica emergencial e professora visitante de política e gestão de saúde na Escola de Saúde Pública do Milken Institute da George Washington University.

Essas são as mudanças que podem persistir na pós-pandemia:

Como cumprimentamos as pessoas

Enquanto as autoridades de saúde pública desencorajavam o contato desnecessário com outras pessoas durante a gripe de 1918, alguns quebraram as regras no auge da pandemia – o que significa que, depois disso, o cumprimento contínuo das precauções de segurança para prevenir outro surto não durou para todos, segundo pesquisa de Tomes.

À medida que as restrições da Covid-19 diminuem, algumas pessoas, incluindo especialistas em doenças infecciosas, se sentiram bem apertando novamente as mãos novamente de pessoas cautelosas ou totalmente vacinadas. Mas outros não gostavam desse costume social mesmo antes da pandemia, disse Wen.

Aqueles que desejam mudar as coisas podem ver agora como a oportunidade de fazê-lo. “Também espero que haja alternativas aos apertos de mão; talvez tenhamos a batida do cotovelo ou a saudação namastê como base de uma saudação, especialmente entre estranhos”, disse Wen. simplesmente acenar é outra opção que está em vigor.

Reavaliar as viagens

As consequências da gripe de 1918 não mantiveram todos fora do transporte público, mas criaram certo nível de cautela sobre como o vírus poderia se espalhar nesses lugares. Como observou o falecido médico canadense William Osler, a gripe viajava tão rápido quanto o transporte moderno, o que significa que “foram corpos humanos e não alguma força atmosférica etérea que a espalhou”, escreveu Tomes.

Manter as massas seguras após a gripe de 1918 foi difícil, mas minimizar o contato por meio de isolamentos e quarentenas parecia “oferecer a melhor chance que temos de controlar os estragos da gripe“, escreveu o falecido bacteriologista Edwin O. Jordan em 1925.

Dependendo das taxas futuras de casos de coronavírus, gripe ou outros vírus, ao escolher destinos de viagem, as pessoas podem ter considerações que podem não ter contemplado no passado, disse Wen.

As recentes decisões dos viajantes de dirigir para destinos próximos de casa, em vez de voar para lugares distantes, podem indicar que ainda existem preocupações sobre o risco do Covid-19, disseram os especialistas. “Nos próximos anos”, acrescentou Wen, “veremos a fúria do coronavírus em partes do mundo que não o controlam bem”.

Uso de máscara e outras precauções

A pandemia de influenza aumentou o contraste entre o lar seguro e o perigoso espaço público, o que já era um tema familiar no final do século 19″, escreveu Tomes. A adoção de precauções de segurança, como tossir em lenços ou evitar multidões para tentar controlar a gripe de 1918, não teve um impacto positivo onipresente nos hábitos de segurança dos indivíduos na década seguinte, uma vez que algumas pessoas abandonaram essas práticas.

No entanto, alguns comportamentos influenciaram a forma como as pessoas e instituições responderam a surtos de doenças posteriores. Quando a gripe estourou, em 1928, por exemplo, algumas faculdades e universidades isolaram imediatamente as pessoas com gripe, escreveu Tomes. “Agindo rapidamente, as autoridades universitárias da Universidade de Oregon limitaram a propagação da gripe a menos de 15% do corpo discente.

“Educadores do entreguerras, anunciantes e funcionários da saúde pública “abraçaram o evangelho dos germes com grande entusiasmo”, escreveu Tomes. Os novos currículos de saúde na década de 1920 introduziram os lenços aos alunos do jardim de infância, enquanto as crianças do ensino fundamental aprenderam a espirrar nos lenços com uma precisão de estilo militar”.

Promovendo a higiene invocando o medo da gripe, alguns anúncios de enxaguantes bucais, pastilhas para tosse e tônicos lembravam os leitores de que “‘um resfriado pode ser algo muito mais perigoso’“, escreveu Tomes.

As mulheres foram encorajadas a aprender os primeiros sinais de doenças contagiosas para que pudessem lembrar seus filhos e maridos sobre tosse e espirros cuidadosos e levá-los ao atendimento médico o mais rápido possível. (Homens sendo menos disciplinados com relação à higiene, assim como durante a pandemia de Covid-19, também foi um tema da gripe de 1918.)

Depois de mais de um ano usando máscaras para garantir nossa segurança e a de outras pessoas durante a pandemia Covid-19, alguns especialistas preveem que as máscaras se tornarão uma parte permanente de nosso arsenal contra o coronavírus e outros vírus ou bactérias. “Você está espirrando um pouco, não sabe se é um resfriado ou alergia – eu poderia imaginar pessoas colocando máscaras nessas circunstâncias ou quando estão viajando”, disse Wen.

Mulheres no mercado de trabalho

As mortes por gripe em 1918 e a Primeira Guerra Mundial criaram vagas substanciais no mercado de trabalho, o que “proporcionou uma oportunidade para as mulheres entrarem em atividades anteriormente consideradas inadequadas ou muito perigosas, como a indústria têxtil e manufatura, ciência e pesquisa e até mesmo ocupações de laboratórios médicos”, escreveu Lindsey Clark, professora assistente da Universidade de Arkansas para Ciências Médicas, em um artigo de março de 2021.

Esses feitos foram catalisadores para as mulheres ganharem independência social e financeira e o direito de votar em 1920. Embora a pandemia de 1918 tenha atraído as mulheres para a força de trabalho de maneiras diferentes, relatórios mostram que a pandemia de Covid-19 forçou mais de 2,3 milhões de mulheres a desistir de suas profissões.

Quando escolas e creches fechavam ou mudavam para uma plataforma virtual, os empregos das mulheres eram afetados de forma desproporcional, porque elas ainda eram as responsáveis ??pela atenção primária em casa”, escreveu Clark. Ele cita uma pesquisa, segundo a qual uma em cada quatro mulheres que ficaram desempregadas durante esta pandemia o fizeram devido à falta de creches – o dobro da taxa dos homens.

Essas disparidades podem levar os empregadores e a academia a considerarem alternativas, acrescentou Clark, como horários de trabalho flexíveis e cursos virtuais que permitiriam às mulheres um acesso mais viável ao ensino superior.

A dificuldade em encontrar creches e empregos à medida que o mundo se reabre pode causar contratempos desafiadores ou intransponíveis na carreira e perdas financeiras, informou Clark anteriormente à CNN.

Algumas escolas e creches ainda estão operando remotamente, em horários reduzidos, e a exposição de algumas crianças à Covid-19 na escola fez com que os pais tivessem que trabalhar em casa novamente, criando um atrito entre retomar os negócios normalmente e os efeitos duradouros da pandemia na comunidade.

Progresso científico

Em 1918, “a infraestrutura da pesquisa científica era uma fração minúscula, infinitesimal em comparação com a atual”, disse Barry. “Mas a resposta da comunidade científica foi muito sólida agora, basicamente todo mundo largou o que quer que estava fazendo e tentou trabalhar na doença.

Devido ao curto prazo, não teríamos desenvolvido a vacina a tempo de fazer algo contra que a pandemia de 1918, porque ela se desenvolveu muito rapidamente. É claro que eles tentaram desenvolver vacinas, mas não sabiam qual era o patógeno.”

A pesquisa que definiu os vírus ocorreu vários anos após a pandemia de 1918. O resultado da Covid-19 trará “mudanças mensuráveis” e avanços científicos, acrescentou Barry, uma vez que as estruturas acadêmicas se desintegraram de maneira positiva, permitindo a pesquisa interdisciplinar, a colaboração e a criatividade que valeram a pena nos campos da medicina, tecnologia e muito mais.

Por exemplo, uma equipe de especialistas em doenças infecciosas, engenheiros de dados, desenvolvedores de software e cientistas da Universidade Johns Hopkins criou o mapa de rastreamento de casos e mortes de coronavírus em que governos, departamentos de saúde pública e agências de notícias – incluindo a CNN – confiaram para atualizações sobre a pandemia.

Essa infraestrutura de análise de dados pode ser útil para iniciativas como evitar pandemias futuras em potencial e estudar como o clima e a sazonalidade podem ter contribuído para a disseminação do coronavírus.

Mudanças na infância

Depois que a pandemia de Covid-19 fez com que muitas crianças trocassem a escola presencial pelo aprendizado virtual, alguns pais passaram a gostar que seus filhos estudassem em casa, enquanto outros provavelmente prefeririam nunca tentar novamente.

De acordo com uma pesquisa da EdChoice, 64% dos pais disseram que sua visão da educação em casa se tornou mais favorável como resultado da pandemia”, disse à CNN por e-mail o psicólogo Joshua Coleman.

Por outro lado, muitos daqueles que foram forçados a isso disseram que era incrivelmente difícil e não algo que eles não queriam repetir”, acrescentou Coleman, o autor de “Rules of Estrangement: Why Adult Children Cut Ties & How to Heal the Conflict” (por que adultos e crianças cortam laços, e como resolver o conflito, em tradução livre).

Independentemente de os pais optarem pelos filhos continuarem a estudar em casa, as crianças ainda podem fazer atividades extracurriculares sem se deslocar, disse Ravi S. Gajendran, presidente do departamento de liderança e gerenciamento global da Florida International University.

Mesmo que eu tenha estudado trabalho remoto e dado aulas online, sempre presumi que o ensino a distância seria uma modalidade abaixo do ideal para aulas de arte, por exemplo. “Mas fiquei surpreso com o quão próximas as aulas online são da experiência presencial e estou mais aberto”.

O futuro do trabalho

Durante a segunda onda mortal da gripe de 1918, um comitê de saúde recomendou a lojas e fábricas escalonar seu horário comercial e que as pessoas tentassem ir a pé para evitar a superlotação no transporte público, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Essas sugestões não parecem ter durado muito depois daquela pandemia.

Por outro lado, a Covid-19 forçou muitas empresas a fechar ou se tornar totalmente virtuais, e uma das áreas mais significativas em que provavelmente veremos mudanças duradouras na pandemia pós-coronavírus é a forma como o trabalho é realizado, disse Gajendran por e-mail.

As empresas provavelmente pensarão no trabalho remoto como um mecanismo de continuidade de negócios, para o qual podem facilmente mudar se surgirem novas variantes do coronavírus que ultrapassem as proteções que as vacinas atuais oferecem”.

Isso também deve tornar o trabalho híbrido uma parte fundamental de como o trabalho é executado, porque fornece flexibilidade não apenas para lidar com a pandemia, mas também uma maneira de manter as operações em andamento durante outras emergências, como desastres naturais e ataques terroristas.

Mais de nossas vidas diárias – como reuniões, compromissos, treinamentos e atividades dentro e fora do trabalho – podem ser realizadas online, segundo Gajendran. “Os escritórios serão redesenhados com a suposição de que muito trabalho e colaboração envolverão uma proporção maior de interações online do que no passado”.

As mudanças resultantes, como menos almoços de negócios, podem embaralhar as cidades construídas no centro da cidade com o trabalho pessoal, disse Barry. “Acho que a arquitetura pode mudar e (ter) mais foco na ventilação dos prédios. Espero que voltem à capacidade de abrir uma janela em um prédio de escritórios”, acrescentou, rindo. “Isso seria legal.”

REVELAÇÃO BOMBA DEVE BALANÇAR PLANALTO DO GOVERNO FEDERAL - VACINA

 

Governo Bolsonaro pediu propina de US$ 1 por dose, diz vendedor de vacina

O representante de uma vendedora de vacinas afirmou em entrevista à Folha que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.

Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro.

Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Sua nomeação ocorreu em 8 de janeiro de 2019, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM). A Folha tentou, sem sucesso, contato com Dias na noite desta terça-feira (29). Ele não atendeu as ligações.

A empresa Davati buscou a pasta para negociar 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca com uma proposta feita de US$ 3,5 por cada (depois disso passou a US$ 15,5). “O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa”, disse Dominguetti.

A Folha chegou a Dominguetti por meio de Cristiano Alberto Carvalho, que se apresenta como procurador da empresa no Brasil e também aparece nas negociações com o ministério. Segundo Cristiano, Dominguetti representa a empresa desde janeiro.

“Eu falei que nós tínhamos a vacina, que a empresa era uma empresa forte, a Davati. E aí ele falou: ‘Olha, para trabalhar dentro do ministério, tem que compor com o grupo’. E eu falei: ‘Mas como compor com o grupo? Que composição que seria essa?'”, contou Dominguetti.

“Aí ele me disse que não avançava dentro do ministério se a gente não compusesse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério, se a gente conseguisse algo a mais tinha que majorar o valor da vacina, que a vacina teria que ter um valor diferente do que a proposta que a gente estava propondo”, afirmou à Folha o representante da empresa.

Dominguetti deu mais detalhes: ​”Aí eu falei que não tinha como, não fazia, mesmo porque a vacina vinha lá de fora e que eles não faziam, não operavam daquela forma. Ele me disse: ‘Pensa direitinho, se você quiser vender vacina no ministério tem que ser dessa forma”.

A Folha perguntou então qual seria essa ‘forma’. “Acrescentar 1 dólar”, respondeu. Segundo ele, US$ 1 por dose. “Dariam 200 milhões de doses de propina que eles queriam, com R$ 1 bilhão.”

“E, olha, foi uma coisa estranha porque não estava só eu, estavam ele [Dias] e mais dois. Era um militar do Exército e um empresário lá de Brasília”, ressaltou Dominguetti.

Questionado se teria certeza que o encontro foi com o diretor de Logística do ministério, Dominguetti respondeu: “Claro, tenho certeza. Se pegar a telemetria do meu celular, as câmeras do shopping, do restaurante, qualquer coisa, vai ver que eu estava lá com ele e era ele mesmo”.

“Ele [Dias] ainda pegou uma taça de chope e falou: ‘Vamos aos negócios’. Desse jeito. Aí eu olhei aquilo, era surreal, né, o que estava acontecendo.”

“Eu estive no ministério, com Elcio [Franco, ex-secretário-executivo do ministério], com o Roberto, ofertando uma oferta legítima de vacinas, não comprou porque não quis. Eles validaram que a vacina estava disponível.”

Segundo Dominguetti, o jantar ocorreu na noite do dia 25 de fevereiro, na véspera de uma agenda oficial com Roberto Dias no Ministério da Saúde e um dia após o país ter atingido a marca de 250 mil mortos pela pandemia do coronavírus.

“Fui levado com a proposta para o ministério e chegando lá, faltando um dia antes de eu vir embora, recebi o contato de que o Roberto Dias tinha interesse em conversar comigo sobre aquisição de vacinas”, disse.

“Quando foi umas 17h, 18h [do dia 25], meu telefone tocou. Me surpreendi que a gente ia jantar. Fui surpreendido com a ligação de que iríamos encontrar no Vasto, no shopping. Cheguei lá, foi onde conheci pessoalmente o Roberto Dias”, afirmou.

A Primeira Página da Folha no dia da oferta de propina para compra de vacinas em restaurante de Brasília

Dominguetti ​disse que recusou o pedido de propina feito pelo diretor da Saúde.

“Aí eu falei que não fazia, que não tinha como, que a vacina teria que ser daquela forma mesmo, pelo preço que estava sendo ofertado, que era aquele e que a gente não fazia, que não tinha como. Aí ele falou que era para pensar direitinho e que ia colocar meu nome na agenda do ministério, que naquela noite que eu pensasse e que no outro dia iria me chamar”.

Dominguetti continuou então o relato daqueles dois dias. “Aí eu cheguei no ministério para encontrar com ele [Dias], ele me pediu as documentações. Eu disse para ele que teriam que colocar uma proposta de compra do ministério para enviar as documentações, as certificações da vacina, mas que algumas documentações da vacina eu conseguiria adiantar”, afirmou.

Segundo ele, o encontro na Saúde não evoluiu. “Aí ele [Dias] me disse: ‘Fica numa sala ali’. E me colocou numa sala do lado ali. Ele me falou que tinha uma reunião. Disso, eu recebi uma ligação perguntando se ia ter o acerto. Aí eu falei que não, que não tinha como.”

“Isso, dentro do ministério. Aí me chamaram, disseram que ia entrar em contato com a Davati para tentar fazer a vacina e depois nunca mais. Aí depois nós tentamos por outras vias, tentamos conversar com o Élcio Franco, explicamos para ele a situação também, não adiantou nada. Ninguém queria vacina”, afirmou.

Segundo ele, Roberto Dias afirmou que “tinha um grupo, que tinha que atender a um grupo, que esse grupo operava dentro do ministério, e que se não agradasse esse grupo a gente não conseguiria vender”.

Questionado pela Folha sobre que “grupo” seria esse, ele respondeu: “Não sei. Não sei quem que eram os personagens. Quando ele começou com essa conversa, eu já não dei mais seguimento porque eu já sabia que o trem não era bom”.

A suspeita sobre a compra de vacinas veio à tona em torno da compra da vacina indiana Covaxin, quando a Folha revelou no último dia 18 o teor do depoimento sigiloso do servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda ao Ministério Público Federal, que relatou pressão “atípica” para liberar a importação da Covaxin.

Desde então, o caso virou prioridade da CPI no Senado. A comissão suspeita do contrato para a aquisição da imunização, por ter sido fechado em tempo recorde, em um momento em que o imunizante ainda não tinha tido todos os dados divulgados, e prever o maior valor por dose, em torno de R$ 80 (ou US$ 15 a dose).

Meses antes, o ministério já tinha negado propostas de vacinas mais baratas do que a Covaxin e já aprovadas em outros países, como a Pfizer (que custava US$ 10).

A crise chegou ao Palácio do Planalto após o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), irmão do servidor da Saúde, relatar que o presidente havia sido alertado por eles em março sobre as irregularidades. Bolsonaro teria respondido, segundo o parlamentar, que iria acionar a Polícia Federal para que abrisse uma investigação. Da Folha de SP

Pesquisa do Instituto Escutec será divulgada próximo dia 4

DISPUTA PARA GOVERNO DO MARANHÃO - PESQUISA


Pesquisa do Instituto Escutec será divulgada próximo dia 4

O instituto Escutec vai realizar uma nova pesquisa de intenções de voto sobre as eleições de 2022. O levantamento será divulgado em 4 de julho, pela TV Mirante.

Os nomes que serão testados são do senador Weverton Rocha (PDT), vice-governador Carlos Brandão (PSDB), ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Júnior (Sem partido), secretário Simplício Araújo (Solidariedade), deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), ex-governadora Roseana Sarney, senador Roberto Rocha (sem partido) e o do prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahésio Bonfim (PSL).

Essa será a segunda pesquisa da Escutec sobre a sucessão do governador Flávio Dino, outras duas serão realizadas em setembro e dezembro.

O cenário para a disputa pela vaga no Senado Federal também será pesquisado.

JORNALISTA DATENA DA TV BAND PODE SER CANDIDATO EM 2022

 

PSL negocia com MDB e Datena: ‘Vou ser candidato em 2022; só não sei a quê’

Ex-sigla do presidente Jair Bolsonaro, o PSL busca aproximação com o MDB para uma aliança de centro e convidou o apresentador José Luiz Datena para ser candidato ao Planalto em 2022. Ao GLOBO, o apresentador disse que seu foco é concorrer ao Senado, mas que está aberto a ser candidato à Presidência da República no ano que vem.

Datena afirmou que vai avaliar o cenário se aparecer “bem posicionado” nas pesquisas de intenção de voto até fevereiro de 2022. Caso contrário, cogita uma vaga no parlamento ou até mesmo disputar o governo de São Paulo.

— Meu foco é o Senado. Mas se eles acharem que posso ser candidato a presidente, se houver possibilidade científica, baseada em pesquisa, até posso ser. Se não tiver viabilidade de disputar, não  vou me meter a besta de concorrer contra quem está muito mais forte do que eu. Que eu vou ser candidato, vou ser, só não sei a quê — afirmou Datena.

O apresentador disse que ainda não se filiou ao PSL, mas afirmou que “está tudo encaminhado”. O PSL pode ser o sexto partido a que Datena se filia, e o quinto desde 2015. De 1992 até então ele integrava os quadros do PT. Depois, passou por PP, PRP, DEM e MDB. Ele ameaçou disputar as últimas três eleições, mas recuou em todas elas para continuar à frente do programa Brasil Urgente, da Band TV.

Questionado sobre as recentes desistências de última hora, ele declarou que desta vez encontrou um ambiente mais propício ao seu projeto, mas que ainda vai conversar com a cúpula da emissora para notificá-la da decisão.

O plano foi tratado num jantar realizado na noite da última segunda-feira, do qual participaram Luciano Bivar (PSL), Baleia Rossi (MDB), Aguinaldo Ribeiro (PP), Rodrigo Maia (sem partido) e o próprio Datena.

Uma eventual nova desistência do projeto político de Datena é considerada no PSL, mas o partido avalia que só saberá das chances do apresentador nas eleições se institutos de pesquisa eleitoral passarem a incluí-lo em seus levantamentos. A cúpula da sigla tem rodado pesquisas próprias para medir o apoio à essa eventual candidatura.

O presidente do MDB, por sua vez, deixou a questão em aberto:

— Tenho boa relação com o Bivar. Acho importante que o PSL esteja conosco nas conversas com os demais partidos de centro. Mas ainda não há nada concreto sobre nomes. O que existe, por ora, é que tanto PSL quanto MDB podem apresentar nomes para disputar a presidência — disse Rossi.

A capilaridade do MDB, legenda com maior número de prefeituras no Brasil (784 eleitas em 2020), interessa ao PSL. A legenda de Bivar, por sua vez, é dona do segundo maior fundo eleitoral, de R$ 200 milhões, perdendo apenas para o PT.

O deputado federal Alceu Moreira, presidente da Fundação Ulysses, ligada ao MDB, e Marcos Cintra, presidente da Fundação Indigo, do PSL, trabalham num documento conjunto para os dois partidos, que deverá servir de alicerce para o programa de governo de uma possível candidatura presidencial.

— Vamos discutir esse projeto comum com candidato, que pode ser o Datena. O objetivo é aglutinar mais pessoas a esse projeto. A gente vai fazer contatos assim que o PSDB definir a vida deles. E tem o DEM também — disse Bivar.

Apesar disso, PSDB e DEM devem estar em outro projeto para 2022. Os tucanos planejam lançar uma candidatura própria. Atualmente, os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, além do senador Tasso Jereissati (CE), disputam votos no processo interno de prévias. O resultado deverá ser conhecido em novembro.

Se disputar o Planalto ou o Senado por São Paulo, Datena deve ter o MBL como cabo eleitoral. O PSL filiou na semana passada um dos principais nomes do grupo, o vereador Rubinho Nunes, recém-expulso do Patriota por críticas à chegada de Flávio Bolsonaro, e pretende atrair o restante dos membros.

Deputado estadual também pelo Patriota e candidato à prefeitura de São Paulo em 2020, Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, está nos planos do PSL para o governo de São Paulo. Nunes se encontrou na última semana com presidente estadual da legenda, Júnior Bozzella.

— O MBL está trabalhando por uma terceira via qualificada. Hoje os principais nomes são (João) Amoêdo e (Danilo) Gentili. Infelizmente, o Amoêdo teve a candidatura sabotada por quadros bolsonaristas do Partido Novo. Vejo a candidatura do Datena como robusta e com condições de derrubar Lula e Bolsonaro — declarou Nunes. O Globo