Contra dividir Justiça, PSB articula dobradinha com Flávio Dino e Paulo Câmara
As movimentações de uma ala da equipe de transição de Lula para separar o Ministério da Justiça e da Segurança Pública levaram integrantes do PSB a articular, nos bastidores, uma dobradinha para manter a pasta integrada.
Uma das ideias seria o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) ser nomeado como ministro e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que deixará o cargo em janeiro, como secretário especial da Segurança Pública.
A avaliação é de que essa composição daria peso ao ministério, por ter dois ex-governadores trabalhando juntos, além de ajudar a saciar o tamanho do apetite do PSB por espaços no futuro governo.
Hoje, o PSB vive um dilema. Embora tenha elegido apenas 14 deputados federais e já tenha o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, a sigla tem vários nomes pleiteando cargos no primeiro escalão da gestão Lula.
Além de Dino e Câmara, desejam ser ministros nomes como o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) e o ex-governador Márcio França (PSB-SP), ambos derrotados nas eleições deste ano.
Assista à entrevista de Flávio Dino à coluna do Igor Gadelha
Até quando Bolsonaro espera que seus eleitores fiquem na porta dos quartéis
Jair Bolsonaro confidenciou a aliados que esta é a última semana em que acredita que seus apoiadores ficarão em frente aos quartéis pedindo um golpe de Estado.
O presidente avalia que a Copa do Mundo, que começa neste domingo, fará com que os eleitores se desmobilizem e queiram assistir aos jogos em casa.
As declarações de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, neste sábado (19/11), afirmando que o TSE teria dado o mesmo número de patrimônio para diversas urnas, o que dificultaria o controle pelo tribunal, foram feitas seguindo essa lógica do presidente.
O objetivo do partido de Bolsonaro foi tentar manter a mobilização dos eleitorados. (Metrópoles)
A ordem no governo Lula para lidar com Moro no Congresso
Integrantes do governo Lula e do PT definiram uma estratégia para lidar com Sergio Moro (União-PR) como senador eleito no Congresso Nacional. O plano é ignorar ao máximo o ex-juiz e não entrar em embates que permitam que Moro se cacife para um papel de liderança da oposição.
Em paralelo, congressistas do PT e aliados de Lula atuarão para bloquear iniciativas de caráter punitivista que Moro tente gestar como senador. A ideia é trabalhar para deixar o ex-juiz “isolado e sem influência política”. Por isso, boa parte das lideranças petistas defende que Moro seja ignorado e que o governo e parlamentares que apoiem Lula evitem entrar em confrontos que deem espaço ao ex-juiz.
Há ainda a avaliação de que Moro tem pouca habilidade de articulação política e que seu próprio perfil dificulta que ele encarne uma liderança contra o governo.
Outro fator pesa contra os planos de Moro de ser um expoente da oposição: seu partido, o União Brasil, que avalia integrar a base de Lula.
Na semana passada, o presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), teve uma reunião com a presidente do PT e coordenadora da transição de governo na área de articulação política, Gleisi Hoffmann (PR). Além dele, outros nomes da legenda, como o ex-presidente do Senado Alcolumbre (União-AP), atuam nos bastidores para que o União Brasil apoie Lula. (O Globo)