domingo, 22 de junho de 2014

Índias revelam o segredo de manter a boa forma para o São João



Cultura e Beleza


Com as intensas apresentações juninas nos vários arraiais realizados na capital, muitos grupos de bumba meu boi estão com a agenda lotada para garantir a festa dos apaixonados pela cultura maranhense. As vestimentas indígenas sempre encantam centenas de mulheres e geram disputas pela beleza feminina dos participantes na cidade. Com isso, os cuidados com o corpo levam muitas brincantes a exagerar nas academias e no uso de produtos proibidos para chamar a atenção dentro da equipe. Os responsáveis pela festa fazem um alerta para esse mal.

 

Clarissa Lobato, do Boi de Morros, seleciona as “índias” para dançar no grupo. Segundo ela, todo um conjunto de fatores é avaliado como a aparência física, a saúde, a simpatia, carisma, o sorriso, entre outros. “É um somatório de elementos que tornam a mulher bela para dançar o São João. Ela pode ser linda esteticamente, mas precisa também encantar o público”, explicou.

Conforme ela, cerca de 200 candidatas concorre todos os anos as vagas, geralmente 10, disputadas por pessoas de todas as idades e etnias. Clarissa diz que sempre esclarece os cuidados saudáveis com o corpo para que os brincantes tenham consciência para evitar o uso de elementos químicos não recomendados ao corpo humano. “A gente sempre busca trabalhar de forma educacional, informativa e com instruções para alertar o não uso de produtos que possam prejudicar os integrantes do boi”.

A prática de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada tornam Anne Kelly uma das mais belas índias do grupo. Ela conta que nem tudo é válido para chamar atenção nas apresentações.
 
“Há uma rivalidade entre meninas dos outros bois. As mulheres são muito vaidosas e em nome disso muitas buscam alternativas que são totalmente proibidas o seu uso”.

José Muniz Lobato, proprietário do boi de Morros que tem 37 anos de história, afirma que o grupo é conhecido principalmente pela beleza das índias e isso tem ganhado cada vez mais destaque nas danças. “O boi até busca apoiar a academia dos brincantes. Mas, não concordamos com o uso de anabolizantes para ter o corpo ideal e a gente sempre orienta para que não entrem nessa onda”, enfatizou ele.

Sobre a rivalidade entre os membros, a vice-presidente do boi Encanto de São Cristovão, com 11 anos de tradição, Edylene Diniz, destacou que já viu muitos olheiros observando as índias de seu grupo e que algumas já até receberam convites para sair do boi. “Muitas índias buscam fama em bois mais conhecidos na cidade. A disputa é muito grande”.

Carol Sousa dança há quatro anos no Encanto e disse que os cuidados com o corpo, o cabelo e a pele são essenciais para fazer uma boa performance nos arraiais. Ela confessa que já recebeu convites para participar de outros grupos, mas, que a paixão pela equipe atual não deixa ela abandonar sua origem. Carol disse ainda que conhece muitas meninas que malham de forma exagerada em busca da perfeição. “Já vi índias tomarem anabolizantes para ter um resultado rápido e chamar atenção entre as demais ou até fazerem lipoaspiração para ter uma cintura invejável”, confirmou. Fonte: Jornal O Imparcial.

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