Operação Attalea: entenda como funcionava esquema que desviou R$ 60 milhões dos cofres públicos
Entrevista coletiva na sede da Polícia Federal
Durante entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira (20), na sede da Polícia Federal, representantes do Ministério Público Federal e Estadual, Controladoria-Geral da União (CGU), Grupo de Atuação Especial no Combate a Organizações Criminosas (Gaeco) e Polícia Federal, explicaram como funcionava o esquema de fraude de licitações e desvio de recursos no município de Anajatuba.
De acordo com as investigações, a quadrilha composta por políticos, empresários, secretários e funcionários da prefeitura, agia desviando recursos públicos através de licitações fraudulentas vencidas por empresas fantasmas e laranjas, o que no final beneficiava os integrantes do grupo. A denúncia, que iniciou as investigações ainda em julho de 2014, foi feita pelo vice-prefeito de Anajatuba, Sidney Pereira.
As investigações já apontam envolvimento de mais de trinta Prefeituras do Maranhão no esquema. Com isso, chega-se a mais de R$ 60 milhões o desvio de verbas públicas. Soma-se aí recursos federais, estaduais e municipais.
Quatro empresas foram identificadas como sendo as utilizadas no esquema. São elas: A4 Entretenimento, M.R. Comércio e Serviços, Vieira e Bezerra LTDA e Construtora Construir. Só em Anajatuba os desvios comprovados chegam aos R$ 15 milhões. O valor deverá aumentar de acordo com o andamento das investigações, segundo o promotor de Justiça, Marco Aurélio, representante do Gaeco.
Nessa etapa da operação, além dos pedidos de prisões, bloqueio de bens e afastamento dos cargos dos envolvidos, a polícia apreendeu toda a contabilidade da organização criminosa.
Recursos desviados da Educação
A fraude no Censo Escolar, foi apenas um dos meio utilizados pela quadrilha para garantir o desvio de recursos. Neste caso, segundo a polícia, eles agiam aumentando o número de alunos e com isso garantiam um valor maior no repasse de diversos Programas Federais, que repassam o dinheiro à Prefeitura de acordo com o número de estudantes matriculados nas escolas do município.
Programas como Fundeb e Merenda Escolar foram alvos da fraude. Empresas inexistentes de transporte escolar também faziam parte do esquema no setor da educação.
Prisões
Durante a operação Attalea, foram presos o prefeito de Anajatuba, Helder Aragão; os secretários municipais de Administração e educação, Ednilson dos Santos Dutra e Professora Hálida Maria; os empresários Fernando Junior e Fabiano Bezerra; os membros da comissão de licitação do município e funcionários da prefeitura. Houve também mandados de prisão cautelar e uma coercitiva.
Luis Pablo
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