André Moura, do PSC-SE, vai negociar com partidos em nome de Temer. Novo líder disse que é inocente e que não tem desgaste para o governo.
Na Câmara, chamou a atenção a escolha do líder do governo: o deputado André Moura é réu em três processos no Supremo Tribunal Federal e aliado de Eduardo Cunha.
Isso mostra que Eduardo Cunha, mesmo afastado, ainda tem peso para acelerar as votações. Cunha tem aliados no comando de postos estratégicos da Câmara: na Comissão de Constituição e Justiça, na Comissão de Orçamento e na presidência da Câmara, onde Waldir Maranhão continua presidente interino, mas agora aceitou não aparecer no plenário para presidir as sessões.
O novo líder do governo na Câmara é André Moura, do PSC de Sergipe. É ele que vai negociar com os partidos em nome do presidente em exercício Michel Temer. E chamou atenção: Moura aparece em 8 investigações no Supremo Tribunal Federal, responde por desvio de dinheiro, tentativa de homicídio e também é alvo da operação Lava Jato.
O novo líder disse que é inocente e que não tem desgaste para o governo. “Todas as investigações que a gente aparece, em todas elas a gente tem a consciência muito tranquila, de toda a nossa história política”, afirma o deputado.
André Moura foi escolhido por pressão dos partidos que eram Dilma e agora são aliados do novo governo. Um bloco, apelidado de Centrão, que tem 304 deputados, 14 partidos como PP, PR ePSD. “Particularmente nunca tive nenhuma informação dessas questões do deputado André Moura, apenas posso atestar que de fato ele tem uma experiência, ele tem uma liderança na casa”, afirma deputado Rogério Rosso (PSD-DF), líder do partido.
Para o Democratas, a escolha do novo líder tem o dedo de Eduardo Cunha, o presidente afastado da Câmara, de quem Moura sempre foi aliado. “Vai ter consequências no futuro, ruins, para o próprio governo do presidente Temer. Já disse isso dez vezes e vou voltar a dizer, a pressão quem fez foi deputado Eduardo Cunha, via Centrão”, afirma o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), líder do partido.
André Moura disse que a escolha foi de Temer. O novo aliado deixou bem clara a contrariedade. “Tem que ser uma construção democrática de reconhecimento, e não uma imposição de um grupo de partidos, porque, dessa forma, a gente começa errando”, declara o deputado Danilo Fortes (PSB-CE).
A outra novidade do dia foi que o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, conseguiu fazer a reunião de líderes. Encheu a sala e ouviu o pedido de deputados, para quem não comandasse as votação. Dito e feito. Quando a sessão do plenário começou, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, já tinha ido embora, o que deixou os deputados bem mais calmos que na última sessão.
E quem sentou na cadeira da presidência foi o segundo vice-presidente da Câmara, deputado Giacobo. Foi ele que comandou as votações. Duas medidas provisórias foram aprovadas, já com a articulação do novo líder André Moura. O deputado Giacobo encerrou a sessão às 22h30 e foi elogiado por deputados.
Giacobo não responde a processo no momento. É conhecido na Câmara por ter sido premiado 12 vezes na loteria em um ano. Na época, não era deputado. A assessoria de Giacobo disse que foram bolões com sócios dele.
E é ele que deve comandar as sessões daqui para frente. Pelo menos é a intenção. Elogiado ele foi. “Em nome do bloco, PP, PTB, PCS, parabenizar vossa excelência. Depois do impeachment é a primeira vez, primeira sessão, que nós conseguimos deliberar”, declara o deputado Simão Sessin (PP-RJ).
Eduardo Cunha nega que esteja influenciando as negociações.
O Democratas insiste em uma nova eleição para presidente da Câmara.
O deputado José Carlos Aleluia pediu que o Supremo Tribunal Federal declare vago o cargo de presidente da Câmara, por causa da suspensão do mandato de Eduardo Cunha, e que seja realizada uma nova eleição para escolher quem vai comanda a Câmara.
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