É o pior ataque a tiros da história dos Estados Unidos, dizem agências. Atirador, identificado como Omar Saddiqui Mateen, foi morto pela polícia.
O número de mortos faz do ato o pior ataque a tiros da história dos Estados Unidos. O último com proporções comparáveis foi o massacre de 2007 na universidade Virginia Tech, que deixou 32 mortos, segundo a Reuters. Este é o pior massacre terrorista em solo americano, depois do 11 de setembro.
Ao lado de representantes da polícia local, do FBI, de médicos e de um líder muçulmano, o prefeito da cidade, Buddy Dayer, lamentou dar a notícia de que o número de mortos na casa noturna Pulse era maior que o estimado anteriormente. "Há sangue por todo lado", disse o prefeito.
“Depois que verificamos que não havia mais explosivos, conseguimos entrar e ver que o número de mortos era muito maior do que o que pensávamos”, explicou o chefe de polícia, John Mina.
O atirador também morreu durante a troca de tiros com a polícia. O FBI confirmou no início da tarde a identidade do suspeito: Omar Saddiqui Mateen. Ele tinha 29 anos e era um cidadão norte-americano, filho de pais afegãos.
De acordo com as autoridades, na última semana, o suspeito comprou legalmente duas armas de fogo – uma pistola e uma arma de cano longo.
O agente do FBI Ronald Hopper disse em coletiva de imprensa ter recebido informações de que, antes do ataque, Mateen ligou para o número de emergência 911 e disse ser leal ao Estado Islâmico.
O suspeito já havia sido investigado porque havia citado possíveis ligações com terroristas a colegas de trabalho. Ele foi interrogado pelo FBI em duas ocasiões.
Apesar das investigações passadas, Omar Saddiqui Mateen não estava sendo investigado atualmente e não estava sob observação do FBI. Não há, por enquanto, evidências de que ele tenha sido treinado ou orientado pelo Estado Islâmico, segundo a rede "CNN".
Mais cedo, uma agência de notícias ligada ao Estado Islâmico afirmou que o ataque foi realizado por um "combatente" do grupo, sem fazer referência à identidade de Mateen. O senador da Flórida Bill Nelson disse que não está confirmado que o grupo tenha assumido.
Veja a seguir mais detalhes sobre o caso.
Quem é o atirador?
Omar Saddiqui Mateen é cidadão americano e filho de pais afegãos. Ele nasceu em Nova York e vivia a 200 km de Orlando, na cidade de Port Saint Lucie, também na Flórida.
Segundo o jornal "Washington Post", o pai do suspeito chama-se Seddique Mateen. De origem afegã, ele apresentava um programa sobre política e apoiava o regime talibã. Ainda segundo o jornal, Seddique chegou a se declarar candidato a presidente do Afeganistão.
Em entrevista ao canal de TV "NBC", o pai do suspeito descartou motivações religiosas para o ataque e apontou para homofobia. "Isto não tem nada a ver com a religião", disse, acrescentando que seu filho ficou transtornado, há mais ou menos dois meses, quando viu dois homens se beijando durante uma viagem a Miami. "Peço desculpas pelo incidente. Não éramos conscientes de que estivesse premeditando algum tipo de ação. Estamos em estado de choque da mesma forma que todo o país", disse.
A ex-mulher de Mateen disse ao "Washington Post" que ele era violento, mentalmente instável e batia nela constantemente enquanto eles eram casados.
O suspeito já havia sido investigado porque havia citado possíveis ligações com terroristas a colegas de trabalho. Ele foi interrogado pelo FBI em duas ocasiões.
Apesar das investigações passadas, Omar Saddiqui Mateen não estava sendo investigado atualmente e não estava sob observação do FBI. Não há, por enquanto, evidências de que ele tenha sido treinado ou orientado pelo Estado Islâmico, segundo a rede "CNN".
Mais cedo, uma agência de notícias ligada ao Estado Islâmico afirmou que o ataque foi realizado por um "combatente" do grupo, sem fazer referência à identidade de Mateen.
Os policiais encontraram com o suspeito um revólver, uma metralhadora AR-15 e um número desconhecido de munições.
Qual foi o motivo do atirador?
O FBI abriu uma investigação por "ato de terrorismo". Os policiais buscam determinar o que levou o homem a entrar na boate com um fuzil e um revólver na noite do Orgulho Gay nos Estados Unidos.
O FBI informou sobre "simpatias por essa ideologia particular", referindo-se ao movimento islamita. O pai do suspeito, Mir Seddique, declarou, porém, que "isso não tem nada a ver com religião".
Seddique explicou à rede NBC que seu filho se irritou, há algum tempo, quando viu dois homens se beijarem na frente de seu filho e de sua mulher, em Miami.
Qual era o alvo do atirador?
A boate Pulse, local do massacre de Orlando, é uma das casas noturnas mais emblemáticas da causa da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) na Flórida e nos Estados Unidos.
A boate Pulse, local do massacre de Orlando, é uma das casas noturnas mais emblemáticas da causa da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) na Flórida e nos Estados Unidos.
O estabelecimento foi fundado em 2004, após um drama familiar: a morte, em 1991, do irmão da cofundadora e coproprietária do local, vítima da Aids.
A Pulse faz parte de uma rede comunitária dinâmica na Flórida para "despertar as consciências" sobre a homossexualidade nos Estados Unidos e no mundo.
Oque aconteceu dentro da boate?
A polícia de Orlando informou que foi chamada por volta das 2h (3h de Brasília) de domingo e, quando agentes chegaram à boate, houve troca de tiros do lado de fora e o atirador voltou para dentro e fez reféns por algumas horas.
"Às... 5h nesta manhã, foi tomada a decisão de resgatar as vítimas mantidas reféns dentro do local. Nossos policiais trocaram tiros com o suspeito. O suspeito está morto", disse o chefe de polícia de Orlando, John Mina.
Para entrar na casa noturna, a polícia realizou uma "explosão controlada" com ajuda de uma equipe da Swat. Ao menos um policial ficou ferido na troca de tiros com o agressor, mas a ação da polícia salvou ao menos 30 vidas, disse Mina.
Não ficou claro quando as vítimas dentro do clube morreram, se foi antes, durante a tomada de reféns ou no confronto entre o atirador e a polícia.
OQue contaram as testemunhas?
"Por volta das 2h, alguém começou a atirar. As pessoas se jogaram no chão", contou um dos frequentadores, Ricardo Negron, à "Sky News". A testemunha disse ter ouvido disparos contínuos por quase um minuto, embora tenha parecido muito mais. "Havia sangue por toda a parte", disse outra testemunha.
Javier Antonetti, de 53 anos, disse ao jornal "Orlando Sentinel" que estava perto da parte dos fundos da boate quando ouviu tiros. "Houve tantos (tiros), ao menos 40", disse.
Rosie Feba estava com uma amiga quando os disparos começaram. "Ela me disse que alguém estava atirando. Todo mundo se jogou no chão", contou ao jornal "Orlando Sentinel". "Disse a ela que não acreditava, achei que fosse parte da música, até que vi fogo saindo da arma."
Quem são as vítimas?
Edward Sotomayor Jr, 34 anos, é um dos mortos no ataque. Apelidado de Eddie por amigos nas redes sociais, ele trabalhava como diretor de marcas de uma agência de viagens voltada para a comunidade gay.
Edward Sotomayor Jr, 34 anos, é um dos mortos no ataque. Apelidado de Eddie por amigos nas redes sociais, ele trabalhava como diretor de marcas de uma agência de viagens voltada para a comunidade gay.
Stanley Almodovar III, de 23 anos, também morreu neste domingo. O técnico em farmácia morava em Clermont, na Flórida, mas nasceu em Massachussets. Em sua conta pessoal no Instagram, ele escreveu: "Farmácia é meu talento, as drogas me escolheram".
Há brasileiros entre as vítimas?
O Itamaraty afirmou que ainda não há registro de brasileiros entre as vítimas do ataque em Orlando. Em nota, a pasta disse que o governo brasileiro recebeu com "profunda consternação e indignação" a notícia.
O Itamaraty afirmou que ainda não há registro de brasileiros entre as vítimas do ataque em Orlando. Em nota, a pasta disse que o governo brasileiro recebeu com "profunda consternação e indignação" a notícia.
O ministério afirmou que o consulado-geral do Brasil em Miami está em "estreito contato" com as autoridades locais e com a comunidade brasileira em Orlando. Cabe ao consulado prestar assistência a brasileiros no exterior. Sede de parques temáticos famosos, Orlando é um dos principais destinos turísticos de famílias brasileiras nos Estados Unidos.
Como foi a repercussão do caso?
A Casa Branca, os virtuais candidatos à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump e Hillary Clinton, políticos do mundo inteiro, celebridades e esportistas comentaram o ataque.
O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que foi um ato de terror e de ódio. Hillary defendeu manter as armas longe de terroristas e criminosos. Trump cobrou mais rigor e cautela ao lidar com o terrorismo islâmico radical.
O papa Francisco expressou sentimentos de repulsa e condenação, de dor e de confusão "frente a esta nova manifestação de uma loucura assassina e de um ódio sem sentido".
A cantora Madonna pediu basta aos crimes de ódio. O cantor Elton John disse que seu coração está com as famílias e amigos das vítimas.
A presidente afastada Dilma Rousseff também expressou seus sentimentos às famílias e ao povo americano. O presidente em exercício Michel Temer lamentou a tragédia e expressou sua solidariedade.
Como este caso se compara com outros de violência nos EUA?
Mais pessoas foram mortas no ataque deste domingo do que qualquer outro a tiros nos Estados Unidos.
Até então, o pior ataque registrado havia ocorrido em 2007, quando um estudante matou 32 pessoas e se suicidou no campus da Universidade de Virginia Tech.
O caso mais recente ocorreu em 2 de dezembro de 2015. Syed Farook e Tashfeen Malik foram acusados de matar 14 pessoas e ferir 21 em um tiroteio em um centro para pessoas com deficiência na cidade de San Bernardino, 100 km ao leste de Los Angeles.
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