19 de Abril de 2021, AO DIA DO ÍNDIO NO BRASIL, porque não contar uma pequena história dos primeiros habitantes dessa bela cidade praiana-Tutóia
Os primeiros habitantes da região foram os Índios Tremembês, considerados valentes e prestimosos. Em 1727, havia duas dates de seis léguas, medidas e demarcadas pelos indígenas. Com a denominação de Viçosa, foi elevada à categoria de Vila, em 1758, continuando a ser conhecida, porém, como Tutóia.
2021 - MAIS UMA DÁDIVA COMPLETOU DIA 29 DE MARÇO A CIDADE DO PEIXE E CAMARÃO - TUTÓIA-MA
Na última segunda-feira, 29 de março, "TUTÓIA" recordou os 83 anos de EMANCIPAÇÃO POLÍTICA ADMINISTRATIVA, um importante município cuja história começou com o povoamento indígena conhecido como: OS ÍNDIOS TREMEMBÊS e que alcançou um estimável crescimento econômico e populacional graças à produção do pescado, cultura da mandioca, artesanato. etc...
No entanto, todo esse progresso não impediu que, em 1871, Tutóia tivesse sua sede transferida para Barreirinhas. Com uma perseverante luta. Os tutoienses reagiram, restauraram sua autonomia e somente em 29 de março de 1938 foi elevada à categoria de cidade, de modo que, este ano de 2021, não foi possível comemorar seus 83 anos. E olhando para o passado e presente diante de um surgimento de uma PANDEMIA, que quebrou a tradição e comemorações cultural desse município.
Tutóia é destaque entre os pontos turísticos maranhenses, graças aos pequenos lençóis maranhenses e ao seu paradisíaco aspecto com uma fauna e flora privilegiadas. Localizada no litoral, Tutóia é possuidor de um grande potencial pesqueiro e já foi em seu passado uma cidade da região do Baixo-Parnaíba e do nordeste na produção de sal, que era exportado para o Sul do país através de navios cargueiros, que entravam pela boca da barra até ao porto da falida salineira Igoronhon.
Na Cultura, seu povo trabalhador e acolhedor, já contou com os talentos de Elza Souza Mendes - a Dona Elza do Caroço -, uma verdadeira lição de vida e Ananias Santos, artista plástico, professor, ex. Secretário de Cultura(1997 a 2004), idealizador da Bandeira do município. Esses personagens que ajudaram escrever a história de Tutóia e tantos outros.
Além da produção do forte pescado e comércio local, o crescimento da cidade ainda vem dependendo das políticas públicas de seus potenciais existentes, já que detém de três importantes potenciais forte da cidade dos lençóis: TURÍSMO, PESCA, AGRICULTURA.
É preciso uma administração eficiente, dedicada a solucionar os problemas de saúde, de educação de trabalho, segurança pública, infraestrutura.
No esporte, surgiram muitos talentosos e alguns filhos da cidade cumprem contratos em clubes nacional e estrangeiros no Beach Soccer e outras modalidades. Ainda acreditamos que as políticas públicas se voltem a atenção para juventude e em especial um olhar para o povo da terceira idade.
Tutóia, um grande centro turístico, ainda muito sonhado como gerador de emprego e renda. Mais falar dessa bela cidade pesqueira e turística é congratular com quase 70 mil habitantes residentes na zona rural e urbana desse município.
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TUTÓIA. OS PRIMEIROS HABITANTES CONHECIDOS NA REGIÃO DA BOCA DO RIO PARNAÍBA FORAM OS ÍNDIOS TEREMEMBÉS.
OS ÍNDIOS TREMEMBÉS E TUTÓIA 83 ANOS
Em 1766, a Missão tornou-se uma freguesia de índios e foi rebatizada de Almofala, um topônimo de origem árabe-portuguesa. No fim do século XVIII, porém, a irmandade foi declinando pouco a pouco, perdendo grande parte de seu patrimônio. A povoação de Almofala continuou a ser habitada, porém, por população indígena. Ao longo da primeira metade do século XIX, diversos “diretores de índios” foram, inclusive, nomeados para a povoação, perdurando até 1858, quando a diretoria foi definitivamente suprimida por lei provincial, o que corresponde à posição política do governo cearense sobre os aldeamentos indígenas.
De fato, a documentação histórica que subsiste do período trata, sobretudo, do destino das terras que constituíam o patrimônio do dito aldeamento. Datado de 1855-1857, o “Livro de Registro de Terras da Freguesia da Barra do Acaraçú” inclui 22 títulos de índios de Almofala, além do registro “de uma légua de terra quadrada” para “residencia e subsistência dos Índios” da povoação (18 de março de 1857), apresentado pelo Curador dos Índios e rubricado pelo vigário de Acaraú. Essa documentação fundiária tem valor especial porque está de acordo com as mudanças decorrentes da Lei de Terras de 1850 no que se refere aos aldeamentos extintos. Depois, outros documentos confirmam a medição e discriminação das terras pelo engenheiro Antonio Gonçalves da Justa Araújo. No entanto, elas foram sendo progressivamente ocupadas por “pessoas estranhas à família” dos índios, tal como se verifica na documentação da Câmara Municipal de Acaraú da década de 1880. Aforamentos foram sendo igualmente concedidos em diversos trechos das terras do aldeamento. Todavia, mudanças ecológicas graves dificultaram provavelmente a ocupação completa das terras.
No fim do século XIX, a antiga povoação foi sendo coberta pouco a pouco por dunas de areia que chegaram, inclusive, a soterrar a igreja barroca ao longo de três décadas. Em 1898, o Padre Antonio Tomás (1981), que foi testemunha de todo esse processo, registrou o drama provocado pela retirada dos santos da igreja, o que envolveria diretamente os “descendentes” dos índios. Considerando os fatores ecológicos, ampla extensão da área que perfazia as terras do antigo aldeamento de Almofala tinha pouco valor econômico, o que não evitou sua ocupação em seu interior. Nesse caso, a primeira metade do século XX mostrou um quadro bastante heterogêneo de ocupação da terra, de regularização fundiária e de aproveitamento econômico dos recursos naturais. A partir de 1940, as dunas foram sendo paulatinamente desviadas pela força dos ventos, o que contribuiu outra vez para o crescimento da povoação.
De meados do século XIX ao longo do século XX, os Tremembé foram tratados como ‘caboclos”, “remanescentes” ou “descendentes” de índios. A diferenciação étnica era relevada ou minimizada de acordo com as situações sociais. Como os Tremembé possuem uma dança específica, o torém, eles passaram a ser notados socialmente por conta da sua realização.
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