sexta-feira, 6 de junho de 2014

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o aumento abusivo dos preços dos combustíveis em São Luís ouviu, na tarde desta quinta-feira (05), mais duas testemunhas. O primeiro a depor foi Jean Fábio Ramos, representante legal do posto Makro na capital maranhense.


CPI: empresário admite alinhamento de preços dos combustíveis

 Empresário admite alinhamento de preços dos combustíveis durante depoimento

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o aumento abusivo dos preços dos combustíveis em São Luís ouviu, na tarde desta quinta-feira (05), mais duas testemunhas. O primeiro a depor foi Jean Fábio Ramos,  representante legal do posto Makro na capital maranhense. Ele foi o único interrogado, até agora, a admitir que houve mesmo um alinhamento de preços de combustíveis nos postos da cidade, mas não afirmou que se trate de cartel.

O empresário disse ainda que, até novembro de 2013, percebia-se uma guerra de preços no setor só que puxados para baixo. E que depois disso, observou-se o alinhamento dos preços para cima.

Para o deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da CPI, a declaração de Jean Fábio vai contribuir com as investigações da Comissão sobre a cartelização entre os postos de combustíveis da cidade. “O depoimento do representante do posto Makro é muito importante, principalmente por se tratar de uma empresa que não está atrelada ao mercado local. Os preços são definidos pela matriz em São Paulo. E essa foi a primeira vez que alguém do empresariado admite a possibilidade de alinhamento", analisou.

O último interrogado desta semana foi o empresário João Moreno Rolim, proprietário de 15 postos de combustíveis no Maranhão. Ele afirmou que acompanha os preços dos concorrentes, mas nunca combinou valores com outros empresários.

Assim como os outros empresários do setor ouvidos pela CPI, João Rolim negou a existência de formação de cartel na capital maranhense. Usando do mesmo argumento, o empresário disse que “o mercado é livre e é o mercado  quem dita as regras”.

João Rolim disse ainda que nunca foi procurado para combinar preço e muito menos recebeu planilha para orientar o valor de seu produto. “Na minha empresa quem faz a planilha de preços somos nós”, afirmou.

MERCADO CENTRALIZADO

Na última terça-feira (03), o presidente da CPI disse, após mais uma fase de oitivas, que, em dois meses de investigação, a impressão é de que o mercado de São Luís está mesmo cartelizado. Os deputados analisam também depoimentos de empresários, dando conta que o setor sofreria pressão de distribuidoras para majoração dos valores cobrados na capital maranhense.

A CPI iniciou a fase de oitivas desta semana ouvindo os empresários Oswaldo Salomão, do posto Americano, e Sebastião Murad, do posto São Francisco. Os dois negaram que esteja havendo combinação de preços entre os donos de postos de combustíveis. Mas o último depoente levantou a suspeita, já cogitada por outros proprietários, de que haveria pressão por parte das distribuidoras para a majoração dos valores.

Segundo o presidente da CPI, nas próximas oitivas, também poderão ser ouvidos representantes de distribuidoras de combustíveis sobre a denúncia de que haveria algum tipo de pressão para aumentar os preços na capital maranhense.

NOVAS OITIVAS

As oitivas recomeçam na tarde da próxima terça-feira (10). Até agora, mais de 15 empresários foram ouvidos pelos deputados da Comissão. Mesmo as investigações apontando para a formação de cartel em São Luís, todos os interrogados negaram combinação nos preços dos combustíveis.

A CPI dos Combustíveis tem ainda como membros os deputados Jota Pinto (PEN), Carlos Amorim (PDT), Roberto Costa (PMDB) e Francisca Primo (PT), na condição de titulares. E como suplentes atuam os parlamentares Bira do Pindaré (PSB), Camilo Figueiredo e Raimundo Louro (PR), Neto Evangelista (PSDB), Alexandre Almeida (PTN) e Doutor Pádua (PRB).

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