domingo, 10 de agosto de 2014

Entrevista com prefeito de São Luis "Edivaldo Holanda Júnior"



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Prefeito Edivaldo fala sobre avanços, eleição e combate à corrupçãoPrefeito destaca uma série de avanços na educação, saúde, transporte e infraestrutura. Porém, nada disso seria possível sem o engajamento no combate à corrupção e garantia de transparência.

Diego Emir/Jornal Imparcial


 
Edivaldo Holanda Júnior chega aos 20 meses a frente da administração municipal de São Luís. Depois de pegar uma prefeitura praticamente falida e passar por turbulências, o chefe do executivo comemora avanços que já podem ser sentidos pela população ludovicense. Ele destaca os avanços na educação, saúde, infraestrutura e transporte, mas a sua grande marca é o combate intenso a corrupção.

O prefeito ainda fala de sua tentativa de parceria com o governo estadual e a relação com o governo federal. Edivaldo Holanda Júnior ainda destaca quais serão os seus próximos desafios.

Confira na íntegra a entrevista:

O Imparcial – Prefeito quais avanços podemos destacar nestes primeiros 20 meses de governo?
Edivaldo Holanda Júnior – Temos ações importantes em todas as áreas, apesar das dificuldades enfrentadas. Nossa prioridade neste primeiro ciclo da gestão foi organizar as finanças do município e investir na melhoria dos serviços públicos de saúde, educação, mobilidade urbana, habitação e infraestrutura oferecidos à população.

Na saúde, por exemplo, avançamos com a humanização do atendimento nos Socorrões I e II. Conseguimos acabar com a cena degradante de pacientes internados em macas nos corredores do Socorrão II, reduzimos esse quadro também no Socorrão I, onde pretendemos zerar as macas nos corredores num curto prazo. Acabamos com o sofrimento das pessoas que enfrentavam filas madrugada a dentro para conseguir marcar consultas e exames. Descentralizamos o sistema implantando 24 novos postos de atendimento. Reestruturamos o Samu, entregamos novas ambulâncias para a rede e a Unidade de Saúde Carlos Macieira, no Sacavém.

Na educação, melhoramos a infraestrutura da rede municipal de ensino. Contratamos 650 novos professores; garantimos transporte escolar, material didático, melhoria e complementação da alimentação escolar com o programa Leite na Escola, capacitamos 1.400 professores, alfabetizamos 2.500 jovens e adultos. Está em andamento o maior programa de habitação de nossa cidade. Entregamos mais de 2 mil e 600 unidades habitacionais em parceria com o governo federal. Vamos entregar mais de 8 mil casas ainda este ano e temos mais de 12 mil unidades habitacionais contratadas.

Temos intervenções estruturantes no saneamento de várias regiões da cidade com a construção de canais, além de rede de distribuição de água e de esgotamento sanitário na região Itaqui-Bacanga. A recuperação de vias nos bairros avança e vamos intensificá-las nas próximas semanas, além de um conjunto de intervenções que vão garantir em curto prazo melhor fluidez ao trânsito de nossa cidade.

Combatemos a corrupção e felizmente antes de completar metade do mandato conquistamos reconhecimento nacional do respeitado Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos (Inesc), que classificou nossa cidade junto com Rio de Janeiro e João Pessoa como as gestões mais transparentes do país. Tudo isso nos deixa muito feliz, mas certos de que precisamos trabalhar cada vez mais para melhorar os indicadores sociais e econômicos de nossa cidade.

Como está a situação administrativa e econômica do município?
Com muito esforço e trabalho conseguimos evitar o colapso administrativo e financeiro em que encontramos o município. Tivemos que honrar 14 folhas salariais ano passado. Vivemos um momento ainda difícil como a maioria dos municípios brasileiros. Tivemos queda na arrecadação e nas transferências projetadas no orçamento deste ano resultado do desaquecimento da economia. Mas, adotamos medidas austeras visando garantir a recuperação financeira do município, que sabemos é um processo prolongado, para assegurar o pagamento de nossos servidores, fornecedores e a prestação dos serviços públicos com qualidade.
Em relação à educação, os professores acusam que o senhor não deseja negociar com a categoria. Isso é verdade? Como chegar ao fim dessa greve?
Não é verdade. Desde o início do ano criamos a mesa permanente de negociação com vários secretários do governo e representantes da categoria e de todos os servidores municipais. Esta mesa foi ampliada recentemente com a intermediação do Ministério Público. Isso demonstra nosso respeito e diálogo com todos os mais de 5 mil professores que integram nossa rede.

Infelizmente, como disse antes, nosso município passa por grave limitação financeira e não pudemos avançar mais na proposta. Temos responsabilidade com todo conjunto de servidores e com a população de nossa cidade. Portanto, não poderíamos propor algo que não teríamos condições de honrar. Ano passado, demos um dos maiores reajustes dos últimos anos de 9,5% para os professores. Este ano, nosso limite é 3%, que somado ao reajuste anterior supera a inflação acumulada no período. Tenho a exata noção da importância dos professores, da justiça de suas reivindicações, mas reitero: temos responsabilidade com nossa cidade e demos o reajuste possível para o momento. Acredito no bom senso da categoria, que em sua maioria tem compreendido nossas limitações e mantido suas atividades normalmente e com esse sentimento esperamos, com a bênção de Deus, que nos próximos dias não apenas 80%, mas todos os professores estejam nas salas de aula.


Saúde e Transporte podem ser considerados os setores de destaques nos últimos meses de sua gestão?
Os resultados de nossa gestão são conseqüência do planejamento e trabalho que desenvolvemos desde que assumimos a Prefeitura de São Luís. Hoje, começamos a ter os frutos com a melhoria significativa nestes dois importantes setores. Como citei anteriormente reestruturamos a saúde do município que encontramos, sob intervenção, com problemas de toda ordem. Hoje, melhoramos o atendimento à população e vamos ampliar com obras importantes que estão em andamento, como a reforma e ampliação do Socorrão II e do Hospital da Criança, reformas do Socorrão I e mais de 10 unidades básicas de saúde, a construção da maternidade na Cidade Operária e o Hospital Dr. Jackson Lago, compromissos assumidos com a população e que vamos entregar até o fim de nosso mandato.

No trânsito e transporte, que é uma grande carência de nossa cidade e problema que aflige todos os grandes centros do país também estamos avançando com intervenções nas principais avenidas que em curto prazo darão mais fluidez ao trânsito. Vamos criar faixas exclusivas para os ônibus em dois corredores importantes da cidade Anil/Centro e Cohama/São Francisco. Assim, reduziremos o tempo de viagem melhorando a mobilidade dos usuários de transporte coletivo. Estamos reformando os terminais de integração. Já entregamos o terminal da Cohab/Cohatrac e nos próximos dias vamos entregar o terminal do São Cristóvão, organizados e garantindo mais dignidade para os mais de 700 mil usuários do transporte público. Avançamos na instalação de novos abrigos com as primeiras unidades de um modelo em que oferece mais espaço e conforto para a população. Em médio e longo prazo teremos as vias interbairros e a construção do corredor de transportes, que vai ligar o São Francisco ao Cohatrac, cujos recursos já asseguramos junto ao governo federal.


Para a segunda metade do seu mandato vão ser priorizadas as obras estruturantes na cidade? Fale um pouco delas.
Esse é um dos eixos principais de nossa gestão. Vamos priorizar a implantação do corredor de transportes, a implantação do bilhete único. Avançaremos na viabilização do Hospital Dr. Jackson Lago, da construção de uma ampla rede de proteção às crianças com creches do Programa Brasil Carinhoso em parceria com o governo federal; a ampliação dos programas de habitação; a construção das UPAs, que serão licitadas ainda este ano.

E a parceria com o governo do estado que o senhor anunciou que gostaria de celebrar? O que ocorreu? É inviável uma conversa com a governadora?Infelizmente este tem sido um problema para a nossa cidade. Todos acompanharam nosso esforço desde o início de nossa gestão para que tivéssemos a parceria institucional como o governo do Estado para viabilizarmos obras importantes para a nossa cidade. Para isso tivemos a iniciativa de criar o Pacto por São Luís. Pedimos audiência com a governadora Roseana Sarney, mas na prática não tivemos avanços. São Luís enfrentou recentemente muitos problemas causados por um período chuvoso muito intenso, que agravou ainda mais os problemas de nossa infraestrutura. Decretamos situação de emergência. Fizemos pronunciamento público na TV e solicitamos o apoio do governo do Estado, além de protocolarmos junto ao governo pedido de audiência com a governadora.

Lamentavelmente, sequer obtivemos resposta formal sobre nosso pedido. Muito menos uma reunião de trabalho. Ao longo deste um ano e sete meses, temos sido retaliados pelo governo do Estado por questões meramente políticas. Somos talvez o único município do Estado que não celebrou convênios com o governo do Estado. Ao contrário, ainda temos que repassar todos os meses para o governo R$ 2 milhões conseqüência de ação do Executivo estadual junto à Justiça para a devolução do convênio feito pelo então ex-governador Jackson Lago com a Prefeitura de São Luís. Mas, mesmo com as dificuldades existentes temos avançado com recursos próprios e, com a bênção de Deus, toda essa retaliação ao povo de São Luís pelo governo do Estado tem data para terminar.

A partir de janeiro de 2015, teremos a oportunidade de pela primeira vez termos governo e prefeitura trabalhando juntos para melhorar a nossa cidade e a vida dos ludovicenses.


E com o governo federal? Como estão os repasses e para quais setores serão empregados?
A nossa relação com o governo federal tem sido de parceria profícua em várias áreas. Tivemos a contratação de mais de 12 mil casas do Programa Minha Casa, Minha Vida; recursos na área da saúde para a construção de UPAs e reforma dos hospitais Socorrão I e II, da Criança, reforma das unidades básicas de saúde; a construção de creches e escolas, além de vários outros convênios importantes. Portanto, temos no governo federal um importante parceiro de nossa cidade.

Sobre política. Como será a sua participação na campanha de Flávio Dino e Roberto Rocha?
Como cidadão e militante político que sou, vou participar ativamente da campanha, especialmente em nossa cidade. Integramos um grupo político, cujo projeto para o estado inclui a participação efetiva dos municípios de forma republicana para a construção de um Maranhão mais justo e próspero para nossa população.

Na disputa proporcional, obviamente para deputado estadual a preferência é pelo seu pai e para federal? O senhor tem a preocupação de eleger uma bancada aliada?
Temos excelentes quadros em nosso grupo político. Tenho a felicidade de ter o meu pai como candidato. Seu legado na política é reconhecido por todos neste estado o que o credencia a lutar por uma das vagas na Assembleia Legislativa. A prioridade de nosso grupo é eleger Flávio Dino governador, Roberto Rocha senador e construirmos a maioria das bancadas estadual e federal para garantir a governabilidade

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