Os conselhos de Lula ao PT
Numa reunião com representantes da bancada do PT, na tarde de quinta-feira(15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu três conselhos como receitas para o partido ajudar o governo a sair da crise: em primeiro lugar, a união do partido contra o impeachment da presidente Dilma; em segundo, a defesa sistemática do governo por parlamentares na tribuna da Câmara; e, em terceiro, preservar o que ele chama de "relação institucional" com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Ao avaliar a situação econômica do país nesse encontro, mais uma vez Lula fez avaliação negativa do desempenho do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que, na opinião dele, só fala de assuntos negativos e ajuste fiscal, quando, avalia, é hora de dar uma guinada na política econômica. Segundo Lula, o Brasil precisa de oferta de crédito para enfrentar a recessão.
A reunião foi feita a pedido do próprio ex-presidente, que veio a Brasília para prestar depoimento ao Ministério Público em processo relativo à denúncia de tráfico de influência em favor de empreiteiras com obras no exterior.
Lula comentou com os deputados que acompanha a sessão da Câmara pela TV e vê "mais de 14 deputados falando contra o governo e ninguém para defender". Ele recomentou que os petistas se revezem na tribuna na defesa do governo, o que já vem acontecendo na tribuna do Senado.
Na avaliação de Lula, a presidente Dilma fez o seu melhor discurso "desde que chegou aí" no encontro da CUT em São Paulo, na terça-feira – no qual ela criticou os "moralistas sem moral". Para Lula, ali Dilma assumiu o papel de liderança que lhe cabe como presidente da República e mostrou que é capaz de reagir na dificuldade.
"Na semana passada, estávamos perdendo de 3 a 0 para a oposição, mas agora viramos o jogo e estamos ganhando de 4 a 0", disse o deputado Paulo Teixeira, ao final da reunião, comemorando a reação do governo nesta semana.
Na conversa com os deputados, Lula reafirmou uma preocupação já antiga: a de o PT conquistar intelectuais como defensores. Para ele, o partido está esvaziado, sem nomes novos para fazer o debate das questões nacionais mais importantes.
Cristiana Lôbo
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