quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Nota de Rui Falcão sobre Delcídio pesou sobre decisão do Senado



A nota divulgada pelo presidente do PT, Rui Falcão, na qual fica claro que o partido não pretende fazer a defesa do senador Delcídio Amaral, preso sob acusação de agir para obstruir a Justiça nas investigações da Operação Lava Jato, teve significativo peso para a decisão do Senado de manter a prisão do senador. O STF acolheu o pedido de prisão feito pelo Ministério Público, mas o Senado poderia aprovar o relaxamento da prisão ou manter a decisão do STF  o que acabou acontecendo.
No começo da tarde, o debate no Senado se encaminhava para que a votação fosse secreta e alguns senadores defendiam o relaxamento da prisão de Delcídio  discursos que foram repetidos ao longo da sessão, até mesmo pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. Porém, com a divulgação da nota do presidente do PT, o debate se acirrou.

- Se até o PT lavou as mãos, por que vamos segurar a situação? - questionou um senador do PMDB.

A partir daí, cresceu a tese que vinha sendo defendida pela oposição para que o voto fosse aberto. A sessão se prolongou e o embate que há hoje entre PT e oposição acabou contaminando a discussão  e terminou pela decisão de manter a prisão de Delcídio. Mas, curiosamente, o PT encaminhou pelo relaxamento da prisão ordenada pelo STF.

Na nota, divulgada mais de dez horas depois de anunciada a prisão de Delcídio Amaral, líder do governo, Rui Falcão diz que "nenhuma das tratativas atribuídas ao senador tem qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado" e, por isso, "o PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade". E, ao final, anuncia que a Executiva do PT será convocada "para adotar medidas que a direção partidária julgar cabíveis".

Cristiana Lôbo

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