quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Dilma pede que Congresso mantenha vetos para dar recado ao mercado



Vetos de Dilma


A disparada do dólar, que na terça-feira (22) superou a marca dos R$ 4, levou o governo a mudar a estratégia política no Congresso Nacional. No começo da tarde, a presidente Dilma Rousseff telefonou a vários senadores aliados pedindo apoio da base para dar "um sinal positivo" ao mercado.
Depois de ter solicitado o adiamento da votação, agora o Palácio do Planalto defende que os congressistas apreciem e mantenham os vetos aos quatro projetos previstos na pauta, entre os quais o que reajusta o salário dos servidores do Judiciário em até 78% e o que estabelece para os aposentados o mesmo cálculo do reajuste do salário mínimo.
Na manhã desta terça, a estratégia do governo era adiar a sessão do Congresso, no entanto, diante da deterioração dos indicadores econômicos, o governo quis mais. Já não bastava apenas adiar a votação, mas demonstrar aos agentes econômicos que o governo tem sustentação no Congresso para rejeitar medidas que pudessem agravar o quadro fiscal do país.
A presidente da República conversou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que, ao deixar o Congresso na manhã desta terça, considerava satisfatória a estratégia de adiar a apreciação dos vetos.
Porém, na conversa com a presidente, a estratégia mudou e Renan chegou ao Congresso convocando uma reunião de líderes para definir a votação. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), que recebeu ligação da presidente com o pedido para que o veto seja rejeitado, disse que está disposto a ajudar o governo.

Tudo isso acontece no momento em que Dilma organiza uma reestruturação administrativa do governo e oferece aos partidos, em especial ao PMDB, pastas mais robustas. Até aqui, estão oferecidos ao PMDB os ministérios de Minas e Energia, que atualmente está sob o comando do PMDB com o senador Eduardo Braga; o da Agricultura, também com o partido, com a senadora Kátia Abreu, e o mais novo é o da Saúde, que deverá ser ocupado por um deputado do PMDB.
Cristiana Lôbo

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