Quando o 1% mais rico se une em torno de um pacto, o povo sabe que tem de estar do outro lado, diz Flávio Dino
Parlamentares que votaram contra o processo de impeachment no domingo (17/abril) foram homenageados pela seção maranhense do PCdoB em São Luís. Em ato na Assembleia Legislativa do Maranhão, o governador Flávio Dino entregou uma placa a cada um dos deputados maranhenses que votaram contra o impeachment, além de deputados de outros estados convidados, como Wadih Damous (PT-RJ), Jean Wyllys (P-Sol-RJ) e Alessandro Molon (Rede-RJ).
O governador do Maranhão afirmou ser necessária a homenagem pois, “ali, nos 30 segundos entre o deputado ser chamado e ir até o microfone, o mais fácil era votar com a maioria, mesmo contra a própria opinião, como sei que muitos fizeram”.
Antes de se dirigir aos presentes, o governador prestou uma homenagem a “uma mulher que já entrou para a história, aconteça o que acontecer”, a presidenta Dilma Rousseff. “Porque não é fácil, não é fácil enfrentar o que esta mulher está enfrentando. Todo tipo de ataque e ofensa, cujo alge foi aquele voto daquele deputado fascista, criminoso e torturar, cujo nome não declino para não homenageá-lo”, afirmou.
Professor de direito e ex-juiz federal, o governador ironizou a tese usada para buscar a cassação da presidenta. “Estudo direito há 30 anos, nunca vi algo tão forjado quanto a invenção do crime de responsabilidade chamado “pedalada fiscal””.
O governador aconselhou a oposição a esperar 2018 para disputar as eleições. “Mas não querem esperar eleição porque não têm como ganhar voto com esse programa de restrição de direitos”, diz Flávio Dino. “Quando o 1% mais rico do país se reúne em torno de um pato para defender seus interesses, os pobres deste país não podem ter dúvida qual lado é correto”, afirmou.
Flávio Dino demonstrou confiança em que as mobilizações sociais vão barrar possíveis retrocessos. “Os movimentos sociais estão mostrando que quem constrói história deste país é o povo organizado para defender seus direitos”, afirmou.
Memória de Jackson Lago
“Nós não estamos discutindo acertos ou erros de governo”, disse o deputado Weverton Rocha (MA), líder do PDT, que apoia a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência em 2018. “O que está em jogo é algo muito maior que é a Constituição de nosso país”.
Secretário do governo Jackson Lago (PDT), Weverton lembrou os dias que se seguiram à sua cassação sem provas. “Os que foram a Brasília articular votos a favor do golpe são os mesmos que aprenderam os caminhos para voltar ao poder sem passar pelo voto popular”, lembrou Weverton, em referência à cassação de Jackson Lago (PDT) que levou ao poder de volta Roseana Sarney (PMDB).
“Se Temer assumir, não governa”
Representando os deputados de outros estados, Wadih Damous rejeitou a ideia de pedir eleições gerais. “Vamos lutar até o fim contra o golpe, para fazer valer o voto popular”, afirmou. “Se Michel Temer tomar posse não governará”, afirmou o parlamentar. Outro petista, o deputado Zé Carlos (MA) preferiu homenagear o governador. “Se há alguém merecedor deste prêmio é o governador do Maranhão que vem sendo um líder nessa batalha”, disse. “Esta coragem premiada hoje não é a coragem de um partido, um deputado ou um governador. É a coragem de todo o povo”, afirmou o vice-líder do PCdoB na Câmara Rubens Pereira Jr (MA).
O vice-presidente da Câmara Waldir Maranhão (PP-MA) lamentou o “preconceito contra nós nordestinos que nos colocamos contra o golpe”. Mas afirmou que “o mundo está nos acompanhando, olhando a defesa que fazemos de nossa Constituição”.
Maranhão da Gente
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