Para acelerar o desfecho do processo de impeachment, a presidente Dilma pretende encaminhar sua defesa à Câmara ainda esta semana.
Para isso, no entanto, a Comissão Especial do Impeachment deverá estar instalada (foi adiada para esta terça-feira) e começar a contagem do prazo de dez sessões ordinárias. O temor do governo é que, para prolongar o processo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, evite a realização de sessões nos vários dias da semana.
A presidente Dilma reuniu um grupo de ministros no Palácio do Planalto na noite desta segunda-feira para discutir os termos da defesa que está sob a responsabilidade do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. Além de Adams, participaram da reunião o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que dá explicações técnicas sobre as chamadas "pedaladas fiscais", e os ministros mais políticos como Jacques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e José Eduardo Cardozo (Justiça).
Há no Palácio do Planalto grande preocupação com a possibilidade que tem Eduardo Cunha de influir no ritmo da tramitação do processo de impeachment. Dilma está decidida a fazer a convocação extraordinária dos trabalhos do Congresso, mas tem consciência de que Cunha trabalha em direção oposta, a de antecipar o recesso.
Ao mesmo tempo, o governo aguarda resposta do Supremo Tribunal Federal à Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental (PPDF) impetrada pelo PC do B, pela qual a o governo espera que o STF se pronuncie sobre o rito do processo – e que isso não seja definido por Eduardo Cunha. O governo também está acompanhando de perto as indicações dos partidos aliados para a Comissão Especial. Sua preocupação é reunir os votos necessários para barrar o processo em plenário.
Cristiana Lôbo
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