Primeiro, o apartamento triplex na Praia do Guarujá; agora, o sítio de 176 mil metros quadrados em Atibaia – dois imóveis que não estão no nome de Lula, mas estão, sim, atingindo a imagem do ex-presidente da República.
O fato de ter sido intimado, junto com dona Marisa Letícia, a dar esclarecimentos ao Ministério Público de São Paulo sobre a propriedade do apartamento agrava, ainda mais, a situação dele.
É importante observar que a intimação feita pelo MP de São Paulo é uma investigação em paralelo à Operação Lava Jato, que em sua 22ª fase foi batizada de Triplo X.
A explicação dada até agora é que dona Marisa Letícia, embora tenha comprado cotas do prédio da cooperativa Banccop, abriu mão do direito de compra do imóvel. E o sítio em Atibaia, segundo o Instituto Lula, "pertence a amigos da família".
Ou seja, Lula não seria o dono de nenhum dos dois imóveis – que chegou a frequentar, como o apartamento na praia, ou frequenta, caso do sítio.
Enquanto o PT se organiza para ter uma tropa que sairá em defesa do ex-presidente, no governo há quem reconheça que o assunto é para lá de incômodo. "A coisa vai apertando", comentou um auxiliar do governo.
O caminho escolhido pelo ex-presidente foi o de negar a propriedade dos dois imóveis. As investigações a partir do Paraná estão direcionadas a investigar quais são os reais donos das offshores patrimoniais que aparecem como proprietárias de imóveis no mesmo prédio Solaris, onde Lula teria comprado cotas, mas não ficado com o apartamento, embora sua mulher Marisa Letícia tenha acompanhado o andamento das obras, segundo depoimento do porteiro do edificio.
Se comprovar que o sitio é mesmo do amigo do filho e que não é o dono do apartamento na praia e que está tudo certo com o processo de compra de cotas e de ter declinado do direito de compra, Lula poderá adotar o discurso que mais gosta: o de vítima de preconceito. Se não, seu patrimônio político é que estará fortemente abalado.
Cristiana Lôbo
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