sexta-feira, 1 de abril de 2016

MEMÓRIA... ANOS 70 EM TUTOIA




Um pedaço de Tutoia

A HISTÓRIA POLÍTICA DE TUTOIA, NOS ÚLTIMOS 70 ANOS


Tutoia, pode ser dividida em duas etapas. A primeira começou ainda na ditadura Vargas, quando o município foi emancipado em 1938 e, a partir daí, administrado pelo intendente Celso Gomes da Fonseca, que passou o cargo para Lucas Cardoso Veras, eleito prefeito em 1946. Esta fase se encerra com a eleição de Celso dos Santos Veras, em 1960, com a fatídica eleição suplementar. Até então, os grupos de Lucas Veras e Nemésio Neves, se alternavam, ora na situação, ora na oposição. A etapa seguinte teve seu início na eleição de 1962, quando novos personagens surgiram, destacando-se o advogado Merval Melo e seu irmão paterno , o major do exército José Pereira dos Santos. Foi nesse ano que Zilmar Melo, se elegeu para seu primeiro mandato de vereador, iniciando uma maratona política que durou 46 anos.

Dificilmente, alguém repetirá este feito. Um elevado percentual do eleitorado atual é bastante esclarecido e jamais fará a opção de manter uma pessoa ou um grupo político durante tantos anos no poder. Se alguém pretende se perpetuar, achando que pode utilizar o recurso criminoso da compra de votos, é importante pensar duas vezes. até a eleição de 2008, não se tem notícia da vitória de algum prefeito através de derramamento de recursos pecuniários. O povo erra, mas decide.

Nesse período, compreendido entre 1938, ano da Emancipação, e 2008, o município passou por vários comandos. O primeiro e mais longo começou ainda na ditadura Vargas. A informação que se tem a esse respeito, baseada em relatos de antigos moradores, é a de que que, antes de o município nascer e, em decorrência do intenso movimento portuário, houve a imperiosa necessidade da instalação de importantes repartições do Governo Federal. O destaque maior foi para Mesa de Rendas Alfandegada, órgão de fiscalização vinculado ao Ministério da Fazenda. Um dos seus primeiros administradores, Joaquim de Sousa Martins, antigo funcionário de carreira, transladou-se de Manaus, para o futuro município com toda a família. O corpo da guarda e a repartição que dirigia funcionavam em frente ao local onde está hoje localizada a Praça Getúlio Vargas e já possuía um quadro de funcionários de alto nível, formado por antecessores de Martins.

Ao lado, um comerciante bem organizado e honesto, cujo nome era Celso Gomes da Fonseca, procedente de Granja, no Ceará, tocava sua loja com todas as mercadorias protegidas por vidros em espaços independentes. Tudo o que ali se comprava era acondicionado em embrulhos feitos em papel apropriado (papel de embrulho), em que Fonseca, era especialista. Algumas pessoas chegaram a afirmar que o parentesco de Martins, na condição de primo do então interventor federal Paulo Martins de Sousa Ramos, com quem tinha bastante prestígio, foi o canal para a indicação de Celso ao cargo de intendente, ou seja, um administrador nomeado.

Com o final da ditadura, em 1945, o País começou os preparativos para as eleições no ano seguinte. A partir daí, vários personagens disputaram e exerceram as funções de prefeito e vereador, alguns presentes em várias eleições, com vitórias e derrotas.

Livro. Tutoia, 70 anos/1938-2008

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