sábado, 25 de julho de 2015

Operação Lava Jato - Executivo da OAS vai citar Lula em delação diz revista


Segundo fonte não revelada, Pinheiro pretenderia se valer da lei para reduzir drasticamente sua pena


Notícia. Revista Veja.

Executivo da OAS vai citar Lula em delação, diz revista Miguel Schincariol/AFP
São citadas na reportagem diversas viagens de Lula à África e América Latina em aviões de diversas empreiteiras, entre elas a OAS
Em troca de benefícios legais, o executivo da empreiteira OAS Léo Pinheiro deve citar o ex-presidente Lula em depoimento ao Ministério Público Federal. As informações foram publicadas pela revista Veja.
Segundo fonte não revelada, Pinheiro pretenderia se valer da lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff, a delação premiada, para reduzir drasticamente sua pena em troca de informações sobre a participação do petista no esquema e teria autorizado seus advogados a negociar um acordo com o MPF. Por meio do mecanismo das delações premiadas de donos e altos executivos de empreiteiras, os procuradores já obtiveram indícios que podem levar à condenação de vários políticos do país.
Com medo de voltar à cadeia, depois de passar seis meses preso em Curitiba, Pinheiro teria prometido passar aos procuradores a lista de despesas da família de Lula custeadas pela OAS e garantido ter conhecimento direto de como Fábio Luís da Silva, o Lulinha, fez fortuna atuando na órbita de influência da construtora.
— Depois que o Léo falar, não tem como não prender o Lula Ou se prende o Lula, ou se desmoraliza a Lava-Jato — diz um interlocutor de Léo Pinheiro.
Entre as doações da OAS à família de Lula estaria uma cobertura triplex no Guarujá. A construtora teria assumido — a pedido de Lula — obras em imóveis que eram de responsabilidade de uma cooperativa de bancários de São Paulo presidida por João Vaccari Neto, que mais tarde viria a se tornar tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT).

A OAS teria ainda ajudado financeiramente Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo demitida após ser descoberta pela Polícia Federal traficando influência no governo. Não são citados, porém, quais as evidências que o executivo teria para provar a veracidade das informações e garantir a diminuição da pena.
Teria sido durante período de maior proximidade entre executivos da OAS e Lula que Léo Pinheiro teria cunhado o codinome "Brahma" para se referir ao ex-presidente. São citadas na reportagem diversas viagens de Lula à África e América Latina em aviões de diversas empreiteiras, entre elas a OAS.

— Um voo para qual quer país da América Latina e do Caribe dura pelo menos seis horas. Dá para imaginar as confissões que Léo Pinheiro ouviu durante todo este tempo ao lado de Lula — diz uma pessoa próxima ao empresário.
Segundo a fonte, Léo Pinheiro já pensa na possibilidade de se tornar um delator da Operação Lava-Jato desde abril passado quando recebeu de um carcereiro a sugestão de "passar a dormir de olhos abertos." Conselho ou ameaça, a a frase teria contribuído para a tomada de decisão.

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