domingo, 17 de setembro de 2017

Saúde de Estado. Artigo Carlos Lula

Artigo: Doe vida, doe esperança!

Secretário de Saúde, Carlos Lula
Por Carlos Lula
A cor verde é muitas vezes associada à esperança, e esperança é o sentimento que nos faz acreditar que algo melhor está por vir, dias melhores e mais felizes. Há quem precise de esperança para seguir em frente e há quem necessite de uma chance para recomeçar. Estamos no mês de setembro, dedicado ao fortalecimento das ações de sensibilização da população para a doação de órgãos e tecidos. O transplante de órgãos é um procedimento que devolve vidas. O paciente transplantado, na maioria das vezes, tem qualidade de vida muito próxima da normalidade voltando às suas atividades cotidianas, inclusive ao mercado de trabalho. Por isso, não é a toa que o mês também é conhecido como Setembro Verde.
Em 2016, o Brasil registrou o maior número de doadores efetivos da história. Foram registrados 2.983 doadores, número 5% maior em relação a 2015. Apesar do dado recorde, o número representa uma taxa de 14,6 doadores por milhão da população, em um país que até dezembro do ano passado possuía uma lista de 41.042 pessoas aguardando por um transplante. Em 2016, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi responsável por mais de 90% dos transplantes realizados no país, oferecendo assistência gratuita aos pacientes.
No estado do Maranhão, de 2015 para 2016, o índice de doadores subiu de 0,3 para 2,6 doadores por milhão de população. O número aumentou mais de oito vezes de um ano para o outro. Esse passo, ainda que pequeno, resultou do reconhecimento da importância do papel da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) do Maranhão por parte da atual gestão. Desde que assumimos, temos intensificado as campanhas de sensibilização junto às unidades de saúde, especialmente dos familiares, responsáveis por autorizar a doação.
Mais um passo importante precisava ser dado. Desde que nasceu, há 18 anos, a estrutura da central funcionava no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Pela primeira vez o governo do estado assume a central na sua estrutura organizacional, assumindo a responsabilidade pelo equipamento. Todo esse processo de reestruturação resultou na entrega de uma nova estrutura à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos, que passará a funcionar no Hospital Dr. Carlos Macieira.
A proposta é ainda contar com o apoio do Hospital Universitário, mas também oferecer maior autonomia à central, com o intuito de fortalecer esse trabalho e avançar as ações, especialmente pelo interior do estado. Com a expansão das ações, o resultado que se espera é um número maior de famílias esclarecidas sobre o processo de doação e, consequentemente, o aumento do índice de doações. Nesse trabalho, temos contado com a colaboração de muitas famílias maranhenses que veem na solidariedade uma forma de amenizar a dor da perda.
Além das campanhas de conscientização, o trabalho da central é realizado junto às famílias, inicialmente pela comissão intra-hospitalar que as auxilia desde o início do processo. Através desse acompanhamento, a família é orientada por profissionais que esclarecem acerca do procedimento da doação. Esse trabalho é realizado por equipe da central que inclui profissionais como enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais.
É importante destacar que as pessoas precisam manifestar em vida o interesse de ser um doador, já que a decisão final cabe à família. O desafio da central é acabar com a desinformação acerca da doação de órgãos, através de uma comunicação contínua com a população sobre a importância de conversar com suas famílias sobre a doação de órgãos. A falta de informação é o que gera em muitas famílias receio de autorizar o procedimento. Nossa luta é contra essa desinformação e a favor da vida.
Outro papel da central é capacitar os profissionais de saúde, especialmente nas unidades do interior do estado, para que a notificação ocorra de forma satisfatória, eficaz para a realização do transplante. É um trabalho em rede que conta com o esforço dos profissionais de saúde, a solidariedade das famílias e a sensibilidade da população. Estamos todos juntos nessa luta pela esperança.
Esses investimentos em iniciativas que incentivam a doação de órgãos traduzem o comprometimento da gestão em orientar melhor a população, mas também expressam a nossa humanidade, com o desejo de, através do esclarecimento, oferecer a muitas pessoas a oportunidade de uma nova vida e a esperança a muitas famílias. O transplante é um método terapêutico sugerido apenas quando não houver mais qualquer possibilidade de tratamento. É a última esperança para o paciente.
Que o Setembro Verde traga esperança a muitas pessoas que aguardam por um transplante e desenvolva em nós o altruísmo, o amor pelo próximo e o interesse de declarar claramente como faço agora: Sou doador de órgão!

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