Morre coronel acusado de cinco mortes durante a invasão ao Carandiru

Um dos comandantes da invasão ao complexo do Carandiru, em 1992, o coronel da reserva da PM Luiz Nakaharada morreu na noite deste sábado (14). Segundo a advogada dele Ieda Ribeiro de Souza, ele sofreu um ataque cardíaco na própria residência.

O velório aconteceu na manhã deste domingo (15), no Cemitério Parque Gethsêmani, na rodovia Anhanguera, Vila Sulina, São Paulo. O enterro está previsto para às 16h.

No maior massacre da história do sistema penitenciário brasileiro participaram 330 agentes e 111 presos morreram. Luiz Nakaharada foi apontado como o responsável por cinco mortes das 78 que aconteceram no segundo andar do complexo.  Ele teria um julgamento individual após as quatro primeiras fases do júri.

Julgamentos

Em abril deste ano, 26 policiais militares foram levados ao banco dos réus pela morte de 15 detentos no 1º andar (segundo pavimento) do Pavilhão 9. Inicialmente, os réus eram julgados pelas mortes de 73 detentos, mas o promotor Fernando Pereira da Silva pediu que 21 homicídios não fossem imputados aos militares, que são do 1º Batalhão do Choque, conhecido como Rota. A sentença foi lida pelo juiz Rodrigo Tellini Camargo de Aguirre, da 2ª Vara do Júri.

Após três meses, mais um júri aconteceu e 25 policiais foram condenados a 624 anos de prisão por 52 mortes ocorridas no 2º andar (terceiro pavimento) da Casa de Detenção. Após sete dias de julgamento, a maioria foi condenada por homicídio qualificado — com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Do total de réus, 23 foram condenados a 156 anos de prisão. Os réus receberam a pena mínima de 12 anos por cada uma das mortes. Outros três PMs foram absolvidos pelo júri, que acatou o pedido feito pela acusação.