domingo, 22 de dezembro de 2013

Oligarquia e barbárie.



Franklin Douglas (*)
No Maranhão, o crime organizado está entranhado nos três poderes do Estado, já disse um dos principais líderes da própria oligarquia.
A incapacidade de dar solução à falência do sistema prisional maranhense, aos altos índices de violência e de desbaratar as quadrilhas do crime organizado para o tráfico de drogas evidencia também que o próprio governo estadual está falido.
Parece que chegamos ao ápice da política sob a lógica OLIGARQUIA e BARBÁRIE!
A barbárie que emerge pelos números de mortos em São Luís em menos de um ano: 983; pelo número de homicídios em cadeias no Maranhão: 53; pela superlotação dos presídios, o Maranhão tem a sexta pior situação, com índice de lotação que beira os 90%: há 2.196 presos ocupando um espaço onde deveria haver 1.770 vagas nas prisões.
Quanto mais falido o governo, mais forte o crime organizado, que assassina do moleque que vende o craque e não repassa o apurado ao chefe imediato ao ilustre jornalista da oligarquia, como se viu com Décio Sá.
Tem sido assim desde os tempos dos piratas, nos séculos XVII e XVIII, das máfias chinesas e sicilianas, no século XIX, da máfia de Al Capone nos Estados Unidos dos anos 1920 a 1930, das quadrilhas do Comando Vermelho, de Fernandinho Beira-mar, no Brasil do século XXI, das máfias que disputam entre si o comércio de drogas sob a inércia do governo da oligarquia.
Estruturalmente não há nada de novo!
O que impacta é a facilidade das fotos e vídeos dos decapitados circularem instantaneamente nas redes sociais. É a estética da perversidade que toma conta da sociedade espetacularizada pelo crime.
Estamos lhe dando com algo grande. Estudos da professora Ana Luíza Ferro evidenciam: o crime organizado já movimenta 850 bilhões de dólares no mundo, seria a oitava potência da economia global, é a “economia” que cresce de forma mais sustentada, dobrando seu tamanho a cada dez anos.
E o que caracteriza todas essas organizações criminosas é a estabilidade, a permanência, a estrutura empresarial e hierárquica, o considerável poder de intimidação, a penetração no sistema econômico legal, pelo qual faz a lavagem do dinheiro (das micaretas dos carnavais fora de época, passando pelas catracas do transporte coletivo, às comodities do sistema financeiro), a corrupção e a impunidade, advinda, sobretudo, de sua CONEXÃO COM O PODER, em seus três níveis: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Eis a barbárie maranhense nua e crua.
E a solução para esse caos não virá do governo constituído. Se nos anos 1990, a oligarquia mobilizou o aparato estatal e aniquilou mais 100 criminosos em sua “Operação Tigre”, assim como entregou os anéis para preservar os dedos, na “CPI do Crime Organizado”, que levou à prisão deputados e aparentados, agora está acuada por que não tem o que fazer. Não pode enfrentar a organização criminosa porque precisa dela para as eleições que se avizinham.
E, nesse cenário, lastimável a oposição consentida que temos, que, para vencer, também já está ficando imobilizada pelas alianças que tem firmado com as dissidências do próprio crime organizado que até agora sustentava diretamente a oligarquia.
Esse seria o momento dos pré-candidatos oposicionistas já definidos ao Governo do Estado, Flávio Dino (PCdoB), Eliziane Gama (PPS) e Luís Antonio Pedrosa (PSOL), e dos demais partidos da oposição, como PSTU, PCB, REDE, PDT, PSB, dentre outros, colocarem A POLÍTICA NA FRENTE DO ELEITORAL e, juntos, convocassem uma grande mobilização social contra o crime e a violência.
E, conjuntamente com as organizações populares da luta pelos direitos humanos (OAB, SMDH, CNBB, Cáritas, CPT, FETAEMA, CIMI, etc.), requeresse ao Procurador-Geral da República o pedido desse junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) de INTERVENÇÃO FEDERAL por parte da União na segurança pública do Governo do Maranhão, conforme determina a Constituição Federal, pois é preciso garantir os “direitos da pessoa humana” e “pôr termo a grave comprometimento da ordem pública” (artigo 34 – incisos III e VIII – alínea “d” da Constituição Federal) a que as organizações criminosas estão submetendo o povo maranhense.
Via Blog. Marrapá.

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