O ex. presidente Fernando Henrique Cardoso esteve em São Paulo, na sexta-feira(10), onde participou de uma palestra
Em palestra na manhã de sexta-feira (10) em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que o governo Dilma Rousseff passa por uma forte crise de credibilidade e ironizou as escolhas da petista de colocar Joaquim Levy no Ministério da Fazenda e a do vice Michel Temer para a articulação política com o Congresso.
"Estamos, por circunstâncias, em que a capacidade de liderança está muito abalada. Tanto que ela [Dilma] entregou a chave do cofre para alguém que pensa o oposto [Levy]. E entregou para ele fechar o cofre. Ela não pode mexer mais no cofre. E agora entregou o comando político para outro que também pensa diferente [Temer], para outro partido. É uma situação delicada que estamos vivendo".
Numa crítica ao número de ministérios de Dilma, o tucano disse que a estrutura é muito inchada e fez uma comoparação com o mundo corporativo.
"Imagine uma empresa com 39 [pessoas] debaixo de um CEO, que tem 39 divisões. O CEO não vai nem saber o nome de quem é o chefe de cada divisão. Não tem como", disse FHC.
Petrobras
O tucano também comparou o esquema de desvios na Petrobras flagrado pela Operação Lava Jato a uma empresa que funciona para benefício de poucos sócios e cujos recursos são oriundos dos brasileiros.
"Todo mundo está percebendo que o sistema está fazendo água. Não dá para continuar assim. Petrobras talvez seja o [esquema de corrupção] mais impactante. Mas não é o único. Montou-se um sistema, um modelo de negócios que funciona para poucos e o dinheiro é nosso", disse em palestra na Vtex Day 2015.
Mais tarde, destacando as inovações tecnológicas da petroleira, Fernando Henrique destacou que a Petrobras desenvolveu tenologia para perfuração em águas profundas e formou geólogos, ofereceu cursos para criar mão de obra própria e produziu avanços. No entanto, creditou ao PT o desmonte da empresa.
'Foi o governo que quis, na verdade, permitir a corrupção instalada na Petrobras. Isso não desmerece a Petrobras. Desmerece o governo", criticou.
Fernando Henrique também disparou contra a visão do Planalto nos últimos anos no capítulo da diplomacia, na qual o PT teria dividido o mundo entre o norte desenvolvido e o sul mais pobre. "O mundo não é mais assim. O Brasil tem que se vincular são progresso", comentou.
Saída para a crise
Para FHC, a saída para a crise do País passa pela "rua protestar, a justiça funcionar e a mídia dizer o que está acontecendo, ampliar a informação. Não fazer conchavo, não fazer conciliação".
Para o ex-presidente, em algum momento a sociedade será capaz de construir um acordo porque não tem como viver em conflito, mas fez uma advertência.
"Um acordo não pode ser feito por debaixo do pano. Tem que ser um acordo sustentável pela opinião da sociedade. E acordo do quê? Como é que nós vamos nos reorganizar para superar essas dificuldades nas quais nós estamos mergulhados".
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