sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Programa Mais IDH transforma realidade de milhares de famílias maranhenses


“Vamos ter uma horta, a criação de peixe e de galinha. É um projeto muito bom: três em um. É uma motivação para a gente, estou bem animado, amando mesmo. Já recebemos a primeira parcela do fomento. Eu mesmo levantei o tanque com o auxílio técnico do pessoal do Governo do Estado, que me orientou. Além de ser bom para a alimentação dos meus filhos, vamos poder vender também”. O depoimento otimista do lavrador Cláudio Aroucha Moraes (43), define a missão de transformação social idealizada pelo Sistema de Agricultura Familiar do Estado.
Morador do município de Pedro do Rosário, no interior do Maranhão, Claudio Moraes e sua esposa, Gilcilene de Moraes Sousa (31), decidiram efetuar o cadastro para receberem em sua casa um ‘sisteminha’ – sistema integrado de produção rural que integra o Plano Mais IDH. O casal já trabalhava com agricultura familiar, mas – com o programa – eles pretendem estender a atuação, produzir o próprio alimento da família e aproveitar a oportunidade de gerar uma renda extra para casa. Em Pedro do Rosário, 100 famílias foram contempladas com o sisteminha.
Como funciona
De acordo com a engenheira agrônoma e técnica do Mais IDH, Suellen Arruda, o sisteminha é formado por módulos com o propósito de retirar as famílias de municípios social e economicamente vulneráveis da zona de insegurança alimentar. “Temos o tanque, o aviário, o minhocário e a compostagem. Estamos trabalhando por etapas. O sistema é integrado porque agrega a parte animal e vegetal, que se complementam. O tanque é o coração do sisteminha. Ele tem a capacidade para 150 tilápias, com ciclo de até 90 dias para estarem prontas para consumo”, pontua Suellen.
O tanque é revestido por uma lona, para evitar infiltração da água. Depois de pronto, com sistema de circulação e filtragem da água, o tanque recebe os peixes, que são alimentados com uma ração que enriquece a água de nutrientes. Água que regará a horta e molhará a compostagem. Já os resíduos do galinheiro serão utilizados para a compostagem. Após 45 dias, o composto pode ser colocado no minhocário e, então, o produto enriquecerá a horta, completando o ciclo produtivo dentro da própria casa da família beneficiada.
Após conhecer o sistema por completo, Claudio acolheu a proposta dos técnicos de extensão rural da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) de implantação do projeto domiciliar. Para estarem melhor preparados para a nova fase da vida da família, eles inscreveram Gilcilene em uma capacitação do Projeto Rondon, outra iniciativa que leva universitários a ministrarem oficinas e cursos em municípios do interior do estado.
Projeto Rondonprojeto-rondon-Franciane-Jansen-em-pedro-do-rosário-foto-Handson-Chagas-13
Durante os 15 dias em que o projeto Rondon esteve na cidade, Gilcilene participou do curso de Produção Rural, que apresentou técnicas de plantio, de economia e melhor aproveitamento dos materiais. Segundo ela, a possibilidade de diversificar a criação de animais e o cultivo de hortaliças em casa favorece a rotina de casa e proporciona uma vida melhor à sua família.
“Acreditamos que o que vamos ter não vai servir só para a alimentação, mas também para comercializar. Vamos ter economia na alimentação e, ao invés de a gente comprar o frango, a gente vai vender. Também quero plantar cebolinha, alface, cheiro verde, que é muito vendável, e até cenoura!”, lista, animada.
Quem também aproveitou a experiência dos universitários participantes do Rondon foi Rosimary Azevedo da Silva, 56 anos. Ela participou do curso de Empreendedorismo do projeto e vai aplicar as técnicas para aperfeiçoar o rendimento no trabalho.
“O que a gente viu no curso dá suporte para melhorarmos o que temos. Dicas para estarmos nos adequando ao mercado, para economizarmos. O conhecimento é algo que nos ajuda a ganhar meios para fazer um serviço de qualidade, para ter uma produção de qualidade. Recebemos orientação para não usar agrotóxico, por exemplo. Para produzir o nosso próprio adubo, reaproveitando materiais. Tudo isso faz com que o produto tenha um custo menor e com maior qualidade”, apontou a agricultora.
A lavradora já havia recebido um kit de irrigação por gotejamento da Secretaria de Agricultura Familiar (Saf) e está ansiosa para a instalação e posterior utilização do novo formato de produção. Segundo ela, que já planta alface, couve, quiabo e maxixe, o kit reduzirá trará economia e melhor qualidade à produção agrícola.
“Antes, a gente tinha que fazer a irrigação manual, com o balde. Enchíamos o regador e aguávamos. Depois, molhamos as plantas com a mangueira. Agora, com o sistema de gotejamento, ao invés de levarmos uma hora para molhar, é só ligar e desligar. Economizamos tempo, água e dinheiro”, comenta Rosimary.
 Clodoaldo Corrêa)

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