segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Ministro do governo Dilma demonstra sinais de esgotamento


Crítica do PT a Levy só fortalece o ministro


O ministro Joaquim Levy começa a semana um pouco mais firme no cargo do que quando deixou Brasília na sexta-feira em que ele próprio foi instado pelo núcleo do governo a divulgar nota desmentindo que estaria demissionário. De lá para cá, o que aconteceu foi uma entrevista do presidente do PT, Rui Falcão, ao jornal "Folha de S.Paulo", na qual ele diz que, se não concordar com mudanças na política econômica, Joaquim Levy deve deixar o cargo.

Da Suécia, a presidente Dilma telefonou irritada para ministros condenando a entrevista de Falcão. E lá, ao ser perguntada, ela reafirmou que Levy não está saindo do governo e disse ainda que esta é a opinião do presidente do PT, mas não é a do governo. Aí, ela demarcou território: uma coisa é o PT e outra coisa é o governo, onde quem manda é ela.

- Quanto mais se falar na saída do Levy, mais tempo ele ficará no cargo, disse um ministro interpretando a lógica da presidente Dilma. Segundo este ministro, Lula já fez o mesmo pedido, continua fazendo pressão e nada. Dilma não trata deste assunto.

A irritação da presidente Dilma foi ainda maior com a avaliação feita por Rui Falcão de que a política econômica precisa ajustes. Falar isso publicamente é reconhecer as falhas e o baixo desempenho da economia - que, aliás, é visível por qualquer um, bastando olhar para os índices de desemprego, da inflação e o baixíssimo crescimento. A defesa enfática que Dilma fez da CPMF também foi entendida como um compromisso dela com a política de Levy.

- Falar do ministro da Fazenda é falar da economia, a principal peça do governo, emendou um ministro.

Na sexta-feira, dia em que houve boatos de que Levy havia feito sua carta de demissão, havia ficado claro para o núcleo do governo que era chegada a hora de se começar a pensar em outro nome para o Ministério da Fazenda. O próprio Joaquim Levy já está demonstrando sinais de esgotamento. Mas a dificuldade em encontrar um sucessor era apontada como fator de preservação de Levy no cargo. Agora, além de ser difícil encontrar um nome, Dilma resiste a mudanças quando é pressionada - tal como se sentiu por conta da entrevista de Rui Falcão.

Cristiana Lôbo

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